Números revelam parte das histórias dos pilotos no Brasileiro de Motocross

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Sete, de Swian Zanoni (foto), voltará às pistas na homenagem de João “Marronzinho” Paulino – Foto: Elton Souza / BRMX

A partir desta temporada, os pilotos podem novamente escolher os números que carregarão em seus number plates. Com a nova regra aplicada pela Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), surgem histórias curiosas que contam um pouco da trajetória de cada atleta e a ligação com o seu número.


Marcas eternizadas mundialmente, como o #4 de Carmichael, o #2 do McGrath, o #72 do Everst, o #5 do Larocco e, mais recentemente, o #222 do Cairoli e o #7 do Bubba, ganham uma referência nacional. O BRMX conversou com alguns pilotos para saber o que há por trás da magia de seus números. Conheça!

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Dois de Chumbo

A origem de tudo: Chumbo impõe sua marca #2 e uma carreira de dedicação ao motocross brasileiro – Foto: Elton Souza / BRMX
 
Marca registrada do piloto catarinense Milton “Chumbinho” Becker, o número 2 se transformou no número mágico do motocross brasileiro na atualidade.
 
– Usei alguns números na minha carreira, mas dois foram mais marcantes. No começo, usava o 97, mas simpatizei com o 2 quando surgi no cenário brasileiro. Em 1992, na minha primeira participação em Campeonato Brasileiro, fiquei com o 2 por acaso. Era um número que ninguém usava, e eu corri com ele. Naquele ano, fui campeão de 250cc. Desde então, sempre que posso, uso o 2. Já fui o 5, num ano que me machuquei e não fiquei muito bem no ranking, e usei o 1 quando defendia o título da categoria – explica Chumbo.
 
Neste ano, Eduardo “Dudu” Lima também carregará o 2 no plate de sua Kawasaki. Dudu, que nos últimos anos correu com #338, justifica a mudança:
 
– É uma forma de prestar uma homenagem ao Chumbo, um cara que sempre lutou muito pelo o motocross brasileiro, e também porque eu estava usando um número muito grande – comenta Dudu Lima.

Camisa Três 

 
Balbi usará o #1 no plate e o #3 na roupa durante a temporada 2012 – Foto: Divulgação / Pro Tork

Mesmo decidido a utilizar o #1 em comemoração à conquista do campeonato MX1 no ano passado, Balbi manterá a referência do #3, seu número e assinatura. 

 
– O 3 foi o número que alavancou minha carreira no Brasil. Em 2003, ainda baseado no ranking, cai com o 3 e ganhei tudo naquele ano, e no ano seguinte fui bicampeão. Desde então, sempre gostei do número 3. Neste ano, vou correr com o número 1, mas com certeza, a minha roupa signature terá o 3. Pois, não quero que as pessoas se esqueçam dele – define o atual campeão da MX1 no Brasileiro de Motocross.

 
Ratinho volta ao Cinco 
 
Marcello “Ratinho” Lima volta a utilizar o número 5, o mesmo com que conquistou dois títulos brasileiros: da 85cc em 2003 e da MX2 em 2005.
 
– Já me dei bem com o 5 em anos anteriores e acho que está no momento de reativar ele. Também é um número melhor para ser lembrado, fácil para o público identificar das arquibancadas ou ao verem o meu número e o número do Dudu, 5 e 2, no motorhome – aponta o piloto que nas últimas temporadas usou o #38.

Homenagem com Sete


Marrom decidiu utilizar o #7 em homenagem ao amigo Swian Zanoni, que morreu no ano passado – Foto: IC Fotos / Rinaldi

A memória de Swian Zanoni, piloto que morreu em setembro de 2011, estará presente no plate de João “Marronzinho” Paulino. Então companheiros de equipe Honda, Swian e Marrom mantinham uma amizade próxima que será lembrada por Marrom a cada vez que subir em sua Yamaha nesta temporada.
 
– Eu e o Swian éramos muito ligados. No dia que aconteceu com ele, eu me acidentei em Potecas (São José, Santa Catarina) e estava no hospital quando recebi a notícia. Foi algo muito forte. Então, decidi que deveria fazer uma homenagem a ele, conversei com seus pais, pedi autorização para isso e vou carregar no plate as letras SZ – conta o piloto Yamaha Geração.
 
Já Gabriel Gentil vai para a temporada de #6 por se tratar de um número baixo, de acordo com o piloto, e por manter proximidade com a numeração de seus companheiros de equipe.
 
