Assistindo a segunda temporada da série Drive to Survive (aquela da F1 disponível na Netflix), uma história me chamou muita atenção.
No quarto episódio, a equipe Mercedes – do Lewis Hamilton – é o foco. Nele se revela como aconteceu a grande virada em um “time que não vencia” – palavras do diretor e chefe de equipe, Toto Wolff.
Um piloto da Mercedes NÃO vencia um campeonato desde 1955 – Juan Manuel Fangio. E “de repente” venceram 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019.
Alguns dirão que foi só por causa da contratação de Lewis Hamilton. Mas a verdade é que o hexacampeão foi para a Mercedes convencido por Niki Lauda.
E este é o ponto.
A mudança de um “time que não vencia” para o “time que ganha tudo” acontece a partir da contratação de Nicki Lauda. Ex-piloto, tricampeão mundial (1975, 1977 com Ferrari, e 1984 com McLaren), Lauda entrou para o time da Mercedes como uma espécie de conselheiro.
Isso foi em 2012, e em 2013 o time já ganhou corridas e foi ao pódio. Para em 2014 iniciar a hegemonia que se mantém até os dias atuais.
“Mesmo que ele tenha parado de pilotar, ele era um ótimo piloto”, disse Hamilton.
O que isso tem a ver com o motocross brasileiro?
Vale uma reflexão:
No motocross brasileiro existem perfis capazes de desempenhar este papel. Mas a maioria dos pilotos aposentados que entendem tudo sobre o nosso universo estão longe das pistas, das equipes, dos jovens.
Não seria interessante os times terem ao seu lado nomes que já venceram, que já trilharam o caminho, para auxiliar os pilotos em atividade?
Não se trata de ensinar técnicas a estes pilotos, mas acrescentar conhecimento. Há detalhes que a experiência ensina. Há caminhos que se repetem.
Além disso, integrar ex-pilotos mantém a história viva, mantém a chama acesa, ajuda a criar a cultura do esporte. E mantém estes ídolos no meio, não o perdemos para outros ramos de atividades (pois eles acabam encontrando uma nova fonte de renda).
Precisamos disso para evoluir. Precisamos disso para crescer.