Presidente da Youthstream, Giuseppe Luongo, acredita em um Mundial mais internacional

||


Giuseppe Luongo ao lado de Nasser Khalifa, organizador do GP do Catar  – Foto: Youthstream

Giusepe Luongo é o cara que está tentando mudar o Mundial de Motocross. Presidente da Youthstream – empresa que organiza a competição desde 2004 –, este senhor de corpanzil largo costuma dizer que sua principal meta é transformar o campeonato em um “mundial de verdade”, que viaje por diversos países e não seja tão focado na Europa.

E ele vem abrindo campo, tentando se desviar de uma crise que tem minguado o esporte. Nos últimos anos, o número de pilotos diminuiu em todos os países, equipes fecharam, e o público está desaparecendo das pistas.

Por isso, as mudanças.

Catar, Tailândia, México e o próprio Brasil (apesar de o esporte por aqui estar em crise também) ganham força no cenário mundial. E o Catar, em especial, abre a temporada 2013 no dia 2 de março, com muitas novidades.

Nesta terça-feira, 22, Giuseppe Luongo falou sobre o GP do Catar e a crise, entre outros assuntos com o site europeu MXLarge. Confira o que ele disse!

Quais suas expectativas para a etapa de abertura, no Catar?
Giuseppe Luongo:
Estou entusiasmado. Acho que é uma coisa excepcional. É a primeira vez que temos um GP no Oriente Médio, a primeira vez que será um GP noturno, a primeira vez com a MX1 e MX2 juntas. Acho que essas três coisas tornam este GP único.

Qual a sua opinião sobre a organização no Catar?
Giuseppe Luongo:
Acabei de voltar de lá e vi como eles estão bem organizados para o GP. Será um grande evento. São as mesmas pessoas que organizam o Moto GP há 11 anos. Eles sabem como fazer um evento impressionante. E também o espaço para o box, a sala de imprensa, os restaurantes, hoteis, tudo é muito impressionante.

O que você pode nos adiantar sobre a pista?
Giuseppe Luongo:
Estamos fazendo uma pista muito legal. É difícil comparar porque sempre tentamos fazer pistas diferentes em cada GP. E por isso o Mundial é diferente, porque vai a diversos países e passa por pistas de solo arenoso, duro, liso, com diferenças climáticas, etc. No Catar, temos todos os tipos de terrenos, e a pista tem um pouco de tudo.

O futuro do MX está fora da Europa?
Giuseppe Luongo:
Para mim, é complicado e fácil ao mesmo tempo. Sabemos que a Europa está em crise e o futuro não é muito promissor. E o esporte sofre porque se as pessoas não têm dinheiro, elas gastam apenas o que é essencial. A primeira coisa que deixam de lado é o lazer. E nós precisamos achar uma maneira de manter as pessoas que trabalham com este esporte, trabalhando. Para isso, temos que encontrar economias estáveis ou em crescimento.

O que eu percebo também é que países como Catar, Tailândia, Brasil e México são entusiasmados para receber GPs. E na Europa, muitas vezes, quem organiza está dasanimado porque está perdendo dinheiro. Já estamos negociando com outros países com Argentina, Índia, Indonésia, e eles estão contentes com a possibilidade de ter um Grande Prêmio. Temos que ir onde querem investir no esporte. Isso pelos pilotos, pelas equipes, pelos mecânicos, pela imprensa. Se ficarmos só na Europa, temos que cortar os gastos em 50%, o que quer dizer que teremos que cortar pessoal em 50%.

Você tem trabalhado bastante para passar GPs na televisão.
Giuseppe Luongo:
Com certeza a televisão é muito importante. Estamos trabalhando para que os GPs cheguem a muitas outras pessoas, e não apenas ao fã de motocross. Acho que, em especial no Oriente Médio, vamos ter uma grande audiência. O povo de lá é muito apaixonado por off-road.

As luzes serão importantes. O que você pode falar sobre isso?
Giuseppe Luongo:
As luzes que teremos serão colocadas exclusivamente para o GP. A empresa que estamos trabalhando sabe que temos que evitar sombras. É o mesmo pessoas que faz a iluminação do Moto GP, e eles têm alguns problemas com o reflexo no asfalto. Mas eles são bons, sabem o que fazem. Ano que vem as luzes serão permanentes.

Catar é um projeto a longo prazo então?
Giuseppe Luongo:
Sim. Queremos que o GP do Catar acontece por muitos anos. E tem outro país no Oriente Médio interessado em realizar um Grande Prêmio, então o futuro é promissor por lá.