Do terreno arenoso da Argentina para a areia congelada de Valkenswaard, para o solo artificial da Indonésia e finalmente para a mistura de solo artificial com terreno natural, em Ímola.
Foram 20 rodadas e oito meses de corridas em 2018.
Jeffrey Herlings e Jorge Prado, respectivamente campeões mundiais de motocross 2018 nas categorias MXGP e MX2, comentaram recentemente que sentiram que os esforços dos promotores da Youthstream, para estabelecer um padrão diversificado nas pistas da temporada deste ano, atingiram um nível satisfatório em 2018
Em apenas três temporadas anteriores, circuitos como o de Talkessel, na Alemanha, e Uddevalla, na Suécia, estavam sendo advertidos pelos organizadores devido à falta de preparação adequada para receber os GPs.
Apesar das vastas diferenças culturais e dos recursos que os países e os moto clubes envolvidos dispõem (o que em alguns casos gera muitas dificuldades em garantir o melhor de cada circuito), pilotos como Herlings e Prado acreditam que o trabalho de manutenção realizado entre sábado e domingo, após os treinos e baterias classificatórias, foi muito bom.
– Acho que as pistas melhoraram muito neste ano. Para a MX2 é importante que ela esteja sempre impecável, mas para nós, da categoria principal (MXGP), isso é primordial – comenta Herlings.
O Mundial de Motocross tem estado sob constante escrutínio nos últimos anos por causa da qualidade variável das pistas, particularmente no que diz respeito à preparação de circuitos mais antigos e na criação do layout e dos saltos nas pistas novas, que recebem o campeonato pela primeira vez.
Por outro lado, esta variedade técnica e o nível de dificuldade que os circuitos exigem têm sido frequentemente citados como as razões pela qual o nível de habilidade dos atletas vem se elevando numa base consistente e isso ficou claro no Motocross das Nações.
– Algumas pistas simplesmente não permitem que você tenha um ótimo circuito. Como em Arco di Trento por exemplo. Lá é um circuito muito natural, mas é pequeno e eles tentam aproveitar o máximo desse espaço pequeno. Com 20 GPs no calendário, nem sempre você terá circuitos impressionantes e amplos. Mas é o Mundial de Motocross e basicamente temos de tudo no calendário. Desde areia profunda até terra vermelha, barro, pedras, tudo – prossegue Herlings.
– Acho que a preparação das pistas neste ano foi melhor do que no ano passado. Para nós da MX2 às vezes elas são difíceis demais, ou chatas demais, mas para os caras da MXGP com certeza elas estão sempre perfeitas! Na MX2 você se acostuma depois de algumas corridas, geralmente as primeiras voltas não são muito fáceis. Mas no geral, as pistas estavam muito melhores se comparado com o ano passado – acrescenta Prado.
Uma das razões para a maior qualidade dos circuitos e empenho dos organizadores neste quesito seja o ex-piloto português Rui Gonçalves, que encerrou sua carreira profissional em 2017 para trabalhar como consultor técnico da Youthstream na preparação dos circuitos.
– Acho que eles estão fazendo um bom trabalho e é importante ter um cara como Rui ajudando nesta parte. Ele costumava ser um cara “top” e sei o quanto deve ser difícil fazer o melhor trabalho possível, pois a cada GP você está trabalhando com um grupo de pessoas diferente. Espero que ele continue ajudando nesta melhora contínua – finaliza Herlings.