No final de junho a Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) anunciou os pilotos que iriam representar o Brasil no Motocross das Nações 2018, que acontece nos dias 6 e 7 de outubro na pista de RedBud, nos Estados Unidos.
Na ocasião também foram anunciados os outros membros da delegação, entre eles Jorge Balbi Junior, nomeado para o cargo de diretor técnico da equipe (a chefia mais uma vez estará a cargo de Manuel Carlos Hermano, o Cacau).
No caso de Balbi, que também ajudou na montagem da equipe e escolha dos pilotos, sua convocação para o cargo de responsável técnico se deu graças a sua vasta experiência em competições nacionais e internacionais.
Por quatro anos consecutivos ele havia ajudado a classificar o Brasil para as finais do Motocross das Nações e agora como responsável técnico, pretendia usar seu conhecimento para voltar a classificar o país depois de oito anos.
– Fiquei muito feliz com o convite da CBM e pela oportunidade. É uma forma de reconhecer o trabalho que fiz dentro das pistas representando o Brasil. Todas as vezes que o país se classificou para as finais eu participei e agora pretendo bater um recorde pessoal de uma maneira diferente, orientando os pilotos e ajudando a organizar o time da melhor maneira possível. É um desafio novo e estou super empolgado – disse ele, na época.
Pois bem, no início da noite desta segunda-feira, 24, Balbi anunciou em seus perfis nas redes sociais que não estará acompanhando o Team Brasil no MXoN 2018 e explicou os motivos que o estão deixando fora da equipe.
Confira abaixo o texto na íntegra:
Venho comunicar que não estarei acompanhando, o Team Brasil no Mxdn 2018. Aceitei o convite da CBM, do Cacau e do Cezinha sendo o primeiro, chefe da delegação e organizador do time. Logo no início do meu trabalho, como coach/chefe de equipe, acredito termos conseguido uma imensa vitória! Muitas pessoas envolvidas no motociclismo, pressionaram e tentaram me fazer pender para um lado X ou Y na escolha.Porem pela primeira vez na história teremos um time 100% independente de um fabricante ou patrocinador, mas sim os pilotos q acreditei e acredito serem os melhores e mais capacitados para representar o Brasil. Continuei a trabalhar, junto ao Cacau, buscando maneiras de viabilizar o time, apesar dessa não ser uma tarefa minha. Procuramos divulgar ao máximo, para q a indústria envolvida no Mx pudesse apoiar financeiramente a seleção brasileira. O tempo passou e o apoio não aconteceu. Há duas semanas atrás, foram compradas as passagens da delegação, mas a minha não. Procurei entender e descobri q a CBM não irá repassar ao organizador do time a taxa de pouco mais de 2mil Euros, concedida pela FIM, como ajuda de custo as equipes participantes. O Cacau alegou precisar dessa verba,para custear parte do investimento, incluindo minhas despesas. Cheguei a cogitar arcar com a minha viagem, mas devido a minha deficiência física, precisaria levar um acompanhante para me ajudar com as tarefas diárias. Com o dólar à 4 reais, ficou impossível bancar 2 viagens. Conversando com os pilotos, descobri q eles estão pagando suas despesas, o q me deu a certeza de ter escolhido profissionais 100% comprometidos com o time! Agradeço o carinho e apoio dos fãs até aqui e tenho imensa confiança q o Brasil irá voltar às finais e vai integrar a elite do mx mundial. Poderia simplesmente não me pronunciar, mas creio que os fãs do Mx e até mesmo aquela minoria que adora criticar os pilotos quando o resultado não é o esperado, entendam a real situação de ser piloto profissional no Brasil. Meu objetivo não é apontar culpados, mas sim enaltecer esses jovens pilotos q estão se dedicando para nos representar. Grande abraço e toda sorte do mundo a esses garotos q tem meu apoio, respeito e minha torcida!