Encerrada a temporada 2019 do AMA Motocross, agora é um bom momento para passar a limpo o que tem acontecido nos bastidores entre pilotos e equipes, no que diz respeito ao futuro de cada um para a temporada 2020.
Para os favoritos ao título, os contratos quase sempre são assinados (ou renovados) ainda nas etapas finais do AMA Supercross, enquanto que um piloto em ascensão precisa provar o seu valor também no AMA Motocross, caso queira um lugar ao sol na temporada seguinte.
Mesmo que nem sempre os acordos sejam anunciados de forma oficial, muitas informações e boatos correm pelos bastidores das corridas, semana após semana, dando uma boa ideia de como poderá ser a formação das equipes na próxima temporada.
Vale destacar que os contratos de Eli Tomac, Marvin Musquin e Ken Roczen com suas respectivas equipes se encerrariam no final de 2019 e cada um poderia exigir um preço alto pela renovação.
Mas, em vez de forçar negociações ao ponto de ruptura, os três decidiram permanecer com suas respectivas equipes, assinando renovações que podem durar até o final de suas respectivas carreiras.
O último “peixe grande” a definir seu futuro foi Adam Cianciarulo, que assinou com a Monster Energy Kawasaki para ser o companheiro de Eli Tomac na categoria 450, no AMA Supercross e AMA Motocross.
Também haverá muito o que assistir na categoria 250. Muitos jovens pilotos decidiram que é hora de se separar das equipes com as quais passaram os anos de formação de suas carreiras, para alçar voos mais altos.
Se você é um grande fã do AMA Supercross e AMA Motocross, sabe que tudo pode mudar a qualquer momento. E estas primeiras mudanças já poderão ser vistas em outubro, durante o Monster Energy Cup 2019 em Las Vegas.
HRC Honda
Ken Roczen renovou contrato por três anos, até o final da temporada 2022. Já Cole Seely surpreendeu ao anunciar recentemente sua aposentadoria das corridas profissionais, aos 29 anos de idade.
Com isso, a segunda vaga para quem for andar de CRF450R no próximo ano está aberta. Segundo rumores, Joey Savatgy, Justin Brayton e Malcom Stewart foram sondados, mas o que tem dificultado a negociação são as condições impostas pela equipe.
A Honda quer fazer contrato de apenas um ano, já que em 2021 quer Chase Sexton como companheiro de Roczen na categoria 450 do AMA Supercross e AMA Motocross.
Monster Energy Kawasaki
Eli Tomac teve seu contrato renovado até o final da temporada de 2021. Adam Cianciarulo foi contratado para ser seu companheiro de equipe e fará sua primeira temporada de 450 no AMA Supercross e AMA Motocross 2020.
Com a chegada de Cianciarulo, Joey Savatgy, cujo contrato encerra ao final desta temporada, ficará sem equipe. Mas nem tudo está perdido. Na lista dos que podem assumir a vaga de Seely e ser o novo companheiro de Roczen, Savatgy é o favorito da Honda (após boa temporada de estreia na categoria 450 do AMA Supercross deste ano).
Monster Energy Yamaha
Uma das equipes que continuará com os mesmos pilotos. Justin Barcia e Aaron Plessinger, cujos os respectivos contratos encerram no final de 2020, seguem sendo os pilotos oficiais Yamaha na categoria 450 do AMA Supercross e AMA Motocross.
Red Bull KTM
Outra equipe que permanece com os mesmos pilotos. Marvin Musquin teve contrato renovado até o final da temporada 2021. O de Cooper Webb termina no final de 2020, mas se repetir o bom desempenho que teve em 2019 (com direito a título na categoria 450SX do AMA Supercross), as perspectivas de renovação para 2021 são boas.
Rockstar Energy Husqvarna
Uma das poucas equipes que mantem os pilotos das categorias 450 e 250 debaixo do mesmo toldo. O contrato de Jason Anderson termina no final de 2021, o de Zach Osborne, no final de 2020.
Idem o contrato de Dean Wilson, que começou o AMA Supercross 2019 num esquema privado, com apoio da equipe, e acabou sendo chamado para a vaga de Anderson, quando este se lesionou. Wilson teve seu vínculo renovado até o final de 2020, fazendo com que a Husqvarna tenha três pilotos em sua equipe oficial de fábrica na categoria 450.
Três vagas na categoria 250 são consideradas completas para 2020: Thomas Covington, cujo vínculo termina no final de 2020, RJ Hampshire, que deixou a GEICO Honda e está assinando com a equipe, e Michael Mosiman, que teve seu contrato renovado até o final de 2021.
Com contrato até o final deste ano, Jordan Bailey deve deixar a equipe e seu futuro ainda é incerto.
