Campeão do Arena Cross 2011 e vice-campeão da categoria Pró na Superliga Brasil de Motocross do ano passado, o costarriquenho Roberto Castro não disputará a temporada 2012 no Brasil. Em conversa com o BRMX nesta segunda-feira, 23, direto da Costa Rica, o piloto explicou os motivos e falou dos planos para o futuro. Confira!
O que motivou você a não retornar para o Brasil?
Roberto Castro – Primeiro, gostaria de deixar claro que não tenho nada contra o Brasil e as pessoas que trabalhei aí no ano passado. Fiz muitas amizades, mas não chegamos a um acordo para eu retornar.
O que faltou? Com quem você conversou?
Roberto Castro – Conversei somente com o pessoal da minha equipe (Dunas Brasil Racing). Passei as condições que eu precisava para ficar mais um ano, ele (Mala, o chefe de equipe) passou as que ele poderia se comprometer e não conseguimos chegar a um acordo.
Acordo financeiro?
Roberto Castro – Não somente financeiro, mas de tudo. Acho que não recebi o reconhecimento ideal por aquilo que eu fiz. No Brasil, me dediquei 100% ao esporte, aos treinos, às corridas. Deixei família, minha casa, tudo para estar completamente focado no trabalho. E no fim, acho que não fui reconhecido por isso. Não estou falando de dinheiro somente. Tenho amizade com Honda, com os patrocinadores, não tenho nada que reclamar. Decidi não ir porque não tive o reconhecimento que esperava. Eu me valorizei, só isso.
Então você vai fazer o campeonato da Costa Rica?
Roberto Castro – Sim. Estou montando minha própria equipe para isso e para voltar a correr o Latinoamericano e, quem sabe, fazer algumas corridas do AMA Motocross.
Logomarca da equipe de Roberto Castro. O próprio piloto, com seus conhecimentos de Photoshop, desenhou a arte – Arte: Divulgação CMX
Qual o objetivo principal dessa mudança?
Roberto Castro – Quero ter as coisas sob controle e, claro, vencer corridas. Mas, penso também que posso ajudar o motocross da Costa Rica a se desenvolver. Deixando a modéstia de lado, hoje podemos dizer que eu sou o principal piloto do país. Então, comigo aqui, mostrando profissionalismo, fazendo as coisas certas, o esporte vai se desenvolver. Quero dar o exemplo e ajudar a lapidar os talentos. Temos bons pilotos, mas precisam ser polidos.
Qual será o nome da equipe e os patrocinadores? Outros pilotos farão parte dela?
Roberto Castro – O nome vai ser Team CMX. O “C” é de Castro, obviamente. E, por enquanto, serei o único piloto. No futuro pode ter mais. Quanto aos patrocinadores, não posso revelar ainda. Estamos negociando, e não posso nem dizer com qual marca de moto estou treinando.
O campeonato da Costa Rica começa quando? Serão quantas etapas?
Roberto Castro – Começa em abril e deve se estender até novembro. Teremos cerca de nove etapas. Antes disso, vou fazer algumas corridas menores.
Como é o Campeonato Costarriquenho? É mais ou menos do nível do Brasileiro?
Roberto Castro – É menor que o Brasileiro. Tem menos estrutura, as pistas são menores, menos pilotos. É menos competitivo também, e o país é bem menor. Mas, é nisso tudo que eu quero ajudar a desenvolver. Quero devolver para o esporte tudo aquilo que ele já me deu.
Em outra entrevista você falou que gostaria de retornar à faculdade. Isso será possível?
Roberto Castro – Sim. Estou planejando fazer Design Gráfico a partir do segundo quadrimestre do ano. Antes, eu já estudava (Engenharia Industrial).
Praia chamada Jaco, no Oceano Pacífico que banha a Costa Rica, onde Roberto Castro pretende passar uns dias – Foto: Arquivo Pessoal
E o período de férias, foi bom?
Roberto Castro – Não tive férias. Voltei para a Costa Rica, diminuí um pouco o ritmo, mas voltei a treinar forte no fim de dezembro. Agora, assim que der um tempinho, vou pegar o carro e viajar até uma praia chamada Jaco, que é muito bonita, de águas quentes.
Antes de encerrar, gostaria de fazer uma suposição. Digamos que alguém venha oferecer um bom contrato no Brasil. Você voltaria atrás?
Roberto Castro – Meu projeto agora é minha equipe. Para voltar ao Brasil não vai ser de última hora. Se a alguém tiver interesse que eu faça algumas provas apenas, podemos conversar. Tenho esse interesse.
