Pelo segundo ano consecutivo, a França venceu o Motocross das Nações. Correndo em casa, a seleção formada por Gautier Paulin, Marvin Musquin e Romain Febvre bateu os Estados Unidos de Justin Barcia, Jeremy Martin e Cooper Webb em um duelo duro e emocionante. Por apenas dois pontos de diferença, os donos da casa fizeram a festa diante de 80 mil pessoas que lotaram o motódromo de Ernée, no interior da França, neste domingo, 27 de setembro de 2015. A Bélgica de Ken De Dycker, Jeremy Van Horebeek e Julien Lieber completou o pódio da 69ª edição do MXoN.
O duelo “Tio Sam X Bonaparte” virou a gangorra para o lado dos franceses apenas na bateria final. Os EUA tinham a vantagem após as duas baterias iniciais. Mas, o campeão mundial Romain Febvre, com duas vitórias nas duas baterias que disputou, desequilibrou para o lado francês. Impressionante também o desempenho de Marvin Musquin que, de 250, deu muito trabalho a Barcia na primeira bateria.
Outros destaques vão para o desempenho de Ben Townley, piloto neozelandês que ressurgiu das cinzas de uma aposentadoria precoce para fazer duas baterias ousadas e surpreendentes, e para a pista, que além de espetacular visualmente, estava muito difícil, cheia de canaletas, buracos, subidas e descidas realmente desafiadoras.
O Brasil encerrou sua participação mais cedo, na bateria de repescagem. O país foi o terceiro melhor da “Final-B”, mas apenas o primeiro passava para as corridas decisivas (o Japão conseguiu). Assim, a seleção verde-amarelo, que contou com Jean Ramos, Fábio “Moranguinho” e Thales Vilardi, terminou a competição com a 27ª colocação geral.
Em 2016, quando o Nações completará 70 anos, as provas serão em Maggiora, na Itália.
Confira abaixo os resultados e o resumo de cada bateria do MX das Nações.
>>> Veja porque o Brasil ficou fora das finais
Melhores momentos
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Bateria 1 – MXGP+MX2
Justin Barcia (EUA) largou na frente na primeira bateria do dia, que uniu pilotos de 450 (MXGP) e 250 (MX2). O veterano neozelandês, Ben Townley, aparecia em segundo, e Marvin Musquin (França), de 250, em terceiro.
Correndo em casa, empurrado por uma torcida ensandecida, Musquin foi pra cima e, com 8min de corrida, passou Townley pela segunda colocação. Sete minutos depois, Barcia errou e Musquin assumiu a liderança. Começava então a melhor batalha da corrida.
Com 15min de prova, o norte-americano usou a vantagem no motor e ultrapassou Musquin na subida, reassumindo a ponta. Mas Musquin retomaria a dianteira com 18min de corrida, mostrando muito conhecimento da pista e muita destreza sobre sua KTM 250. Dois minutos depois, Barcia passou de novo. A briga se encerrou quando, aos 24min, o francês caiu e perdeu posições.
Townley perdeu terreno e acabou na sexta colocação. O russo Evgeny Bobryshev fez uma corrida consistente na terceira colocação, e o alemão Max Nagl fez prova de recuperação, saindo de trás para terminar em segundo.
Assim os Estados Unidos começaram o Nações 2015 na frente, com 6 pontos somados, tendo a França em segundo com 11 pontos e a surpreendente Suíça em terceiro, com 19 pontos.
:: Resultado MXGP+MX2
Bateria 2 – MX2+Open
Cooper Webb (EUA) largou na frente, trazendo Dean Wilson (Grã-Bretanha) em segundo, Jeremy Van Horebeek (Bélgica) em terceiro, Romain Febvre (França) em quarto e Jeremy Martin (EUA) em quinto.
Com 3min, Febvre ultrapassou Horebeek e começou uma batalha com Dean Wilson que durou até 7min de prova. Com 10min de corrida, Febvre encostou em Webb e não demorou muito para assumir a ponta. Webb só voltou a atacar Febvre com 23min de prova, mas logo em seguida caiu e viu o francês abrir vantagem.
A coisa esquentou na disputa pela terceira posição, com Horebeek, Wilson, Martin e Musquin. Aos 15min, Musquin atacou para passar Martin e Wilson, chegando ao quarto lugar e, com 18min, ganhou também a posição de Horebeek, melhorando as condições da França na competição.
No fim desta bateria, os EUA mantinham a primeira posição do Nações com 13 pontos, seguidos da França com 15 tentos. A Estônia, de Tanel Leok e Harri Kullas, assumiu a terceira colocação, com 51 pontos.
:: Resultado parcial de Nações após duas baterias
Bateria 3 – MXGP+Open
Filip Bengtston (Suécia) largou na frente trazendo Ben Townley (Nova Zelândia) em segundo, Romain Febvre (França) em terceiro, Evgeny Bobryshev (Rússia) em quarto e Ken De Dycker (Bélgica) em quinto. Bengston não aguentou e foi perdendo posições, Townley assumiu a ponta na segunda volta, mas perdeu a liderança para Febvre aos 6min de corrida. Os americanos – Barcia e Webb – largaram mal e precisaram fazer uma prova de recuperação para se manter vivo na briga pela taça.
Os holofotes se voltaram a um pelotão que se formou a partir da quarta posição, com Dean Ferris (Austrália), Gautier Pauln (França), Ken De Dycker (Bélgica), Matiss Karro (Letônia), Justin Barcia (EUA), Jeremy Van Horebeek (Bálgica) e Cooper Webb (EUA) na briga.
Com 20min de corrida, Paulin foi pra cima de Ferris e assumiu a quarta posição, deixando Ferris em quinto e Barcia em sexto. O americano aproveitou o embalo e foi pra cima do australiano, ganhando também uma posição.
Nos minutos finais, Barcia foi pro tudo ou nada contra Paulin – enquanto isso, Dean Ferris caiu e cedeu uma posição para Webb, que passou a ser o sexto colocado (atrás de Barcia). Quando Barcia ultrapassou Paulin (faltando 2min para a placa de duas voltas), a França estava garantindo o título por dois pontos de diferença.
Nas duas voltas finais, Barcia assumiu a terceira colocação ao passar Bobryshev, da Rússia, e a diferença caiu para um pontinho apenas (mas com o descarte do pior resultado ficava em dois pontos). E assim se manteve até o fim da bateria.
Na soma dos resultados, a França garantiu a o título do Motocross das Nações, com 14 pontos, pelo segundo ano consecutivo. Os norte-americanos fizeram 16 pontos e garantiram o segundo lugar. Os belgas completaram o pódio, com 56 pontos.