No sábado, 7 de março, durante a 10ª rodada do AMA Supercross 2020, Chad Reed disputou aquela que foi provavelmente sua última corrida em Daytona, já que ele próprio anunciou no início do ano que esta será a última temporada de sua carreira.
Ou seja, as próximas sete rodadas do campeonato também serão as últimas sete chances de vê-lo em ação numa corrida de supercross. Ou até menos que sete chances, já que o australiano não descarta a possibilidade de se ausentar de algumas rodadas para disputar corridas de Lamborghini na Europa.
O site da revista americana Racer X conversou com Reed logo após o término do Main Event da categoria 450SX em Daytona. Confira a tradução na íntegra.
Então, 13º hoje?
Sim, com sorte terminei em 13º.
Semana passada foi 15º, você está evoluindo…
Sim, estou. Honestamente me diverti muito hoje, foi bem bom. Meu ritmo está lentamente começando a voltar, a moto está começando a ficar melhor. É uma combinação. Eu tinha um objetivo hoje e meio que não consegui alcançar. Estava em 12º e teria ficado feliz se tivesse terminado assim. Fui um pouco desleixado nas últimas três voltas e então o Benny (Bloss) acabou me passando.
Você está tentando evoluir a cada rodada e está conseguindo. Você se comprometeu muito com os treinamentos nos últimos dois meses para conseguir esta evolução que vimos hoje?
Sim e não. Não foi apenas um comprometimento comigo mesmo. Eu me comprometi com os meus fãs e com algumas pessoas do meu círculo pessoal que estão me ajudando muito. São vários patrocinadores me apoiando financeiramente e colocando o seu nome em risco. Então eu não poderia simplesmente desistir de evoluir no desempenho e nos resultados. Mas definitivamente havia uma parte de mim que pensava: “isso não é mais divertido”. Mas a diversão voltou a partir da rodada de Arlington. Então, desde de Arlington voltei a me divertir. Hoje aqui em Daytona foi a corrida mais divertida do ano pra mim. Eu amo Daytona. Dificilmente as corridas não são divertidas aqui. Honestamente, estou me aposentando porque não gosto desse supercross moderno. O amor que eu tinha meio que foi embora. Mas aqui é diferente, pilotar na areia exige muito mais técnica. Foi divertido porque é esse o estilo que eu realmente gosto. Espero que possamos continuar evoluindo a cada rodada. A previsão do tempo onde eu treino indica chuva, mas espero que não se confirme. Choveu muito nos últimos dias, semana passada tivemos uma trégua, foi a única semana que consegui treinar de moto por dois dias seguidos (risos).
E que tal sua Heat Race hoje? Teve seu momento de glória com o holeshot…
Sim, consegui fazer uma ótima largada. Eu gostaria de ter brigado um pouco mais no pelotão da frente, precisava ser mais fluído, faltou um pouco de ritmo e tudo mais.
No início da temporada você ainda estava se recuperando de uma fratura nas costelas, sofrida no Supercross de Paris do ano passado. Antes da abertura em Anaheim você chegou a se questionar se conseguiria se divertir mesmo que a sua pilotagem ainda não estivesse 100%?
Não, essa temporada tem sido incrível desde a abertura em Anaheim, mas eu realmente gostei deste fim de semana aqui em Daytona. A corrida em si foi horrorosa, mas mesmo assim tudo foi incrível dentro e fora da pista. Na maioria das vezes costuma ser assim o ano todo. Era apenas uma questão de me recuperar e voltar a ficar 100%. Na rodada de Glendale voltei a fraturas duas costelas e isso meio que foi um balde de água fria. É uma merda, porque eu quero estar em todas as corridas. Obviamente, no fim de semana seguinte em Oakland, tive que assistir tudo da arquibancada. Mas também foi um choque de realidade porque pensei: “se os resultados não estão vindo é porque ainda não dei meu melhor”. Meus fãs sempre estão lá, me incentivando e mostrando o quanto gostam de mim. Isso acabou me motivando ainda mais. Esse choque de realidade me fez muito bem.
Você veio aqui para Daytona com uma van velha. O caminhão da sua equipe teve algum problema no motor ou algo parecido?
Sim, explodimos o motor. Nem sei o que o motorista fez, mas perdemos o motor (risos). Hoje basicamente tivemos que pegar somente o essencial e jogar dentro da van. Se tudo der certo, vamos ter o nosso caminhão de volta para a rodada do próximo sábado em Indianapolis. Ele está recebendo um novo motor, por isso espero que nosso motorista já esteja na estrada quinta-feira de manhã. Domingo faço 38 anos de idade, tenho 20 de carreira. Já estou acostumado com situações assim (risos).