Nuno Narezzi encara Corrida dos Campeões com restrições médicas, mas cheio de felicidade

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Em 1995, de Honda com numeral #18, suas marcas registradas – Fotos: Arquivo Pessoal

Gilberto \”Nuno\” Narezzi, 45 anos, demonstrou muita felicidade ao conversar com o BRMX sobre a sua participação na Corrida dos Campeões, que acontecerá em meio ao Mundial de Motocross no Brasil neste fim de semana, 18 e 19 de maio.

Após encerrar sua carreira nos idos de 2000, o ex-piloto paulista havia voltado a “brincar” com moto de motocross no ano passado – veja o vídeo no fim da matéria. Mas, por causa de uma operação no joelho esquerdo – lesionado fora das pistas – teve que parar com os treinos.

Detalhe é que ele ainda está em fase de recuperação e de acordo com a recomendação médica deveria ficar afastado da moto por mais um tempo. Mas não resistiu à possibilidade de estar na pista outra vez ao lado de Negretti, Saçaki, Cristiano Lopes, Chumbinho e toda aquela turma que disputou títulos com ele na década de 90.

– O amor que tenho pelo esporte é muito grande. Quero contribuir de alguma forma, nem que seja fazendo com que as pessoas olhem para nosso esporte, relembrem – afirma ele que cumpriu 18 anos como piloto profissional.

Nuno é tetracampeão brasileiro de motocross. Ganhou na 125cc em 1992, 93 e 96, e na 250cc em 1993. Além disso, ganhou nove vezes o campeonato paulista de MX na época em que era o estadual mais forte do Brasil e foi um dos pilotos da primeira equipe brasileira no Motocross das Nações, em 1997, na Bélgica. Também participou de Mundial de Supercross e Motocross em mais de uma oportunidade.

– Todos (títulos) têm sua história e seu valor. Mas acho que o fato de ter ganho os dois (Brasileiros) em 93, na 125cc e na 250cc, torna esse ano mais especial – diz, lembrando que naquela época eram dois campeonatos distintos, com etapas em datas e locais diferentes entre si.

– Eram baterias de 40 minutos mais duas voltas. E todo mundo andava nos dois. Costumo brincar que os títulos daquela época valem por dois porque tinha muito piloto bom. Não era fácil brigar com Negretti, Saçaki, Cássio Garcia, Cristiano (Lopes), Chumbinho. Foi uma geração muito forte – avalia.

Mundial de Supercross, em Barcelona, Espanha

Atualmente Nuno Narezzi está focado nos negócios com motocicletas, e um pouco afastado do motocross no dia a dia. Proprietário da concessionária Honda Pro Link, de Indaiatuba, São Paulo, dá sequência ao negócio iniciado por seu pai, Gilberto Narezzi, em 1983.

– Minha vida mudou muito, hoje estou focado na concessionária mas, sempre que posso, viajo e vou assistir a uma etapa do AMA ou do Mundial. Quando me desliguei, precisei colocar um ponto final. Acabou o profissionalismo. Botei um ponto final e assumi o negócio da família. Nunca mais andei de moto porque não tinha tempo. Fiquei dez anos sem montar em uma moto de cross. Até ano passado, quando tive a oportunidade de voltar para brincar, me divertir nos fins de semana – conta.

Depois que parou, em 2000, Nuno fez um breve retorno às pistas em 2003 para correr na MX3. Mas não queria um ritmo profissional.

– Entrei para fazer corridas por lazer. Mas comecei a andar na frente e quando vi que iria incendiar outra vez, me retirei. Começou a cobrança e eu já não poderia me machucar, isso poderia prejudicar os negócios, e resolvi parar. Então só fui andar de moto em uma pista outra vez no ano passado – relembra.

Sua participação em Penha no próximo fim de semana será com uma CRF 450 de 2012, a mesma que ele estava treinando antes da operação no joelho. Nuno é piloto Honda \”a vida inteira\” e também conta com apoio da ASW desde os primórdios. A marca, inclusive, fez para ele – assim como fez para Roberto Boettcher – uma roupa inspirada na década de 90. O número escolhido é o #18, que o acompanha desde o início.

– O #18 é o numeral da família, sempre trouxe muita sorte. Todos os carros da família têm que ter 18. Não tem nada a ver com numerologia, mas ele sempre trouxe sorte – comenta.

Antes de desligar o telefone, Nuno ainda atacou de comentarista. Para ele, a pista tem características que podem tirar de Antonio Cairoli o favoritismo.

– Ano passado, no barro, Cairoli não foi bem, fez corrida conservadora para pontuar. É uma pista com características diferentes, com bastantes saltos. Talvez não sejam os dois da KTM que ganhem em função do circuito ser bastante diferente do estão acostumados. Tomara que tenha um tempero diferente – finaliza.  

:: Lista de pilotos que serão homenageados em Penha
– Paraguaio
– Bê Magalhães
– Cristiano Lopes
– Cássio Garcia – Leia a entrevista
– Eduardo Saçaki
– Elton Becker
– Jorge Negretti
– Moronguinho – Leia a entrevista
– Nuno Narezzi
– Chumbinho
– Rafael Ramos
– Roberto Boettcher – Leia a entrevista
– Rogério Nogueira
– Roque Colmann
– Wellington Valadares

Moronguinho, Paraibinha e Paraguaio (e Nuno Narezzi, de costas)

:: Volta com Nuno Narezzi em 2012

Foto que Persio Mattos publicou no Instagram das camisetas retrô de Nuno