Eram 8h15 da manhã (14h15 do horário brasileiro) desta terça-feira, 13, quando Jean Ramos concedeu a entrevista abaixo. Falava direto de Corona, na Califórnia, onde reside para fazer as seis etapas iniciais do AMA Supercross 2015.
Duas rodadas já se foram. Jean ainda não alcançou seu principal objetivo, que é se classificar para a final de uma etapa, mas segue seu programa de treinos e acredita ter velocidade para chegar lá.
Abaixo ele conta como foi a etapa de Phoenix, realizada sábado, 10. Confira!
>>> Confira aqui a entrevista com Jean após a etapa de abertura
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Você já retomou os treinos após a etapa de Phoenix?
Jean Ramos: Domingo voltamos pra casa depois. Choveu muito, e ontem (segunda) acho que as pistas todas estavam fechadas. Fiz apenas um trabalho de academia. Hoje (terça) vamos pra Milestone, que provavelmente é a única pista que está aberta depois dessa chuva. Lá eles têm bastante maquinário, a pista está sempre em boas condições.
Por que a classificação para a final não veio em Phoenix?
Jean Ramos: o final de semana foi um pouco difícil. Eu estava rápido, mas acabei caindo na classificatória e na LCQ (repescagem). Preciso me manter em cima da moto.
O que aconteceu na classificatória depois da queda?
Jean Ramos: eu tentei seguir, mas na hora do tombo meu guidão entrou na roda de outro piloto e entortou o tubo do acelerador. Eu não conseguia mais acelerar depois disso. Não tinha como seguir.
Você fez uma boa largada. Provavelmente se classificaria.
Jean Ramos: sim. Estava em quarto nas seção de costelas, aí o Scott Champion me passou no fim dela, e na sequência de ritmo eu perdi o controle e acabei caindo. Mal me lembro o que aconteceu. Sei que o #86 caiu junto e meu guidão entrou na roda dele. Entortou o tubo do acelerador e não consegui continuar.
Na repescagem, o que deu errado?
Jean Ramos: larguei mal. A largada era curta, eu estava bem por fora. Até pulei bem do gate, mas fiquei pra trás na curva. Aí, estava em 11º quando enrosquei em outro piloto. Acho que a roda dianteira bateu na pedaleira do piloto da frente na curva. Aí acabou minha chance.
O que muda para a próxima etapa?
Jean Ramos: Segue o programa. Sei que tenho velocidade para ir ao Main Event, está faltando um pouco de sorte. Tenho que evitar as quedas.
Já se adaptou completamente à Yamaha YZ 250F?
Jean Ramos: sim, estou bem com ela. A ciclística é muito boa, vai bem nas curvas, e o motor é forte. Estamos trabalhando apenas no acerto de suspensão traseira e na relação ideal para o supercross aqui nos EUA.
A pista de Phoenix era mais difícil que de Anaheim 1?
Jean Ramos: a pista era bem difícil. Phoenix, por característica, tem um chão mais duro. Aí eles molharam bastante, e nos primeiros treinos tinha até lama na pista. As costelas eram bem difíceis, e a pista em geral era travadinha. Tinha que ter bastante técnica pra fazer os saltos e ser rápido nas curvas. Tinha que fluir na pista pra acertar. Se você errava em um lugar, era difícil consertar a sequência.
Não ter classificado ainda para uma final após duas etapas abala o psicológico?
Jean Ramos: não. Estou tranquilo. Sei que tenho potencial. Não me falta de velocidade. Estou confiante que posso chegar ao Main Event. Estou fazendo bons tempos e consegui uma boa largada em Phoenix. Estou treinando forte e trabalhando duro para chegar lá. Vai acontecer.
Atacando de comentarista
Olhando de fora as finais, o que você pôde observar?
Jean Ramos: essa corrida foi mais disputada. Na 250, o Cooper Webb estava visivelmente melhor. Ele já estava bem em A1, mas teve problemas e veio recuperando de trás. Nos treinos já dava pra ver que ele seria um dos que iriam brigar pelo título. Ele é mais rápido que o (Jessy) Nelson, mas o Nelson tem boas largadas.
Josh Hansen te decepcionou?
Jean Ramos: ele tá muito tempo sem correr de moto. Não é fácil ficar tanto tempo e voltar. Se a gente fica seis meses parado, já sente. Ele tem talento. É bonito de ver ele andar. Mas vai demorar um pouco pra voltar à sua melhor forma.
E na 450?
Jean Ramos: (Eli) Tomac e (Ken) Roczen estão um pouco melhores que os outros. Eu acho que em Phoenix o Roczen errou na estratégia e se abalou um pouco. Ele quis segurar o Tomac ao invés de deixar e ir na tocada pra depois dar o troco. Ele se amarrou e mesmo assim o Tomac passou, e aí o Roczen estava travado e não conseguiu se soltar mais.
Ryan Villopoto está treinando pro Mundial aí no EUA. Já esbarrou com ele por aí?
Jean Ramos: ele está por aí, mas nas pistas de motocross. Como estamos treinando SX, não vemos muito, mas às vezes dá pra ver alguma coisa. Ele é muito rápido, dá pra ver a velocidade no olho. Se souber trabalhar a constância e andar bem na areia, tem grande chance de ser campeão mundial. O Cairoli é muito constante, e se levar vantagem nas pistas de areia, tem o caneco nas mãos.