Na edição de hoje do Perfil do Privado apresentamos a história do sul-mato-grossense Carlos Eduardo Mendes Franco.
Carlos atualmente investe numa bem-sucedida carreira no velocross e no motocross paraguaio.
Na entrevista a seguir ele fala um pouco sobre sua carreira e as principais diferenças entre competir no Brasil e no país vizinho.
E, apenas de ser um piloto privado (e enfrentar as mesmas dificuldades que quase todos enfrentam), atualmente ele consegue se dedicar quase 100% ao esporte.
Carlos, comece se apresentando para os leitores do BRMX e faça um breve resumo da sua carreira. Como você descobriu a paixão pelo motocross / velocross e como foi o seu início no esporte?
Olá, galera do BRMX.
Sou Carlos Eduardo Mendes Franco, piloto há 17 anos, competindo atualmente no Paraguai.
Eu cresci em meio a motocicletas, treinos e competições no Mato Grosso do Sul, pois meu pai sempre teve oficina e era mecânico dos pilotos na minha cidade.
E aí começou minha paixão. Meus pais não tinham boas condições financeiras, mas com muito trabalho, ganhei minha primeira moto, uma TT125, aos 14 anos, um pouco tarde.
O início no speed way (como se chamava velocross na época) não foi nada fácil, confesso que a moto não ajudava (risos).
Mas logo pegamos uma DT180, aí melhorou e eu comecei a competir de verdade.
Meu primeiro desafio foi o estadual da modalidade, o qual me consagrei campeão na categoria novatos.
Com 17 anos, ganhei minha primeira CRF250, aí conheci o motocross e foi viciante (risos).
E seguimos até hoje nas competições.
Há quanto tempo você disputa competições no Paraguai e como foi parar no país vizinho?
Desde o início da minha carreira eu já competia no Paraguai pelo fato da minha ex cidade, Sete Quedas, ser fronteira seca com o país vizinho.
Então, conseguia disputar provas tanto no Brasil como no Paraguai.
Quais são as principais diferenças, vantagens e desvantagens do motocross e do velocross no Paraguai em relação ao Brasil?
O bom dos campeonatos no país vizinho é que, desde que comecei a ir, só evoluiu.
Já no Brasil, está estagnado.
E a vantagem de correr no Paraguai pra mim é que fica realmente mais perto, a etapa mais distante não chega a mil quilômetros.
Já no Brasil, a distância é bem maior, cruzar o país para etapas no Sul fica realmente difícil.
Quais foram os principais títulos que você conquistou em sua carreira até aqui?
No velocross, fui seis vezes campeão paraguaio.
Já no motocross, fui três vezes campeão brasileiro na categoria 230, além de campeão paranaense e sul-mato-grossense.
Quais são suas metas para a temporada 2018?
Atualmente estou liderando os campeonatos paraguaios de motocross e velocross, estou focado neles e pretendo ser campeão, esse é meu principal objetivo esse ano.
E como foi a temporada 2017? Os resultados atingiram suas expectativas?
Não posso reclamar, foi um excelente ano.
Com a vinda do Jean Ramos e também do argentino Jose Felipe para o paraguaio de motocross, elevou bastante o nível das disputas, bom para o nosso desenvolvimento e também para o público.
Felizmente, saí campeão na MX1 e na MX2.
O que você faz além do motocross? Estuda, trabalha? Como faz para conciliar o esporte com outras obrigações?
Me dedico quase 100% ao esporte, treino e competição.
Quando dá uma brecha no calendário e sobra um tempo, ministro alguns cursos de pilotagem na minha região.
Com qual moto você competiu em 2017 e quais foram os seus patrocinadores?
Ano passado competi com motos Kawasaki, mas sem patrocínio da marca.
Meus patrocinadores foram a Pro Tork, Moto Mendes, Rinaldi Pneus, TBT Suspensões, ASK Motors e Renova Gráficos.
E com qual moto você está competindo neste ano e quem são os seus patrocinadores?
Esse ano estou de Honda com apoio da marca aqui do Paraguai. Meus patrocinadores nesta temporada são: Pro Tork, Moto Mendes, Rinaldi Pneus, TBT Suspensões, ASK Motors, Renova Gráficos, Beto Silveira, Miss Baby Team, Durag e Honda Diesa.
Como piloto privado, quais são as principais dificuldades que você enfrenta?
A falta de verba é a principal dificuldade.
Acabo treinando sozinho, sem mecânico, eu mesmo troco pneu, lavo a moto, etc.
Descreva sua rotina de treinos (físico e com moto).
Eu gosto de correr toda manhã. Já na parte da tarde eu revezo, uma vez academia e outra treino com moto na pista.
Na sua opinião, o que está faltando para que o motocross brasileiro (ou na América do Sul, já que você compete no Paraguai) um dia esteja no mesmo nível que se encontra na Europa e nos Estados Unidos?
Falta reconhecimento dos pilotos brasileiros, incentivo financeiro.
Sabemos que o esporte é muito caro, muitos acabam tirando do próprio bolso.
Falta esse investimento para que o atleta possa fazer o seu melhor, a partir daí tudo melhora.
Carlos, muito obrigado pela entrevista e para finalizar, o espaço é seu.
Obrigado a toda equipe do BRMX pela oportunidade, vocês fazem a diferença no esporte.
Quero agradecer a Deus em primeiro lugar, minha família, que se vira também para que eu possa acelerar com condições, aos meus patrocinadores, que acreditam em meu trabalho e também aos fãs e amigos do Brasil e Paraguaio.
Um grande abraço!
Volta rápida com Carlos Eduardo
Nome completo: Carlos Eduardo Mendes Franco
Data de nascimento: 12/06/1988
Cidade natal: Sete Quedas (MS)
Cidade atual: Santa Fe del Paraná – Paraguai
Ídolo nacional: Marcus Vinicius (mano) e Wilian Guimarães
Ídolo internacional: Ricky Carmichael
Comida favorita: Churrasco
Bebida favorita: Tereré
Lazer favorito: Pesca
Filme favorito: Narcos