Dungey e DeCoster comentam o tricampeonato da 450 no AMA Supercross

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Ryan e sua equipe na penúltima etapa do AMA Supercross – Crédito: Simon Cudby

 

Três vezes campeão! Ryan Dungey conquistou no último sábado, 30, durante a penúltima rodada do AMA Supercross 2016, em East Rutherford, seu terceiro título da competição. O piloto da equipe Red Bull KTM também foi campeão em 2010 e 2015.

Dungey esteve no pódio em 15 das 16 etapas e finalizou a prova com 36 pontos a mais na classificação geral que o segundo colocado, Ken Roczen. Na grande final, que acontece neste sábado, 7, em Las Vegas, Dungey ainda quer fechar o campeonato com vitória.

Após a corrida, a imprensa americana conversou com o piloto e com o chefe de equipe, Roger DeCoster. Confira!

 

Dungey, fale um pouco sobre o campeonato e como foi seu ano.
Ryan Dungey: O objetivo desde o ano foi, obviamente, defender o título. Foi um grande desafio ser tão consistente. Anaheim 1 foi um pouco mais complicada, mas logo melhoramos e começamos a ganhar. Muitos pilotos também foram nos desafiando. O quarto lugar foi o pior de todas as etapas e acho que não é tão ruim assim. Agora podemos ir para Las Vegas e realmente se concentrar nas outras coisas pela frente.

Este é seu terceiro título e sei que todos perguntam isso, mas a medida que vocês envelhecem, como tudo funciona?
Ryan Dungey: Eu diria que 2015 e 2016 foram mais tranquilos. No ano passado, vencer o Supercross foi grandioso, com vários pontos positivos. E me sinto ainda mais forte este ano. Fomos capazes de vencer de maneira consistente. Eu lutava pela primeira posição de uma maneira focada. Cada campeonato tem aquela coisa única. O primeiro em 2010 foi incrível porque era o primeiro, o ano de estreia. O segundo levei alguns anos para obter e em seguida, conseguir manter o título. Cada um tem seus pontos emocionantes.

Só resta uma etapa e você acumulou oito vitórias até agora. A nona vitória seria uma grande conquista. Quão importante ela seria? É algo que você está pensando?
Ryan Dungey: Com certeza. Seria muito bom finalizar a temporada com uma vitória, e vamos dar o nosso melhor para isso acontecer. Também é encorajador saber que vencemos oito corridas, seria bom ter nove, não só para o livro dos recordes, mas para mim, pessoalmente. Uma coisa que você não pode subestimar é a importância de cada corrida. Cada vitória é importante.

Roger, compare o Dungey de 2015 com o de 2016.
Roger DeCoster: Ele definitivamente fez um grande progresso, tem melhorado a cada ano. No início do ano é sempre muito difícil porque todo mundo está esperançoso e 100%. Ryan era forte desde o início e manteve isso até o fim. Para ser consistente como ele foi, precisa ter muita preparação e dedicação, além de estar focado ao longo do tempo. É mais fácil quando você pode relaxar um pouco no meio da temporada e depois voltar, mas ele se manteve firme em todas as etapas. Mesmo nas últimas semanas, lutou com Ken Roczen quando poderia ter segurado as pontas. Sinto que Ryan Dungey é o melhor piloto que já tivemos.

Você conquistou muitos títulos com outros caras. Como Ryan Dungey é em comparação com os outros com quem você trabalhou?
Roger DeCoster: Eu preciso classificá-lo como o número um, por sua dedicação, dia após dias. Jeremy McGrath foi incrível, Ricky Carmichael também. Mas a dedicação que Dungey tem em todas as corridas, todos os dias da semana, é excepcional.

Alguns caras vieram com força total somente no final da temporada, mas você estava pronto desde o início. Quão difícil é estar pronto desde outubro, novembro?
Ryan Dungey: No ano passado começamos atrás e lá pela quinta etapa conseguimos pontos para liderar. A partir daí, a confiança foi construída e fomos capazes de manter a liderança. Este ano, na segunda etapa estávamos a ponto de liderar. Esse era o acordo. Queríamos começar bem. Eu poderia relaxar e ficar em 14º nessa etapa, mas eu não queria isso. Como Roger disse, é outra coisa quando você não está na liderança, você pode dar um passo para trás, reunir forças e em seguida, voltar com tudo, mas para mim, não teria outra maneira senão vencer. Eu tive que realmente me esforçar, encontrar um desejo profundo dentro de mim para continuar.

As pessoas só veem você no fim de semana. Eles esquecem que tem toda uma preparação todos os dias de semana.
Ryan Dungey: Há tanta coisa durante a semana. A preparação, o foco, ele tem que estar presente. Você não pode se dar o luxo de estar cansado e nem de perder o foco porque vai afetar na hora da corrida. É aquela disciplina, outubro, novembro, dezembro (principalmente novembro e dezembro). Tenho que agradecer Jason Anderson e Marvin Musquin porque sempre tive boas disputas. Às vezes eles eram mais rápidos, em outros momentos eu era, mas as disputas foram muito boas e foram divertidas. E Roger me ajudou muito, eu não preciso fazer isso e aquilo, apenas fazemos o que amamos. Não é sobre dinheiro, porque nunca fiz por dinheiro. É sobre a paixão e o prazer, manter a diversão e o amor ao esporte. E claro, não ter medo de falhar. Acredito ainda que há mais dias melhores pela frente, melhores anos também. Nós vamos manter tudo isso.

No cenário dos sonhos, por quantos anos você pretende correr?
Ryan Dungey: Neste momento, um contrato de cada vez. Mas enquanto estou com um contrato, estou 100% e posso correr entre os primeiros.

E você, Roger? Quantos anos com Dungey?
Roger DeCoster: Pelo menos enquanto ele correr!

 

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Na largada em East Rutherford – Crédito: Simon Cudby

 

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Comemorando o tricampeonato – Crédito: Simon Cudby

 

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Ian Harrison comemorando com Dungey – Crédito: Simon Cudby

 

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Roger DeCoster, Dungey e sua esposa, Lindsay – Crédito: Simon Cudby

 

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Dungey e sua esposa, Lindsay – Crédito: Simon Cudby