Leandro Silva voltou para sua terra natal na sexta-feira, 6, para continuar a recuperação após o grave acidente em Pedra Bonita, Minas Gerais, durante a segunda etapa do Brasileiro de Motocross 2014.
Em Curitiba, Paraná, o piloto está internado no Hospital Santa Cruz, onde é atendido pelo urologista Henrique, além de contar com o apoio da família e amigos.
– Fui muito bem atendido no hospital em Minas Gerais, mas aqui está melhor, claro. Quer dizer, estou melhor por estar em casa, mas clinicamente estou um pouco pior – disse o piloto na tarde deste domingo, 8, por telefone.
Para se transferir de Minas Gerais para o Paraná, a família Silva fretou um avião com médicos e enfermeiros, já o que atleta não poderia vir em avião comercial por causa da gravidade de sua lesão no rim.
O pulmão direito, que a princípio era o órgão que mais preocupava por causa da perfuração, está bem, funcionando normalmente. Mas o rim sofreu uma lesão de grau 4 (grau 5 é o mais grave) e esta agora é a maior preocupação.
– A viagem foi um pouco complicada. Tinha médico, enfermeira, toda estrutura, mas teve muita turbulência e eu sofri bastante sangramento. Perdi tanto sangue que cheguei aqui e o hematócrito deu 26, enquanto o normal é 40 (trata-se da porcentagem de volume ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue). Chegaram a cogitar uma transfusão de sangue. Durante a viagem me deram morfina para aguentar e não senti dor, mas o rim foi prejudicado. Lá em Minas estava bem, com 40, mas por causa da viagem baixou para 26 – detalha o atleta.
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Após análise do médico de Curitiba, Leandro está proibido de levantar da cama. Só pode ir ao banheiro e deve ficar neste nível de repouso por mais duas semanas. Depois vai para casa, para mais dois ou três meses de pouca atividade e bastante repouso.
– Não estou pensando em voltar a andar de moto ainda. Não sei nem se volto a competir novamente. É muito esforço e pouco retorno. Nunca tinha sofrido um acidente que colocasse a minha vida em risco. É diferente de fratura, que é uma coisa normal. Andar de moto eu sempre vou, mas vou pensar e discutir com a família o meu futuro como competidor em alto nível – afirmou o atleta.
Do quarto do hotel, Leandro contou que assistiu a terceira etapa do Arena Cross, realizada no sábado, 7, em Goiânia, Goiás.
– Acabei mudando de canal na metade da segunda bateria. Campano sobrou de novo, mas na TV parece que todo mundo anda em câmera lenta – analisa.
O pai do piloto, Elievan Silva, em conversa com o BRMX fez questão de agradecer a equipe médica que tratou de seu filho em Minas Gerais, além do apoio de diversas pessoas que acompanharam o caso.
– Fico agradecido a todos que se dispuseram a nos ajudar neste caso. Muita gente lá de Minas, familiares de alunos do nosso CT, o Mauricio (Brandão) da Federação de Motociclismo de Minas Gerais, e em especial ao doutor Fabrício Machado da Silveira e toda equipe do hospital de Carangola, que atenderam o Nando (forma carinhosa do pai chamar o filho) – afirmou.
O acidente que deixou o piloto lesionado aconteceu no dia 1º de junho e praticamente tira Leandro Silva do restante da temporada pelo segundo ano consecutivo. Ano passado o atleta sofreu uma lesão no ombro durante o mês de abril e só voltou a competir mais de oito meses depois, já em 2014.