Chad Reed chega a 200 corridas no AMA Supercross e comenta alguns momentos da carreira

||

reed_cudby
Reed quer ultrapassar a marca de Mike LaRocco – Crédito: Simon Cudby / RacerX

 

Durante a 13ª etapa do AMA Supercross 2016, em Indianápolis, Indiana, o australiano Chad Reed completou 200 corridas – muito bem aproveitadas – na modalidade.

Rei dos pódios consecutivos no Supercross, Reed é dono do segundo recorde de corridas e pretende ser o primeiro quando chegar a marca de 228 provas – sendo Mike LaRocco o recordista, que encerrou sua carreira no SX com 227.

O aussie sempre foi um piloto de altos e baixos. Ao mesmo tempo que pode ir muito mal em uma corrida, na outra ele está pronto para a vitória. Na temporada 2016, o australiano ocupa a quinta posição na classificação geral, com uma diferença de 110 pontos do atual líder, Ryan Dungey.

O site norte-americano RacerX conversou com o piloto após a 14ª etapa em Saint Louis, Missouri, no último sábado, 16. Confira!
Duzentas corridas! A primeira foi em Anaheim em 2002. Você jogou Nick Wey pra fora das pistas na corrida classificatória, mas esse cara venceu. E aqui está você 199 corridas depois.
Chad Reed: É muito louco pensar nisso. Duzentas corridas passaram muito rápido. É até meio triste pensar em quão rápido passou. Sinceramente estou gostando mais do meu desempenho agora. Ainda passamos por momentos complicados, mas sinto que estou tão competitivo como naquela época. Quero estar no pódio mas não estou conquistando boas posições e nem tendo boas largadas. Hoje a noite tive um problema e lutei muito nas últimas cinco voltas.

Eu ia perguntar se você cometeu algum erro, porque você estava perto de conquistar o quarto lugar e em seguida perdeu o ritmo.
Chad Reed: Acho que fui o quarto essa noite (Reed na verdade ficou em quinto). Mas nas últimas cinco voltas não consegui acelerar como eu queria. Praticamente fui empurrando a moto. Isso é uma questão que vamos ter que trabalhar, porque aconteceu na semana passada. Não foi tão ruim como essa, acho que foram nas duas últimas voltas, mas na corrida de hoje, foram as cinco finais. Talvez seja uma questão de embreagem. Acho que para todos essa noite foi difícil. Eu assisti a Semi e senti que Dungey estava com dificuldade também, assim como meus parceiros da Yamaha.

E talvez a pista também, certo?
Chad Reed: Sim. As duas últimas corridas foram complicadas. Acho que na semana passada o ritmo estava mais lento porque estava bem complicado, hoje fomos mais atrevidos. Isso é um problema que vamos ter que resolver.

Olhando 200 corridas atrás, com Ricky Carmichael e James Stewart com alguns títulos. O que você lembra com mais intensidade?
Chad Reed: Os anos com Ricky eram mais divertidos, porque acho que os nossos equipamentos eram melhores. Em 2003 foi o meu ano de estreia e a moto era muito boa. Eu sentia como era bom. Em 2004 eu ganhei, mas obviamente Ricky não estava correndo. 2005 foi muito frustante pelo fato de que eu sabia que podia vencer, mas não conseguia fazer as coisas que normalmente eu era capaz.

Mas a Yamaha nos disse que a estrutura e as características eram as mesmas.
Chad Reed: Eu lembro que quando tiraram minha moto no ano em que venci, fizemos uma comparação. Estava muito melhor em 2004 e logo em seguida, eles praticamente colocaram aquela moto em um furgão e enviaram para o museu. Olhando para trás, acho que teria sido bom sentar com a equipe e ter uma reunião. “Ok, não podemos correr com essa moto, você não tem essa opção, mas vamos tentar usar os mesmos equipamentos e ferramentas para fazer uma 2005 melhor ainda.” Eu acho que teria sido melhor para nós, mas eles apenas tiraram ela de mim e foi isso. Você sabe o que é o melhor a ser feito. Então em 2006 foi a mesma coisa. Em 2007 provavelmente foi o meu pior ano. Eu diria que foi o melhor da carreira de James Stewart. Aquela combinação de Kawasaki com Stewart foi inacreditável. Pelo que ouvi, ele disse que a moto em 2007 era terrível. Mas era inacreditável o quão rápido ele era. Em 2008, fizemos grandes mudanças e ganhamos novamente. 2009 foi um ano bom também. Ter feeling é tudo em uma corrida. Às vezes o vento está a seu favor e às vezes contra. Isso faz parte da vida.

Conversamos sobre como Stewart e Carmichael vencem com dez ou quinze segundos de vantagem sobre você em um Main Event e você sempre fala “sim, vou fazer algumas alterações e voltar”. E você nunca é derrotado. Na semana seguinte, você ganha! Isso é muito difícil nesse esporte, quando geralmente se forma uma hierarquia. Acho que este é o seu ponto mais forte. Você simplesmente nunca aceita, não importa o quão ruim a situação esteja.
Chad Reed: Sim. Após 200 corridas, realmente as coisas não mudaram. Eu não saio de nenhuma corrida pensando que esses pilotos me humilharam. Eles não são assim. Eles estão confiantes e estão se preparando muito bem. Não que eu não esteja, não estou dizendo isso. Mas percorremos um grande caminho até aqui e precisamos de algumas temporadas ruins para enxergar os nossos problemas e permitir ser um piloto melhor. Alguns anos dá tudo certo, outros não. Estou fazendo o meu melhor e sei que em um fim de semana, quando tudo estiver em ordem, posso brigar pelo primeiro lugar. É isso me mantém, isso que me faz ficar animado em renovar contratos. Estou animado para a próxima e pelo menos para mais 27 corridas, para que possa vencer LaRocco – o recordista do Supercross.

 

reed_2003
Reed em 2003 – Crédito: Arquivo Pessoal

 

reed_cudby (5)
Com os dois filhos – Crédito: Simon Cudby / RacerX

 

reed_cudby (3)
Reed acredita na vitória – Crédito: Simon Cudby / RacerX