Paulo Alberto fala de sua temporada vitoriosa no Brasil

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Comemorando o título brasileiro – Foto: Mau Haas / BRMX

 

A entrevista com o português Paulo Alberto, campeão brasileiro de Arena Cross e Motocross na MX2 em 2013, encerra nossa temporada a abre as portas para 2014. Direto de Portugal, ele respondeu as perguntas enviadas por e-mail falando das conquistas deste ano e da possibilidade de voltar ao Brasil em 2014 para defender seus títulos.

Confira!

 

:: Perfil

Nome completo: Paulo Jorge Ricardo Alberto
Data de nascimento: 17 de janeiro de 1990
Cidade que nasceu? Leiria
Pista favorita no Brasil: Indaiatuba – Honda
Pista favorita no Mundo: Honda Park – Bélgica
Algum ídolo? Ricky Carmichael
Música: Linkin Park
Objetivos para 2014: Ser campeão de Motocross e Arena Cross
Objetivos de vida: Ser feliz
Patrocinadores: Honda, Mobil, IMS Racing, Vulcano Energy, Pirelli, Oakley

 

BRMX: Você ganhou todas as corridas de Arena Cross e mais da metade das baterias do Brasileiro de Motocross neste ano. Você imaginava que seria assim “fácil” ser campeão no Brasil?
Paulo Alberto: Não foi assim tão fácil, todos queríamos vencer, mas felizmente conseguiu eu ser o campeão desta temporada bem disputada.

BRMX: Você já acertou contrato para voltar ao Brasil na próxima temporada?
Paulo Alberto: Estamos acertar o contrato da próxima temporada.

BRMX: Gostaria que você falasse dos pontos positivos de competir no motocross brasileiro. Condições financeiras, equipes, motos, campeonatos. O que lhe agradou?
Paulo Alberto: Os pontos positivos são muitos, é um país onde gostei de viver, de treinar, e de correr com pessoas simpáticas acolhedoras. As condições financeiras são razoáveis e as equipas são boas, assim como campeonatos, que têm boa competitividade.

BRMX: Mas não temos nada a melhorar?
Paulo Alberto: Dá sempre para melhorar, o importante é evoluírem ano após ano. São campeonatos que estão cada vez mais fortes, penso que por vezes poderiam desenhar as pista de maneira que desse mais espectaculo.

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Na época da Suzuki, em Portugal – Foto: Rodrigo Castro

 

BRMX: Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou neste ano?
Paulo Alberto: A maior dificuldade foi habituar-me ao tipo de terreno duro que é característico do Brasil.

BRMX: A Yamaha chegou a dizer que pediria os vistos de trabalho para os pilotos estrangeiros da Honda. Como funciona a burocracia para um piloto estrangeiro poder correr no Brasil. Que tipo de documento você precisou apresentar? Ou nada disso foi exigido previamente?
Paulo Alberto: A burocracia é igual a qualquer outra pessoa que vá para o Brasil trabalhar, que é ter o visto de trabalho.

BRMX: Como você lidou com a distância de casa? Você mora com sua família em Portugal? Como é sua vida lá? Leiria é uma cidade boa para ter quais tipos de entretenimento?
Paulo Alberto: Não é fácil lidar com a distância de casa, apesar de eu já ter estado bastantes vezes fora de casa, mas em poucas horas de avião chegava junto deles. Agora, no Brasil, não é tão fácil assim. A minha vida (em Portugal) é tranquila, tenho todos os meus amigos e família, a cidade é boa e calma, tem o mar muito próximo para quem gosta de praia e surfe e tem também trilhas para quem gosta de se divertir de moto tanto em terrenos um pouco mais duro como em areia. Basicamente, dá para fazer um pouco de tudo.

BRMX: Sua carreira começou como, por influência de quem?
Paulo Alberto: Por influência do meu pai, que já corrida nos anos 80.

BRMX: Com quais marcas de motos você já competiu? Poderia dizer em que época utilizou cada uma?
2001 – Kawasaki
2002 – Honda
2003 – Honda
2004 – Yamaha
2005 – Honda
2006 – Honda
2007 – KTM
2008 – Kawasaki
2009 – Suzuki
2010 – Suzuki
2011 – Suzuki
2012 – Suzuki
2013 – Honda

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Em Portugal, ao lado do amigo Joaquim Rodrigues – Foto: Rodrigo Castro

 

BRMX: Qual foi a corrida mais importante de sua carreira?
Paulo Alberto: Para mim todas as corridas são importantes, é a minha paixão e quando assim é, passa a ser sempre importante todos esses momentos.

BRMX: Você costuma representar seu país no Motocross das Nações. Como acontece a escolha dos pilotos portugueses para representar o país? É uma decisão de quem?
Paulo Alberto: É uma decisão da própria federação, que vai analisando todos os pilotos portugueses durante esse mesmo ano.

BRMX: Por que correr no Brasil, neste momento, é mais interessante que na Europa para um piloto do seu nível?
Paulo Alberto: Foi um país que escolhi em 2013 para me aventurar. Não é mais ou menos interessante que na Europa, apesar de a Europa estar o pouco em crise e o nível de vida do dia a dia ser mais caro. O Brasil é diferente em vários aspectos, o que me fascinou.

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No Arena Cross – Foto: Vipcomm

BRMX: Você já teve outra experiência fora de Portugal, competindo nos EUA ou em outro país? Como foi?
Paulo Alberto: Sim já corri em Itália, na Alemanha, França, Espanha. Fora as corridas dos campeonatos europeus e algumas do Mundial.

BRMX: Você tem planos de correr o AMA SX ou AMA MX no futuro? E o Mundial de Motocross?
Paulo Alberto: Faço planos ano a ano, tentando cumprir cada objetivo a que me proponho com a equipe e patrocinadores que estejam comigo. Quem sabe um dia os planos passem por isso, mais no AMA porque Mundial de Motocross já é algo que não me seduz. Não concordo com a política da Youthstream (empresa que organiza o Mundial de Motocross).

BRMX: Espaço livre para você falar o que desejar.
Paulo Alberto: Queria agradecer a toda a minha equipe Honda Mobil Motocross e também um agradecimento especial ao Wellington Valadares, que foi a pessoa que me deu possibilidade de ir a esse lado do atlântico. Ainda me recordo de ter ido ao Brasil em outubro de 2012, quebrar o pulso logo na primeira semana e voltar para Portugal desiludido, e ainda assim o Wellington me contactou e arriscou a contratar-me para correr aí sem eu lhe dar grandes provas das minhas capacidades. Isso é de dar valor, muitas vezes não encontramos pessoas assim. Obrigado também a todos os que me tem apoiado no Brasil, foi um ano que vou recordar para sempre. Venha 2014!