JGRMX Yoshimura Suzuki
O planejamento desta equipe depende do acerto com um patrocinador master para 2020 (leia-se dinheiro) e eles estão bem próximos de acertar com o cassino de propriedade da própria Joe Gibbs Racing, localizado na Carolina do Norte, Estado sede da equipe.
A JGRMX estava com Justin Hill e Weston Peick confirmados na categoria 450 para 2019, mas as coisas deram errado em novembro de 2018, quando Peick sofreu ferimentos graves no Supercross de Paris, enquanto que Hill ficou chocado ao ver seu amigo em estado crítico.
Peick se recuperou bem das lesões (várias fraturas no crânio, além da perda parcial da visão devido a danos nos nervos de um dos olhos), mas ainda é incerto se ele poderá competir novamente em nível profissional.
Quanto a Hill, ele lutou contra acidentes e ferimentos menos graves, sofridos no AMA Supercross e AMA Motocross. A última lesão, que o deixou fora de todo o restante da temporada, foi no ombro.
De início, Hill estava fora dos planos da equipe para 2020 (seu contrato termina no final desta temporada), mas a JGRMX quer pelo menos dois pilotos na categoria 450 no próximo ano, e se tiver insucesso na contratação de um novo nome, pode reconsiderar a permanência de Hill na equipe.
Chad Reed disputou a temporada 2019 do AMA Supercross com a equipe, e cogitou a possibilidade de disputar algumas rodadas do AMA Motocross, antes da lesão sofrida na rodada de Seattle.
De acordo com informações da mídia especializada dos Estados Unidos, Reed deve continuar com a equipe em 2020, naquela que deve ser a sua última temporada antes da aposentadoria.
Fredrik Noren juntou-se à equipe como piloto substituto para o restante do AMA Motocross 2019 e vez ou outra manteve a moto amarela dentro do top 5, terminando em 8º no campeonato da categoria 450.
Segundo informações, Noren deve assumir a vaga deixada por Chad Reed após o final da temporada 2020 do AMA Supercross (quando o australiano deve se aposentar).
Ainda na 450, a JGRMX ofereceu um contrato de dois anos para Joey Savatgy, e mesmo que ele seja o favorito da Honda para assumir a vaga deixada por Cole Seely, as negociações difíceis com a equipe vermelha tonam a Suzuki uma opção melhor.
Alex Martin é o único piloto da equipe na categoria 250 com contrato ainda em vigência. Seu vínculo com a JGRMX termina no final da temporada 2020.
Os pilotos Kyle Peters e Jimmy Decotis, além do brasileiro Enzo Lopes, tinham contrato de apenas um ano com a JGRMX, e apenas para a disputa do AMA Supercross 2019. Enzo e Decotis tiveram problemas de saúde (o brasileiro sofreu uma lesão no osso escafoide, enquanto que Decotis ficou doente), então Peters acabou sendo o único companheiro de Martin na categoria 250.
Os três (Peters, Enzo e Decotis) possuem uma relação estreita com a equipe, por isso, se possível, esperam permanecer com a JGRMX na temporada 2020.
E dependendo de quem for o patrocinador master (ou seja, da quantidade de dinheiro que a equipe tiver à disposição para a próxima temporada), a JGRMX ainda pode anunciar a contratação de Isaac Teasdale, jovem revelação oriundo dos campeonatos amadores de motocross dos Estados Unidos.
Rocky Mountain ATV-MC WPS KTM
Blake Baggett tem contrato com a equipe até o final da temporada de 2021, e conforme informações que circulam no paddock, uma vez que o contrato estiver terminado, ele já anunciou que sua carreira estará encerrada.
Para a segunda vaga, a equipe mantém o costume de assinar contrato de apenas uma temporada. Foi assim que Benny Bloss conseguiu se manter com o time por várias temporadas nos últimos anos, mas uma lesão no joelho, ainda na pré-temporada, fez com que ele fosse substituído por Justin Bogle em 2019.
De acordo com rumores, a equipe gostaria de ter três pilotos em 2020, o que permitiria poder contar com Bloss e Bogle. Mas caso isso seja inviável, somente um dos dois poderá ser escolhido.
Os resultados deles no AMA Motocross 2019 poderiam ser o fator de desempate, mas ambos conquistaram resultados muito semelhantes ao longo da temporada, o que torna a decisão ainda mais difícil para os dirigentes da equipe.
SmarTop MotoConcepts Honda
Com suporte técnico do time oficial de fábrica, esta equipe se tornou, nos últimos anos, uma ótima opção para pilotos de nome no esporte, mas que estavam desempregados e sem perspectiva de assinar com ninguém.
Justin Brayton tem contrato até o final da temporada 2020. Este acordo foi assinado em 2018, e na época ele estava na melhor fase de sua carreira no quesito resultados (venceu a rodada de Daytona do AMA Supercross). Ao que tudo indica, o final do atual contrato também pode significar o fim da sua carreira.
