Entrevista Eli Tomac: corrida atípica em Seattle

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Eli Tomac conquistou sua sexta vitória em Seattle – Foto: Octopi

 

Eli Tomac é o piloto que mais venceu o AMA Supercross 2018 na categoria 450SX. Nas condições atípicas de Seattle (chuva e lama), conquistou sua 6ª vitória, mas alguns erros cometidos durante a temporada ainda o deixam longe de seu primeiro título na categoria (atualmente está terceiro na classificação, 68 pontos atrás do líder).

Sem perder o bom humor, Tomac concedeu entrevista ao repórter Dan Lamb, do site MotoxAddicts, logo após a corrida, falando sobre a prova em Seattle e as expectativas para as quatro etapas que restam. Confira a tradução na íntegra.

 

Eli, seis vitórias, parabéns. Foi uma corrida estranha por causa das condições climáticas. Você falou pouco na coletiva de imprensa sobre como estava difícil hoje encaixar as sequências de duplos e triplos. O que havia de diferente por causa da lama?
Realmente a pista estava muito pesada e nos fez andar devagar. Parecia que os melhores pilotos de supercross estavam levando dias para completar uma volta (risos). As canaletas eram tão profundas que tínhamos que arrastar os pés e mesmo assim não conseguíamos nenhum impulso extra. Foi uma daquelas corridas em que você apenas tem que se conformar em ser lento (risos).

Como foi ter que se acostumar com a pista nessas condições tendo apenas uma sessão de treino de 10 minutos?
Foi difícil, mas nestas condições, 10 minutos era a melhor opção para todos. Mas é loucura a rapidez com que temos de nos adaptar as situações a cada fim de semana. Quando você para e pensa que vai ser apenas um treino de 10 minutos, você diz: “cara!” Mas era a única chance de se classificar para a programação noturna e ainda ter direito a escolher uma boa posição no gate. São situações para as quais você tem que estar pronto imediatamente.

 

Foto: Octopi

 

Foi uma corrida mais focada em descobrir as melhores linhas no traçado do que fazer voltas rápidas?
Sim, até porque em alguns lugares você era literalmente sugado pelas canaletas, então o foco principal no traçado era encontrar algumas linhas rápidas aqui e ali.

Visivelmente você não era o melhor no treino classificatório, mas em sua heat race você parecia muito mais agressivo do que os outros, idem no Main Event. Passou a se sentir mais confortável na pista durante a programação noturna em relação aos treinos?
Foi apenas questão de encontrar as melhores linhas do traçado em alguns pontos. Acho que em 75% da pista andei no traçado principal, mas naqueles trechos que mudei de traçado foi onde consegui abrir vantagem para os outros. Era apenas questão de relaxar e escolher algumas linhas diferentes.

O Jason (Anderson) caiu e entregou-lhe a liderança na metade do Main Event. Antes disso você sentiu que tinha ritmo para pegá-lo? Lhe pergunto isso porque você tirou três segundos numa única volta, quando a diferença era de seis.
(Risos). Isso é muita especulação, você sabe. Eu provavelmente teria descontado mais a vantagem se ele não tivesse caído. Mas se eu teria ultrapassado, não saberemos. Corridas na lama são sempre muito imprevisíveis, então nunca se sabe.

Bom, você agora tem seis vitórias em 13 etapas, mas está 68 pontos atrás do líder. Se alguém lhe falasse no início do ano: “Eli, você terá seis vitórias em Seattle, mas infelizmente estará em terceiro, 68 pontos atrás do líder”, o que você diria a respeito?
Ah! É quase um replay do ano passado, a diferença é que estou mais longe na pontuação. Não é a situação que eu gostaria, mas faz parte do jogo. Vencer é ótimo, mas os problemas que aconteceram foi culpa minha. Eu caí em Anaheim 1, me machuquei. E isso custa caro no AMA Supercross.

 

Foto: Octopi

 

Vamos encerrar fazendo mais especulação. Restam quatro corridas. Você pode vencer e alcançar a marca de 10 vitórias (risos)?
(Risos). Tudo é possível. Com boas largadas e sem cometer erros, é possível sim vencer.