Uma equipe 100% nordestina no Brasileiro de Motocross 2019

||

Um sonho de muitos anos está se tornando realidade em 2019. Pela primeira vez uma equipe formada 100% por pilotos nordestinos está disputando o maior campeonato de motocross da América Latina, o Brasileiro de Motocross. Esta equipe nada mais é do que o Team Nordeste de Motocross.

O projeto teve início no final de novembro do ano passado, numa conversa em um grupo de WhatsApp. Quatro pessoas “compraram” a ideia, foram à luta e rapidamente tudo estava concretizado.

O projeto foi primeiramente apresentado para seis pilotos, que prontamente aceitaram representar a nova equipe, são eles: Rodrigo Lama (MX1), Juninho Ferreira (MX2), Netinho (MX2 Junior), Alan Lucena (MX3), Rozivaldo (MX4) e Janiedson (230cc).

 

Alan Lucena, piloto da equipe na categoria MX3

 

Cinco Estados do Nordeste estão representados na equipe: Sergipe (Lama e Rozivaldo), Pernambuco (Juninho), Bahia (Alan Lucena), Ceará (Netinho) e Rio Grande do Norte (Janiedson).

 

Janiedson, piloto da equipe na categoria Nacional 230cc

 

O projeto já foi apresentado para algumas empresas de nível nacional e aceito pelas mesmas, são elas: MRP, ASW, Circuit, Trato Graphics, Off Road Tendas, Gaerne, Mobil, ProX, S2 Sports, Borilli Racing Pneus Off-Road, Paraguaio MX School, Braed, Rider Fit MX Personal Trainer, Sensei Suspensions, Marcelo Preparações, Transcruz, Andrik Ideias Planejadas e CBM, entre outras.

 

 

Profissionais de renome nacional também se prontificaram a apoiar a equipe, dentre eles: Nilzo Maguila, Sensei Suspensions (Ricardo Sato), Dr. Macio Jr (fisioterapeuta), Marcelo Alves (mecânico), Guilherme Lubcke (preparador físico), Andrik Ramos (designer) e vários outros nomes que estão em avançado estágio de negociação.

Tiago Cruz (empresário e piloto) é o chefe da equipe, que ainda tem Talvan Teixeira, do site S2 Sports, como manager na parte comercial e assessor de imprensa.

 

Netinho, piloto da equipe na categoria MX2 Junior

 

A equipe ainda não definiu se irá utilizar uma marca específica de motocicletas, nesse quesito existem negociações em andamento.

A parte financeira do time vai funcionar como uma cooperativa de apoiadores, sendo todos da região Nordeste. Até o momento 50 pessoas já estão contribuindo com o projeto.

 

Rodrigo Lama, piloto da equipe na categoria MX1

 

Além de seus pilotos oficiais, a equipe também está levando três pilotos da região para conhecer a competição, como forma de ajudar a difundir ainda mais o campeonato. Nesse caso a equipe leva em todas as etapas as motos de pilotos aleatórios que desejam competir no campeonato, sem custo algum para os mesmos.

O time se desloca para as etapas em duas vans, sendo uma apenas com os pilotos e outra com a estrutura e as motos.

 

Rozivaldo, piloto da equipe na categoria MX4

 

No dia 22 de dezembro de 2018, os pilotos assinaram contrato com a equipe, se comprometendo a partir de então a estarem oficialmente fazendo parte deste projeto inovador.

A sede da equipe está localizada em Delmiro Gouveia, município de Alagoas, e de lá sai para disputar todas as etapas do Brasileiro de Motocross 2019.

Para obtenção do sucesso do projeto, uma frase foi importante:

– Juntos seremos sempre mais.

Com um pouco de cada um, a soma é a realização de um sonho que há muito tempo era desejo dos apaixonados pela modalidade na região Nordeste, muitas vezes esquecida quando o assunto era motocross.

O Nordeste na atualidade tem campeonatos fortes e de premiação elevada, competições que já há alguns anos atrai pilotos dos quatro cantos do país.

Avante Team Nordeste!

 

Análise: 1ª etapa Brasileiro de Motocross 2019 – Alfenas, Minas Gerais

– Sem dúvida foi a etapa mais difícil de todas até agora, justamente por ser a primeira, nossa estreia, nosso pontapé inicial na temporada e no campeonato. Nesta etapa acertamos com dois novos patrocinadores: MRP e Borilli Racing Pneus Off-Road. A ASW ficou de nos entregar os equipamentos personalizados da equipe nesta etapa, mas infelizmente, na semana que antecedeu as corridas, foi aquela semana do incêndio na fábrica deles. Ficamos chateados por eles, e apreensivos também, pois não sabíamos se iriámos receber o produto. Cada piloto levou seu próprio equipamento, independente da marca. Chegando lá fomos informados que o nosso equipamento havia sido perdido no incêndio. Por sorte, o pessoal da MRP nos cedeu alguns equipamentos da ASW, um para cada piloto. Graças a Deus conseguimos um pódio já no sábado, na categoria Nacional 230cc, com o piloto Janiedson. No domingo, como todos sabem, a programação foi cancelada por causa da chuva. No meu ver, essa foi a etapa mais complicada até agora, pois toda nossa ansiedade e expectativas como equipe tiveram que ser “transferidas” para a segunda etapa.

 

 

Análise: 2ª etapa Brasileiro de Motocross 2019 – Morrinhos, Goiás

– Fizemos uma viagem tranquila, todos os pilotos da equipe treinaram juntos, então as coisas foram mais bacanas nesta segunda etapa, bem melhores do que na primeira. Todos gostaram da pista de Morrinhos e a maioria brigou por boas posições em suas respectivas categorias, alguns finalizando dentro do top 10, outros dentro do top 20. Deixamos escapar dois pódios, um na MX3 e outro na 50cc. Foi por detalhe, coisas de corrida, mas que infelizmente acontecem. Mas num contexto geral foi uma etapa bem boa para nós.

 

 

Análise: 3ª etapa Brasileiro de Motocross 2019 – Três Lagoas, Mato Grosso do Sul

– Nossa melhor etapa até o momento. A pista era bem complicada, muito difícil. Para economizar e evitar o desgaste dos pilotos, ficamos em São Paulo, para evitar de ir até o Nordeste e depois ter que voltar para o Centro-Oeste. Tivemos 10 dias de treinos, que foram muito bem aproveitados, nossos pilotos foram com tudo para esta etapa. Conseguimos fazer top 10 na MX1, top 15 na MX2. Os pontos negativos foram na MX2 Junior (nosso piloto Netinho caiu na segunda volta e deslocou o ombro), na 50cc (problemas na moto do Rafa o deixaram fora da corrida ainda na largada) e na MX4 ainda nos treinos em São Paulo, onde nosso piloto Rozivaldo caiu e quebrou a clavícula, o que vai deixá-lo fora das corridas até setembro. Na MX3 o Alan Lucena caiu, voltou em 23º, fez corrida de recuperação e terminou em 7º. O pódio está cada vez mais perto e tenho certeza que logo fará parte da rotina da equipe.

 

Juninho Ferreira, piloto da equipe na categoria MX2