AMA SX 2019: Tyler Bowers contesta sua desclassificação em Arlington

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Após ser desclassificado em Arlington, Tyler Bowers literalmente rasgou o verbo no Instagram

 

No domingo 17, o piloto privado Tyler Bowers divulgou uma longa nota em seu Instagram detalhando suas opiniões sobre a desclassificação que sofreu “por pilotagem excessivamente agressiva” durante a 7ª etapa do AMA Supercross 2019, em Arlington, Texas, no sábado 16.

O incidente ocorreu na segunda Heat Race da categoria 450SX, quando Bowers tentou uma ultrapassagem sobre Justin Barcia, da Monster Energy Yamaha.

O contato direto deixou os dois no chão, e ambos ficaram fora da zona de classificação direta para a final (os nove primeiros avançam. Barcia posteriormente se classificaria na repescagem, a LCQ).

Após o incidente, Bowers foi informado de que havia sido desclassificado da etapa.

Em outubro de 2017, Bowers e Barcia viveram momento parecido, conforme pode ser visto no vídeo a seguir. Naquela noite em Las Vegas, Barcia retaliou forte e Bowers acabou com uma perna quebrada.

 

 

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Well that escalated quickly #pebbles @justinbarcia

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Bowers abordou muito tópicos em sua postagem, incluindo o que ele sente ser inconsistência no processo de tomada de decisão em incidentes como este (na mesma postagem, conforme pode ser visto abaixo, consta o vídeo que resultou em sua desclassificação, e também o vídeo do piloto Mitchell Oldenburg que, num incidente semelhante em Arlington, passou ileso de punição).

 

 

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SWIPE for the full story. It was too long to post in caption

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Ele disse ainda que gostaria de acreditar que sua desclassificação está alheia ao fato de ser um dos líderes nos esforços para melhorar a comunicação dos pilotos com a Feld Entertainment (empresa promotora do AMA Supercross).

Após o incidente da cal em San Diego (relembre aqui), Bowers começou a formar um grupo de pilotos para expressar, junto à Feld, suas preocupações.

Sua desclassificação veio de oficiais da FIM e da AMA que aplicam as regras do campeonato, mas conforme citado acima, Bowers prefere acreditar que isso as coisas estão separadas.

Confira a seguir a tradução do manifesto de Bowers.

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas a minha equipe e aos meus fãs pelo o que aconteceu na noite de ontem. O que estou prestes a dizer não desculpa minhas ações por completo, mas esperançosamente lançará alguma luz sobre o que eu sinto que é uma falta de consistência das autoridades que devem lidar com esses assuntos. Eu não tenho sido um anjo no passado, mas tenho sido excessivamente cauteloso nos últimos anos para evitar problemas e não pisar no calo de ninguém. Acredito que as corridas agressivas são o que fazem desse esporte o que ele é, eu sou um piloto agressivo, então tenho que ser capaz de suportar quando os outros forem agressivos comigo também. No entanto, existe um limite e todos nós, pilotos profissionais, sabemos quando esse limite foi ultrapassado. O que eu tentei fazer ontem à noite foi pilotar de forma agressiva; assim como já pilotaram de forma agressiva comigo no passado. Ao invés de ficar inerte, revidei. Infelizmente, isso causou a queda de nós dois.

Embora eu ache que a penalidade é extrema, eu não discordo 100% da decisão da AMA ou da FIM (especificamente a de John Gallagher). O verdadeiro problema que tenho é com a falta de CONSISTÊNCIA na qual esses múltiplos corpos sancionadores baseiam suas decisões nesse tipo de assunto. Já houve inúmeros incidentes no qual eu e outros pilotos chamamos a atenção dos oficiais de pista, sobre as táticas agressivas de corrida do Justin Barcia. Por exemplo, eu peso 90 kg, não me movo tão fácil quando você me bate. Eu nem sempre caio – mesmo com força suficiente para fraturar minha fíbula, ou danificar diversas partes da minha moto. Mesmo que eu seja atingido com força suficiente para sofrer danos corporais, às vezes, por causa do peso, não demonstro. Mas só porque eu não caí, não significa que não percebi a má intenção. No passado, a AMA e a FIM não fizeram nada para intervir com o referido piloto quando eu e / ou outros pilotos chamaram a sua atenção.
Essas organizações devem estar no local para lidar adequadamente com assuntos dessa natureza. De repente, eles querem me usar como um “exemplo” para impor uma penalidade por algo que ficou impune antes. Eu disse ao Sr. Gallagher em Oakland este ano: “Se você não fizer o seu trabalho, terá um ‘Velho Oeste’ nas pistas. Faça o seu trabalho, senhor”.

Quando fui abordado ontem à noite, mal conseguia me defender porque estava sendo interrompido o tempo todo por um oficial que nunca passou uma perna por cima de uma moto em corridas profissionais. Incomoda-me que este oficial que está em uma posição de poder, emocionalmente argumentou fatos que eu não testemunhei acontecendo na pista de corrida; fatos sobre os quais ele não tinha nenhuma prova (como: revidar, gritar, cruzar a sessão de encaixes de um lado para o outro- tudo antes que a câmera pudesse captar o que aconteceu na curva.) Se ele fosse um policial com uma arma na mão, certamente iria dar um jeito de encontrar um motivo para puxar o gatilho. Eu estava tremendo de medo e raiva quando ele tomou essa decisão precipitada, antes mesmo de fazer qualquer tentativa racional de se comunicar comigo ou com a minha equipe.

Há muitos exemplos coincidentes anteriores em que não foram tomadas ações disciplinares. Recentemente, a instância mais comparável aconteceu momentos após a minha penalidade ser entregue. Me desculpe Mitchell Oldenburg, mas vou usar você como exemplo. Na mesma curva, exatamente a mesma situação se desdobrou momentos após a minha penalidade ser entregue. Nenhuma punição? Onde está a CONSISTÊNCIA! #façamseutrabalho.

Para deixar registrado, eu não acredito que isso tenha alguma coisa a ver com o recente incidente da cal em San Diego, onde eu e outros pilotos e equipes estamos tentando melhorar nossa comunicação com os promotores do supercross. Queremos abrir uma comunicação melhor entre todas as partes envolvidas e continuaremos a reunir-nos a cada fim de semana para melhorar isso e mantermos uns aos outros melhor informados. Acredito que, ao continuar essas reuniões, problemas como esse não acontecerão, desde que todos possam compartilhar seu ponto de vista e possamos nos entender melhor (mesmo que nem sempre concordemos) enquanto trabalhamos juntos.