Malcom Stewart foi contratado este ano, mas disputou apenas a primeira rodada do AMA Supercross 2019, já que na segunda sofreu uma fratura no fêmur.
Ele teve seu contrato renovado para 2020, já que a equipe ficou impressionada com sua velocidade, habilidade técnica e ética no trabalho, por isso estão esperançosos de que ele seja um candidato às vitórias nos Main Events do AMA Supercross 2020.
Já o polêmico Vince Friese possui uma longa história com a equipe, sempre assinando contratos de uma temporada, renovado ano após ano.
Um rompimento nos ligamentos do joelho o impediram de disputar toda a temporada 2019 do AMA Supercross, mas ele passou por cirurgia, está 100% recuperado e já faz pré-temporada com a equipe, na Califórnia.
Monster Energy Pro Circuit Kawasaki
Pode haver grandes mudanças nesta equipe em 2020, já que dois pilotos de longa data estão de saída.
Adam Cianciarulo vai disputar a categoria 450 pela equipe oficial de fábrica da Kawasaki.
Martin Davalos disse que só subiria para a categoria 450 se fechasse acordo com alguma equipe, mas os problemas recorrentes de uma lesão no pescoço podem forçá-lo a encerrar prematuramente sua carreira, sequer permanecendo na categoria 250.
Austin Forkner e Garrett Marchbanks ainda possuem longo contrato em vigência com a equipe e são favoritos ao título nas competições que disputarem.
A vaga deixada por Cianciarulo já foi preenchida. Mesmo que ainda sem um anúncio oficial, Jordon Smith deve assinar com a equipe.
A outra vaga ainda é incerta, já que a Kawasaki possui uma riqueza de talentos oriundos das competições amadoras, através do programa Team Green, além da longa lista de profissionais sem equipe.
Nomes como Brandon Hartranft, Jordan Bailey, Mitchell Falk, Mitchell Oldenburg e Sean Cantrell ainda esperam fechar acordos para a próxima temporada.
Monster Energy Star Racing Yamaha
Outra equipe que deve sofrer poucas mudanças em seu quadro de pilotos para 2020. Quatro de seus cinco pilotos possuem contrato de vários anos com a equipe, são eles: Dylan Ferrandis, Colt Nichols, Justin Cooper, e Ty Masterpool.
O único que está em final de contrato e deve ficar fora dos planos da equipe é Mitchell Oldenburg. Mas ele já tem um substituto. Ainda sem anúncio oficial, Shane McElrath, que passou toda a sua carreira profissional com a Troy Lee Designs KTM, deve assinar com a equipe
GEICO Honda
Chase Sexton, Hunter Lawrence, Jeremy Martin e Christian Craig possuem longos contratos, e por isso permanecem com a equipe, mas Craig, por doping, está suspenso até março de 2020.
O contrato de RJ Hampshire termina no final deste ano e ele deve assinar com a Rockstar Energy Husqvarna para 2020.
Entre os amadores, Jo Shimoda fez sua estreia profissional na rodada de Unadilla do AMA Motocross 2019. Idem Jett Lawrence e Carson Mumford, mas estes dois últimos ainda vão ter que esperar um pouco mais antes de disputar uma temporada completa com a equipe.
Troy Lee Designs Red Bull KTM
Equipe que mais deve sofrer mudanças em seu quadro de pilotos para 2020. Jordon Smith, Shane McElrath e Mitchell Falk, todos com contrato encerrado no final desta temporada, estão de saída. Idem Sean Cantrell, mas para esse o futuro ainda é incerto.
Cameron McAdoo, piloto substituto da equipe no AMA Motocross 2019, possui boas chances de ter seu contrato renovado para toda a temporada 2020.
Derek Drake, que possui contrato de vários anos com a equipe, por enquanto é o único com futuro garantido por aqui.
E segundo informações da mídia especializada, Brian Moreau, um adolescente francês oriundo do Campeonato Europeu de Motocross na categoria MX2 (espécie de “vestibular” do Mundial de Motocross), já está com um pré-acordo assinado com a Red Bull KTM, quando atingir a categoria 450.
Antes, enquanto ainda estiver na 250, deve fazer “escala” na Troy Lee Designs KTM (isso está bem próximo de se confirmar).
CycleTrader Rock River Yamaha
Seus dois pilotos, Brandon Hartranft e Jacob Hayes, estão em final de contrato, e por enquanto ainda é incerto se eles permanecerão com a equipe ou se novas contratações serão feitas.
H.E.P. Motorsports Suzuki
Mesma situação da Rock River Yamaha, porém, aqui parece que as coisas estão um pouco mais concretas. Seus três pilotos de 2019, Kyle Chisholm, Alex Ray e Adam Enticknap devem renovar com a equipe para 2020.