Ride4Ever e a polêmica moto elétrica

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NOTA DA REDAÇÃO: Gian Bergamini é um dos expoentes do motocross freestyle no Brasil. Nascido nos Estados Unidos, filho de brasileiros, Gian vive em São Paulo e faz shows de FMX ao lado de seu irmão Paô Bergamini mundo afora. É viciado por motocross e FMX e todo lifestyle deste nosso mundo. Comentarista do AMA Motocross e dos X Games na ESPN, Gian tem este espaço no BRMX para dar suas opiniões, abrir nossos horizontes para o FMX, contar histórias, mostrar novidades.

** Entre em contato com Gian pelo e-mail – [email protected]

 

 

Estamos polêmicos :mrgreen: Depois das Cheat Ramps – veja mais aqui -, o assunto agora é a moto elétrica para motocross, enduro, etc. E com a participação do piloto norte-americano Blake Wharton, que enviou sua opinião para a coluna Ride4Ever.

A moto elétrica já existe há algum tempo e vem cada vez mais expandindo suas possibilidades e evoluindo constantemente. Muitos vídeos impressionantes foram lançados com algumas coisas bem legais feitas a bordo dessas máquinas elétricas.

Porém, até Red Bull Straight Rhythm 2016, não tinha rolado uma oportunidade de ver elas em competição contra as motos “convencionais”.

A pista do Straight facilitou a utilização da moto, já que o tempo de competição – apenas uma reta de 800m percorridos em 40seg – era curto, e TEMPO sempre foi inimigo das elétricas por causa da durabilidade da bateria que toca o motor.

Quanto maior a bateria, maior o peso. Motivo que pode deixar a moto elétrica sem chances contra uma moto “convencional” de combustão.

 

O evento era perfeito para a estreia da motoca e nada me deixou mais feliz do que ver o piloto Josh hill escolhido para fazer história. Hill está aposentado das corridas, mas ainda faz parte ativa da cena e está sempre pilotando e marcando presença em vídeos e spots de freeride. Inclusive, antes do Straight, havia postado vídeos fazendo freeride e treinando supercross com uma moto elétrica.

 

A aceitação do público foi bem dividida. Ouvi muitos comentários positivos sobre a sensação de que o futuro está mais próximo e as coisas tendem a evoluir para um lado mais amigável ao meio ambiente. Por outro lado, vi muitas pessoas criticando ou menosprezando o equipamento que realmente não tem como competir com as motos mais rápidas e preparadas do mundo em uma corrida normal de motocross ou supercross, ainda…

Um fator que todos – tanto a favor quanto contra – concordam é referente ao barulho (ou a falta dele). É realmente estranho não ouvir um ronco forte para quem é apaixonado por motos e motores, e consequentemente o barulho que faz uma moto 2 tempos ou 4 tempos.

Eu acho muito estranho despejar tanta potência sem o barulho do motor. Para nós, pilotos acostumados com motores a combustão, deve levar algum tempo de adaptação para pilotar uma elétrica. Mas talvez para a molecada mais nova, que já vai começar numa destas, o ronco não faça falta.

Josh Hill dominou o silêncio de seu motor e levou sua moto elétrica sem duvida nenhuma ao “next level”, ao alto nível de pilotagem que exige uma pista como a do Straight Rhythm. Hill conseguiu passar por vários rounds eliminatórios levando sua moto elétrica até a semifinal!

Foi realmente impressionante ver a competitividade da moto elétrica em relação às demais, e deixou aquela sensação de que foi feito história naquele dia. Agora, só o futuro sabe o que nos espera!

Acredito muito na longevidade dos motores a combustão, e que isso talvez nunca será substituído, mas acredito também na evolução dos motores elétricos e o surgimento de novas categorias e modalidades de moto elétrica. E assim vale para todos os esportes a motor!

 

Blake Wharton de moto elétrica no AMA MX

moto elétrica
Blake Wharton na fábrica da Alta Motors

 

É uma possibilidade. O norte-americano Blake Wharton pode pintar no AMA Motocross competindo a bordo de uma Alta Motors, a mesma marca utilizada por Hill na corrida da Red Bull.

Wharton é parceiro da marca californiana e está ajudando a desenvolver a motoca. A intenção era participar de algumas etapas do AMA Supercross, mas como o regulamento da competição não prevê a entrada de uma moto elétrica, ainda não é possível. Talvez no AMA Motocross.

– Tive uma experiência muito boa com a moto da Alta Motors. Se parece muito com uma dois-tempos com a potência de uma 250F. Sei que esta moto, e tecnologia, vai desempenhar um grande papel no nosso esporte. A Alta quer entrar no SX assim que as regras permitirem. Talvez possamos correr uma ou outra prova do MX – disse Wharton ao BRMX.

Aguardemos!

 

 

Sonzera

Como de costume, segue uma dica de som pra mandarem ver na playlist antes de andar de moto!  A música Antigravity da banda Incubus sempre uma vibe de que podemos voar, talvez por fazer parte da trilha sonora do clássico filme Terrafirma 7 “Project Mx” da Fox, lançado no início dos anos 2000!

Vale a pena conferir o som e o vídeo também!

Valeu, galera!!!

 

 

Mais vídeos de moto elétrica

Esse cara deu uma zuada com o lance do ronco, e depois mostrou alguns detalhes desta KTM elétrica. Confira!

 

Vídeo fala no som do futuro. Será?

 

Que tal uma corrida? Esta largada rolou no evento do Stefan Everts, em 2014. O que achou?

 

 

moto elétrica
Blake Wharton testando a moto elétrica

 

Motor de 40 cavalos de potência

 

Wharton on gas

 

Josh Hill

 

Modelo da Alta Motors para motocross

 

Modelo freeride que a KTM colocou no mercado em 2014