– Queria um outro número, mas como o Marrom pegou o 7, decidi ficar com o 6, por ser um número baixo e por ficar próximo dentro da equipe. Assim, as motos no box terão números próximos – diz. 

 
Pipo vai de Eight

O catarinense Pipo Castro manterá o 8, número que dá nome a sua marca Eight Motorsports. Com o numeral, Pipo competiu na temporada passada e desenvolveu um trabalho de marketing com a logomarca.
 
– Foi o número que decidi usar quando foi criada a Eight Motorsports e é uma marca minha. Por este motivo, vou mantê-lo para esta temporada – afirma.

 
Numerologia aponta Três
2 + 1 = 3 na matemática para o sucesso de Wellington Garcia – Foto: Elton Souza / BRMX

Wellington Garcia conta que no início de sua carreira, seu pai, Wellington Silva, consultou uma numeróloga para encontrar o número que trouxesse sucesso ao filho. A resposta da numeróloga foi 3.

– Na época, como a distribuição dos números era feita pela ranking, o 3 já estava sendo usado. Então, a solução foi utilizar o 21, que somando 2 + 1 dá o 3. Com o tempo, me acostumei com o 21 e é por isso que sempre o utilizo – conta o piloto da equipe Honda.

Thales Vilardi, companheiro de equipe de Wellington, carregará o 27 em seu plate nesta temporada. Nascido em 27 de setembro, Thales faz esta referência ao número:

– Em um determinado ano eu caí com 27 no ranking e por eu fazer aniversário no dia 27, acabei adotando esse número como o meu – afirma.

Hector Assunção, outro piloto oficial Honda, vai para a temporada empunhando o 30 no number plate.

– Caí com esse número em um ano que era determinado por ranking e a partir disso passei a utilizar o 30 sempre – diz Hector.

Anderson Cidade lançará AC20

Herança de seu pai, Onílio “Kiko” Cidade, o #20 está presente em praticamente toda a carreira do piloto de Santa Catarina. Tanto, que Anderson Cidade planeja explorar mais o AC20.

–  É o número que comecei a carreira. Meu pai, já corria com ele. Foi o número que mais usei na vida e me identifico com ele. Inclusive, explorarei mais a marca AC20 
 revela.

Henn de #90 na MX2


Gustavo Henn pensou em correr com o 94, número do prodígio Ken Roczen em sua trajetória no Mundial MX2 FIM. Mas, orientado pela família, decidiu escrever sua própria história. O piloto, atual campeão brasileiro na 85cc, sobe para a categoria MX2 em 2012.

– Queria usar o mesmo número de Roczen, mas conversei com minha família e chegamos a conclusão de que eu deveria usar um número que no futuro as pessoas o relacionassem comigo, como o Chumbo é o 2. Então, decidi usar o 90, em homenagem ao meu irmão, Matheus, que nasceu em 1990 – explica.

Jean carregará 992 do AMA

Jean Ramos deixará momentaneamente o #18 para manter a boa fase do #992 – Foto: Divulgação

O piloto de Curitiba até chegou a cogitar a ideia de correr com o 18, número com o qual foi campeão brasileiro na categoria Júnior em 2007. Mas, sua recente e bem-sucedida experiência no AMA Supercross o fez mudar de planos.

– Vou correr com o 992, número que marcou minha primeira experiência no AMA Supercross e que determinará esta nova fase na minha carreira. Mas, o 18 sempre me agradou também, número que eu fui campeão em 2007 – revela.

Confira a numeração dos principais pilotos do país

2 – Milton “Chumbinho” Becker (MX3 ou MX1 – liberado para usar o #1 na MX4)
2 – Dudu Lima (MX2)
3 – Antonio Jorge Balbi Junior (liberado para usar o #1 na MX1)
4 – Roosevelt Assunção
5 – Marcello “Ratinho” Lima
6 – Gabriel Gentil
7 – João “Marronzinho” Paulino
8 – Cristopher “Pipo” Castro
10 – Paulo Stédile
20 – Anderson Cidade
21 – Wellington Garcia
26 – Cristiano Lopes
27 – Thales Vilardi
30 – Hector Assunção
45 – Massoud Nassar Neto
90 – Gustavo Henn (MX2)
115 – Carlos Campano
292 – Douglas “Duda” Parise
407 – Adam Chatfield
992 – Jean Ramos (liberado para usar o #1 na MX2)