Ryan Villopoto escreve carta aberta aos fãs sobre sua transferência para o Mundial de Motocross

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Nesta segunda-feira, 6, Ryan Villopoto escreveu um texto falando sobre a sua transferência para o Mundial de Motocross. RV é sempre comedido nas suas palavras, mas é interessante ver alguns detalhes do que ele pensa sobre o assunto. Além disso, ele revela que chegou a pensar em se transferir para as competições de carros e que deve ser liberado para andar de motocross apenas em novembro. Por outro lado, ainda não fala nada sobre qual número utilizará em sua moto no MXGP, uma das grandes dúvidas dos internautas desde o anúncio da sua ida para a Europa. Leia abaixo a tradução do BRMX. O texto original, em inglês, você lê clicando aqui.

 

Um novo desafio – indo para a Europa

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Ao lado da esposa, Kristen, durante o período afastado das competições – Foto: RV Facebook

 

Olá, pessoal.

Neste momento você provavelmente já sabe que eu vou correr o MXGP na próxima temporada. É um alívio poder tirar isso do meu peito e compartilhar com vocês. Sei que o suspense estava deixando alguns de vocês loucos, mas eu precisava manter minha boca fechada até que meu contrato com a Kawasaki dos Estados Unidos estivesse completo. Juntos vivemos grandes momentos e temos boas memórias, mas agora é hora de trocar e tentar coisas diferentes.

Sei que muitos especularam que eu iria me aposentar e, honestamente, pensei nisso. A vida de um piloto de motocross profissional pode ser bem difícil – especialmente se você cai muito, lol. Será que eu queria subir toda aquela escadaria outra vez? Voltar à forma? Não sei se eu gostaria de fazer isso tudo novamente. Já passei por isso duas vezes – voltar de lesão grave. Mesmo que daqui até o GP do Catar sejam cinco meses de intervalo.

Desde que eu digeri e aceitei, “ok, é isso mesmo”, se transformou em um trabalho em andamento. É engraçado, porque mesmo que a Kawasaki seja uma única empresa, KMC, KME e KHI são três entidades diferentes. Então tínhamos que relacionar tudo e colocar tudo na direção certa, alinhando todas as partes juntas. Levou algum tempo.

Depois, tem meu aspecto físico. Não é como vir das férias, duas semanas de folga, e ai voltar aos treinos. Você não perde muito nestas condições (de férias). Agora, é definitivamente uma montanha muito maior para subir.

Algumas coisas me deixam nervoso. Obviamente, viajar para países diferentes. Alguns países são um pouco estranhos, então tem coisas que preciso me preocupar. Aprender as armadilhas do mercado. E tenho que aprender muito rápido, lol.

Quando se trata das pistas, da moto, são as coisas em que eu sou bom. Tenho uma ótima estrutura vindo da KMC. Nossa moto de fábrica é uma das melhores. A Kawasaki da Europa tem uma moto boa também. A melhor coisa é que será basicamente a mesma moto – com algumas peças e regulagens um pouco diferentes. Sei como gosto da minha moto. Planejo fazer do mesmo jeito. 

Em termos de competição, já corri contra a maioria dos pilotos no MX das Nações, apesar do Nações ser uma corrida difícil de tirar conclusões. É como Anaheim 1. Não é o melhor lugar para traçar prognósticos. Acho que Tony Cairoli será um dos meus principais adversários. Você não pode pensar que ele não será o cara. Ele ganhou oito anos seguidos! E ainda há outros pilotos, como Gautier Paulin e Steven Frossard. Os europeus serão duros. Acho que eles vão me surpreender em algumas áreas, e eu vou surpreender eles em outras.

Vamos à Bruxelas (Bélgica) no dia 10 de outubro para conhecer o time. Já conheço alguns deles, mas vamos também ver a loja de competições, que fica na Holanda, a cerca de 60 quilômetros da onde meu amigo e companheiro de time, Tyla Rattray, mora – nas proximidades de Lommel. Ele vai fazer alguns testes na pista de Saint Jean D’Angely (na França), onde eu corri a última vez o Motocross das Nações em 2011.

No mais, estou pensando em aproveitar este última ano (de carreira). É um acordo de um ano só. Vou encerrar minha carreira ganhando ou perdendo no fim da próxima temporada. Mas adoraria terminar ganhando e no topo. Não direi se será mais difícil ou mais fácil, mas com certeza será diferente. Sei que muitos de meus fãs estão chateados que eu não disputarei o AMA Supercross e o AMA Motocross, mas espero que vocês me sigam nos GPs. Serão corridas que você não vai querer perder.

RV 

 

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Por enquanto, o piloto está liberado apenas para pedalar – Foto: RV Facebook