Sertões 2020 abre etapa Maratona. Previsão de chuva é desafio extra

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Bolha de Brasília vista de cima – Foto: Cadu Rolim/Shez

 

Chegou o momento crucial do Sertões. A etapa Maratona. Aquela que não permite apoio mecânico no final, que os próprios competidores têm de fazer os reparos em suas máquinas, que é preciso acelerar, mas sem exigir demais do equipamento. Uma equação complexa. Como se não bastasse, esta será a especial mais longa e mais completa do Sertões 2020 e ainda por cima existe grande possibilidade de chuva. Desafio e tanto marcado para esta segunda feira 2 de novembro, etapa batizada “Renê Melo”, em homenagem ao piloto duas vezes campeão da prova, falecido em maio. Neste contexto, Rubens Barrichello, um dos maiores nomes do automobilismo mundial, vai estrear.

As condições do trecho de 353km são a grande incógnita para pilotos e navegadores. O livro de bordo foi elaborado com piso seco, e o nível de aderência pode estar completamente diferente. Há a promessa de serras, pedras, longas retas na parte inicial, a travessia de um rio conhecido e temido pelos participantes e ‘fesh-fesh’ no fim – um piso composto por uma camada de terra fina que costuma surpreender mesmo os mais experientes. Só ao largar será possível ter uma ideia exata do que virá pela frente. Afinal, isso é o verdadeiro Cross Country.

O domingo de tempo nublado na capital federal foi de repouso para os pilotos, mas de muito trabalho para as equipes. Com o longo deslocamento após a primeira etapa, muitos dos veículos só chegaram à Bolha 1 na parte da manhã. A missão foi corrigir eventuais problemas e checar todo o equipamento com atenção redobrada, para evitar ao máximo qualquer tipo de contratempo mais sério para os competidores durante a Maratona. Na segunda-feira os papeis se invertem e, enquanto pilotos e navegadores aceleram, o pessoal de apoio tem um dia mais tranquilo após a saída dos veículos.

 

Descrição da etapa

2ª etapa – 2/11 segunda-feira – 1ª perna Maratona Renê Melo

DI 159 km – TE 353 km – DF 0 = Total 512 km

Deslocamento inicial de 159 km, por estradas boas para iniciar a especial de 349 km. É o segundo dia de prova e um dos mais duros e completos desta edição. Começa rápida por estradas de fazendas, com muitos mata-burros, pontes, pequenas zonas de radar (no caso das travessias das pontes), a partir daí a prova adentra em uma fazenda com trechos bem travados e um trial subindo a serra. A etapa promete um visual incrível, com muitas lajes, aqueles tops sem visão por trechos estreitos. Sem dúvida, uma especial bem completa. Passado esse trecho, a especial volta a ficar rápida, com um piso bem prazeroso, porém com muito fesh-fesh. Haverá a travessia de um dos rios mais temidos do Sertões, não é profundo, mas tem muitas pedras grandes, que vai exigir muito jeito para atravessar. Após a travessia do rio, volta a ficar travada e segue assim por uns 150 km com trechos bem estreitos. Haverá uma zona de radar de 25 km para chegar a uma vila, e volta a ser travada até o último quarto de prova. Uma travessia de cidade, a sequência é por trechos novos e estreitos de fazendas. Os últimos 50 km são muito rápidos, até chegar ao asfalto, finalizando em zona de radar, terminando dentro do parque de apoio. É uma especial mista, prazerosa com muita poeira, mesclando trechos rápidos e travados com todos os tipos de piso, exceto areia. São 350 km de especial em um dia de aproximadamente 512 km. É a primeira perna da Maratona.