Rodney Smith abandona mexas loiras e encara nova fase em sua vida familiar e profissional

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Aos 48 anos, Rodney Smith dá provas de que ainda tem muita gasolina para gastar nas pistas – Foto: Elton Souza / BRMX 

Vinte e poucos anos após escrever seu nome na história do motocross brasileiro, o norte-americano Rodney Smith retorna ao país, agora com novo desafio: ser o tutor da equipe Honda Mobil.


– Como tenho muita experiência como piloto, de saber como treinar, por ter o conhecimento de como preparar uma moto de corrida, serei como um Roger Decoster na Honda do Brasil – compara Smith, respondendo as perguntas em português em encontro com o BRMX durante a festa de 26 anos da ASW.

Smith representou a Honda nas pistas brasileiras na segunda metade da década de 1980. Dominou a temporada de 1986, vencendo as categorias 250 e 125 2T, para retornar aos Estados Unidos em 1990, onde iniciou sua trajetória na Suzuki. 

– Eles (Honda) me ligaram antes do Natal ao saberem que eu não estava mais trabalhando para a Suzuki e me convidaram para ajudá-los com o treinamento da equipe, com o acerto das motos, para fazer uma preparação diferente do que era feito até agora – explica.

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Nos planos iniciais, Rodney Smith participa da pré-temporada dos pilotos Honda e permanece no Brasil até 6 de março. Após a abertura da Superliga Brasil de Motocross, dias 3 e 4, em Indaiatuba, interior de São Paulo, ele retornará aos Estados Unidos, onde terá um importante encontro com a “Corte norte-americana”.

– Em março, eu e minha esposa nos apresentaremos à Corte para finalizar o processo de adoção de nossa filha. Ela fará quatro ano e há três vive com a gente – revela.

O processo de adoção tem modificado muito a vida do casal Smith. Rodney, por exemplo, deixou de usar as mexas loiras no cabelo, estilo que marcou uma geração de apaixonados pelo esporte no Brasil.

– Minha esposa trabalha com cabelos e achou melhor eu evitar as mexas até me apresentar à Corte. Ela acredita que com meu cabelo escuro ficarei mais apresentável ao juiz – revela o veterano. 

Com esposa e filha, motivo justo para abandonar as mexas loiras – Foto: Divulgação / Parts Unlimited

Passado o compromisso com a família, no entanto, Smith tem planos de voltar ao Brasil.

– Mas, eu tenho interesse em voltar para cá depois de tudo estar certo com a adoção. Quero ficar com a equipe até o fim da temporada – planeja.

Como técnico da equipe Honda, Rodney está trabalhando com uma geração de pilotos brasileiros que nasceram depois de sua passagem pelo país. Para ele, o nível do motocross brasileiro evoluiu nas últimas duas décadas, principalmente por dois fatores: facilidade no acesso aos equipamentos de qualidade e a evolução técnica dos pilotos. 

Mas, algo permaneceu parado no tempo.

– As pistas continuam muito duras e rápidas, o que nivela os competidores por baixo. As pistas no Brasil deveriam ter mais canaletas e buracos, o que exigiria mais dos pilotos. Assim, quando eles chegam lá fora, demoram muito para se acostumar com outra realidade – comenta.

Assim, liderando os treinos da equipe Honda Mobil, Rodney Smith tem compartilhado seus segredos e dado atenção extra à preparação física dos atletas. A preparação está sendo realizada no Centro de Treinamento Honda, em Indaiatuba, São Paulo, sob o forte calor do verão brasileiro.

– Eles (pilotos) estão se dedicando bastante e estão fisicamente muito fortes. Além disso, criamos uma relação de amizade e respeito muito grande em tão pouco tempo. Tenho certeza de que faremos um bom trabalho nesta temporada – projeta Smith.

Gerações se encontraram na festa da ASW – Rodney Smith (esq.), Thales Vilardi e Eduardo Saçaki – Foto: Elton Souza / BRMX

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