Super Trilha: o belo gesto de Paulo Gonçalves com Mattias Walkner e as armadilhas de Marc Coma

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Fala galera!!! Vamos de Dakar de novo aqui no Super Trilha no BRMX porque a prova está bastante emocionante. Alguns favoritos já abandonaram e a disputa entre os que ficaram está bastante acirrada, sem um favorito absoluto e sem um piloto conseguir abrir vantagem até aqui. A primeira semana foi mais ao estilo rally mesmo, e os pilotos e equipes não abusaram muito e se preocuparam mais em manter os equipamentos em ordem. A segunda semana é que parece ser mesmo o ponto alto da disputa deste ano, com muitas dunas e areia.

Até agora, a prova teve alguns favoritos deixando a disputa, como Joan Barreda, que mais uma vez ficou pelo caminho no Salar de Uyuni, e mais alguns por quedas e lesões, como Pela Renet, Ruben Faria e Matthias Walkner.

Sobre esses abandonos, registro aqui o que seja talvez a grande imagem e fato que chamou a atenção neste rally (até agora): o português Paulo Gonçalves, da Honda, líder da competição, não pensou duas vezes e parou para ajudar seu concorrente da KTM, o austríaco Matthias Walkner. A imagem rodou o mundo!

O gesto poderia ser feito por qualquer piloto, como de fato aconteceu nas quedas de Pela Renet e Ruben Faria, quando outros pilotos pararam pra dar socorro, mas não chamaram tanto a atenção quanto nesse caso. No regulamento do Rally, quando acontece algo do tipo, o tempo que o piloto “perde” é descontado posteriormente. Mas o fato chamou atenção por alguns motivos.

O primeiro deles é que era um piloto da Honda socorrendo um piloto da KTM, em um momento em que as duas marcas estão “se matando” pra vencer a prova. Chamou atenção ainda pelo fato de Paulo Gonçalves ser, naquele momento, o líder da competição na Classificação Geral e poderia colocar em risco a vitória. E outro fato foi o ocorrido no Dakar de 2013, quando Paulo Gonçalves (de Husqvarna) e Cyril Després (de KTM) ficaram na lama. Paulo Gonçalves ajudou o Després, que foi embora e largou Gonçalves pra trás, atolado.

 

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Depois da etapa de descanso a prova já mudou de líder, com Toby Price da KTM abriu dois minutos de Paulo Gonçalves, que caiu nesta etapa e danificou a moto, tendo de terminar o dia pilotando com uma mão e, com a outra, segurar seus equipamentos de navegação. Nesta terça e quarta acontece mais um trecho de Maratona, no qual os pilotos não podem receber ajuda mecânica. Poupar os equipamentos vai ser essencial, porém, terão que acelerar, já que o Dakar entra na reta final.

O piloto que conseguir terminar esse trecho na liderança tem grandes chances de se tornar o campeão desta edição do Rally. Mas é bom lembrar que o responsável pelo percurso e pelas planilhas é o Marc Coma, e ele sabe mais do que ninguém como complicar as coisas para dar emoção à disputa.

Tenho certeza de que esse Dakar será emocionante até o final, como tem sido até aqui.

 

Brazucas: o francês Adrien Metge, que mora no Brasil há dois anos e que faz parte da Equipe Honda de Rally, ocupa a 17ª colocação e o americano Ian Blythe, piloto da equipe Orange BH, é o 29º até aqui.

 

Sobe

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Marc Coma na época de piloto – Crédito: KTM Images

 

Talvez pelo fato do piloto Marc Coma, cinco vezes vencedor do Dakar, ser o responsável pelo percurso deste ano, a disputa está bastante acirrada e a prova emocionante. Antes da largada, ele já havia declarado que queria que o Dakar voltasse a ser uma aventura e não uma prova de velocidade, já que os avanços tecnológicos foram diminuindo o nível desse espírito de aventura. Disse ainda que o percurso deste ano teria que ter muita navegação e também muita exigência da máquina: “A ideia é que não ganhe somente o mais rápido, mas o que esteja mais preparado para cumprir uma prova deste tipo”, disse o novo Diretor de prova do Dakar. Portanto, acho que teremos emoção até o fim.

 

 

Desce

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Jean Azevedo – Crédito: Magnus Toequato / Vipcomm

 

Muito triste o abandono de Jean Azevedo. O piloto estava preparado como nunca e o formato da prova deste ano o favorecia. Uma queda jogou por terra as suas chances de uma boa colocação. Mas a atitude de abrir mão da prova em benefício de um companheiro de equipe melhor colocado, faz de Jean um piloto ainda maior do que já é. Atitude louvável, como só os grandes campeões podem ter. Parabéns Jean, estaremos na torcida em 2017!