Presidente da CBM, Firmo Alves fala da situação da lei de isenção de impostos, Motocross das Nações 2013 e transmissões ao vivo do Brasileiro de Motocross

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Vez em quando o BRMX entra em contato com o presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) para fazer uma entrevista e tentar descobrir como andam os meandros da gestão do motocross.

Na tarde desta quinta-feira, 13, Firmo Alves atendeu ao telefonema para falar de três assuntos principais: isenção de impostos, Motocross das Nações 2013 e Brasileiro de Motocross.

Abaixo você confere o que o presidente, que está chegando a metade de seu mandato de quatro anos na CBM, disse sobre cada tópico.

Isenção de impostos

No dia 8 de maio, o presidente da CBM esteve em Brasília reunido com o senador Valdir Raupp e o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Freitas Barreto, na tentativa de pressionar para que a Lei 12.649, sancionada em 17 de maio do ano passado, fosse regulamentada, colocada em prática.

Naquela data se pediu um prazo de 30 dias para que uma nova ação fosse tomada, para que um caminho fosse apontado pela Receita. O prazo se esgotou e todos seguem sem saber quando essa lei vai “pegar no tranco”.

– Infelizmente, como tudo nesse país é muito lento, como o governo federal é muito lento, não temos nenhum posicionamento ainda. Estamos reféns de pessoas que nem conhecemos, e olha que temos trabalhado com lóbi político para isso andar mais depressa. Seguimos aguardando e cobrando. Aquele dia eu fui lá cobrar, mas a nossa realidade é pequena comparando a outras modalidades e, infelizmente, é o país só do futebol. 90% é futebol, 9% é esporte olímpico e 1% são os outros. Tudo é visto com essa ótica – diz.

– Hoje temos o direito, mas ainda não sabemos como proceder. (Para colocar em prática) Não precisa inventar a roda, já tem modalidade fazendo isso. É só ver como o iatismo importa, por exemplo, e fazer nos mesmos moldes. Pra ser mais rápido, nem precisa ser específico pra moto, mas tem que fazer andar. Depende da vontade da Receita Federal em regulamentar isso. Eu também fico indignado com a lentidão – emenda.

Para entender:
A lei já existe e está aprovada, mas a Receita Federal, que vai regulamentar a transação, precisa dizer como isso vai acontecer, quem poderá comprar nestes moldes, o que o cidadão vai ter que apresentar para comprovar para comprar e assim por diante.

Transmissão do Brasileiro de Motocross

O Brasileiro de Motocross teve transmissão ao vivo das duas primeiras etapas, em Carlos Barbosa e Três Lagoas, pelo canal de TV por assinatura Espn. Mas em Sorriso, no Mato Grosso, NÃO terá. Haverá apenas um programa pós-etapa, transmitido ao longo da semana, mostrando os melhores momentos.

– Sempre disse que nem todas (etapas) teriam transmissão AO VIVO, já que isso depende da grade de programação e outras questões. Desta vez vamos fazer um programa de 30 minutos que vai passar depois, durante a semana. E outra coisa que vai acontecer é que no domingo já vamos enviar algumas imagens para que o jornal da noite (Sportcenter), que faz um resumo das principais notícias do dia, fale da etapa do Brasileiro de Motocross. A ideia é tirar o motocross só do “mundinho” do motocross. A pessoa que vai ver as notícias do futebol, do basquete, do surf, vai ver também o motocross e assim (o motocross) vai ganhando espaço e mais gente interessada – argumenta.
 
A transmissão ao vivo pela internet, como aconteceu em Três Lagoas, é incerta. Firmo garante que vai trabalhar para fazer acontecer em Sorriso também, mas só poderá tratar do assunto nesta sexta-feira, 14, já que hoje é feriado em Campo Grande.

MXoN

Toda vez que se fala em Motocross das Nações, o mundo do motocross brasileiro “pega fogo”. Até hoje foram raros os casos em que a “seleção do povo” foi a mesma que acabou representando o país na competição.

De acordo com o presidente, ele \”está conversando\” com pilotos e patrocinadores para definir o time. Desta vez, NÃO haverá uma convocação como no ano passado. A CBM tentará trabalhar nos bastidores para escolher os três melhores do Brasil e fazer com que os patrocinadores desses atletas banquem a participação de cada um.

Por esse motivo, por se tratar de uma negociação, o anúncio dos representantes pode acontecer muito próximo da data da prova, que neste ano acontece nos dias 28 e 29 de setembro, na Alemanha.

– Quero levar os melhores com os patrocinadores deles. Esse é o mundo ideal. Não vamos fazer por ranking porque às vezes o piloto que está na frente não é o melhor. Ele pode ter se lesionado, pode ter acontecido uma série de fatores para ele não estar bem no campeonato. Fato é que sem dinheiro ninguém vai, e a CBM NÃO tem dinheiro. Se eu fosse atrás de patrocinadores para levar o time, os pilotos teriam que usar as marcas destes patrocinadores e, aí, os patrocinadores dele, que já eram dele antes, que bancam ele o ano todo, teriam que ficar de fora, o que também é injusto. O que estou tentando fazer é organizar, fazer com que os três melhores do país vão com os seus patrocinadores – revela.

– O mesmo vale para outras competições, como o Mundial de Motocross Júnior, que às vezes cobram a CBM “que não ajuda” e “isso e aquilo”. O que eu posso fazer é tentar um patrocinador, mas daí vou ter que estampar esta marca no peito do piloto, que provavelmente já tem um outro patrocinador neste lugar – finaliza.

Em 2012, no primeiro ano da gestão Firmo Alves, a CBM convocou os pilotos pelo ranking, mas por conflito de interesses dos patrocinadores, nenhum dos convocados (Balbi Junior, Wellington Garcia e Hector Assunção) foi para Lommel, Bélgica, onde aconteceu a competição.

O que aconteceu foi que (após outras convocações e mais desistências por conflitos de interesses – Dudu Lima e Jean Ramos foram chamados), a Yamaha levou Gabriel Gentil, Marçal Müller e Rafael Faria por conta própria. Inexperiente, o time só foi melhor que a seleção da Tailândia e amargou a penúltima colocação da competição entre 33 seleções.