Depois que Marvin Musquin venceu a etapa de abertura do AMA Supercross e Eli Tomac somou apenas um ponto, Musquin foi cotado como um dos grandes favoritos ao título da categoria 450SX.
O francês parecia tão pronto quanto jamais esteve, mas como tantos outros pilotos em 2018, um pequeno erro levou a uma lesão no ombro que atrapalhou tudo.
Musquin foi forçado a ficar fora da segunda etapa em Houston, entregando o number plate vermelho para Jason Anderson. E tem sido uma batalha difícil desde então.
Ele voltou ao campeonato em Anaheim 2 e terminou em 13º. Nas duas etapas seguintes, foi 5º e 4º respectivamente e, desde então, esteve no pódio em seis das últimas sete etapas. Em Indianápolis, no sábado, 24, finalmente Musquin voltou a vencer.
O traçado da pista contribuiu com os pontos fortes de seu estilo de pilotagem.
Musquin começou o dia marcando a volta mais rápida dos treinos classificatórios. No Main Event, venceu com 30 segundos de vantagem para o segundo colocado, Dean Wilson.
Foi uma performance dominante, mas ele ainda tem um déficit de 35 pontos para o líder Jason Anderson e restam apenas cinco etapas.
É difícil encontrar o francês sorrindo nas corridas. Após a vitória dele, o jornalista Chase Yocom, do site MX Large, aproveitou o momento de rara felicidade para conversar com Musquin. Confira a tradução da entrevista na íntegra.
Marvin, tem um longo tempo desde a sua última vitória, mas essa noite você conseguiu voltar ao topo do pódio. Como está se sentindo.
Finalmente isso aconteceu, eu diria. Os outros fizeram um ótimo trabalho durante toda a temporada e eu precisava ser melhor também e agora finalmente consegui. Isso é ótimo. Foi um Main Event louco. Vencer com 30 segundos de vantagem é uma loucura. Obviamente Eli (Tomac) caiu, mas você precisa ser inteligente, consistente e permanecer sobre a moto. Foi isso que eu fiz. Foi difícil depois que o Tomac caiu porque pensei: “ok, tenho uma grande vantagem, mas ainda preciso terminar a corrida”. Foi um longo Main Event. 27 voltas que pareceram uma eternidade. Eu precisava ser inteligente.
É muito difícil quando algo assim acontece e você tem uma vantagem tão grande? Porque sempre que está envolvido numa disputa como essa com Tomac no início da corrida, você parece mais intenso, muito focado e, logo em seguida, você não tem mais isso por causa da enorme vantagem. É mais fácil perder o foco nesse caso?
De certa forma é, mas de outro modo teria sido complicado uma disputa com ele nessas condições, até a bandeira quadriculada. Você está realmente focado, no seu melhor. E de repente o seu adversário cai e você tem uma grande vantagem. Foi incrível! Tudo pode acontecer em pistas como essa de hoje. Você tem que passar rápido pelos retardatários, mas você também pode cometer um erro e cair.
Falando em retardatários, em uma corrida de 27 voltas você passou por muitos deles. Foi muito difícil uma corrida com tantos retardatários?
Sim, é o que acontece quando você tem uma pista como essa. Ela separa muito os pilotos. É fácil cometer erros porque tinham muitos buracos. Estou feliz por ter conseguido o holeshot. Foi a melhor maneira de começar este main event.
Fazia tempo que você não conseguia um holeshot, deve ter sido bom…
Sim, com certeza, com certeza. Eu estava esperando por isso, foi incrível.
O que há em pistas complicadas e técnicas como essa? Você parece simplesmente se destacar nesse tipo de condições.
Acho que eu tento ser criativo. Eu gosto disso. Talvez eu veja coisas diferentes na pista que os outros pilotos não veem. Por isso, tento ser criativo e acertar as linhas no traçado, nas canaletas…
É uma pista que dá opções né…
Sim, exatamente. Às vezes é mais divertido, mas não é em todos os lugares que é assim. Existem algumas sessões que são mais difíceis e talvez um pouco assustadoras.
Estava nevando hoje aqui em Indy. Está ansioso para voltar para a Flórida (risos)?
Obviamente temos a sorte de ter um estádio tão bom aqui em Indy, fechado e quente. Foi louco lá fora com a neve, mas é legal ver isso. Para os fãs é uma chatice porque tivemos que fechar os boxes. Sem acesso aos boxes não havia nada para ver, tudo estava fechado e as pessoas estavam apenas se escondendo da neve.
Isso fez o dia parecer meio estranho, para ser honesto…
Um pouco, um pouquinho. Eu ainda consegui conversar um pouco com os fãs nos boxes, então foi legal.
E como está a lesão no ombro?
Está boa. Às vezes ainda dói um pouco o ligamento. Na moto não sinto muito e isso é bom. Na academia consigo me exercitar muito bem, mesmo um pouco dolorido.