Aos 11 anos, Marcello Leodorico se muda para os EUA e surge como nova esperança do motocross brasileiro

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Marcellinho tem 11 anos de idade – Fotógrafo: Mau Haas / BRMX

 

Brasileiro sonha em ter um piloto de motocross ponteiro no mundo, seja no Mundial de Motocross ou no AMA Motocross/Supercross.

Na história recente, Balbi Junior e Jean Ramos representaram o país nas categorias profissionais do AMA Supercross, com resultados consideráveis na 250. Fizeram um caminho mais difícil, entrando direto na disputa profissional.

Gabe Gutierres, Enzo Lopes, Pepê Bueno, Ramyller Alves são da geração de atletas que iniciaram o processo nas categorias amadoras dos Estados Unidos. Chegaram na 250 e estão brigando em campeonatos importantes como Loretta Lynn e Mini Os, buscando chamar atenção de alguma equipe para se tornarem profissionais na Terra do Tio Sam. Gutierres e Alves nasceram lá e viveram mais de perto o processo. Pepê e Enzo fizeram o “bate e volta” muitas vezes.

Agora, uma nova esperança se junta a este grupo. O goiano Marcello Leodorico, 11 anos de idade, se mudou para os Estados Unidos com a família para se dedicar ao motocross. Mora na Califórnia há quatro meses, estuda em casa, treina todos os dias. Faz o caminho que a maioria dos pilotos profissionais fizeram na base. É certo que ainda tem um longo caminho a percorrer, mas está na estrada certa e já conseguiu bons resultados, como o quarto lugar no Loretta Lynn MX 2016 e dois quintos lugares no Mini Os 2015.

Na próxima segunda-feira, 21, Marcellinho inicia a disputa do Mini Os 2016 com desejo de vencer pelo menos uma das cinco categorias em que está inscrito. Será a segunda vez dele nesta competição, e o fechamento de um ciclo que começou em novembro de 2015 com a primeira participação em terras estrangeiras.

Antes de entrar na pista nas categorias 65 (10-11), 65 Limited (10-11) e 65 (7-11), o pai, que também se chama Marcello Leodorico, conversou com o BRMX e contou como tem sido esta experiência. Veja abaixo!

 

BRMX: Como surgiu a ideia de se mudar para os EUA?
Marcello Leodorico: Eu e minha esposa tínhamos vontade de fazer um intercâmbio, de passar um tempo fora com as crianças (Marcellinho tem uma irmã, a Ana) para desenvolvermos, falarmos outra língua. Nisso, apareceu o motocross, e o Marcellinho foi se destacando, e nós resolvemos passar um ano aqui nos Estados Unidos. Estamos felizes, fazendo novas amizades, nos divertindo, aprendendo inglês.

BRMX: Vocês moram na Califórnia, onde tem muitas pistas. Têm treinado em quais?
ML: Lake Elsinore, Pala, Glen Helen, Hangtown, Milestone, todas essas aí e mais algumas que não lembro o nome. A rotina tem sido intensa, mas o clima é muito bom, agradável. Estamos gostando e aprendendo bastante.

BRMX: Marcellinho está frequentando escola ou estão no home school (estudo em casa)?
ML: Marcellinho estava na escola, mas estava tomando muito tempo. Então mudamos para home school com uma tutora. Está fazendo tudo direitinho, e está com mais tempo para o motocross. Estamos tentando fazer a rotina dos americanos. Ele fez algumas corridas boas, ganhou algumas, fez Top 3, está evoluindo.

BRMX: Vocês estão com algum treinador para o Marcellinho?
ML: Último mês treinamos com o Ryan Hughes. Agora, quem está aqui é o Carlinhos Maia, que trabalhava conosco no Brasil. Vai nos ajudar no Mini Os.

BRMX: Estão focados em quais categorias?
ML: A última de 65cc vai ser aqui no Mini Os. Talvez, andaremos a final do Arena ainda de 65cc, se for depois do dia 7 de dezembro, quando voltaremos para o Brasil. Ano que vem vamos andar em todas as de 85cc. Ficaremos aqui nos EUA pelo menos até a metade do ano que vem, talvez mais tempo.

BRMX: Voltam para correr as etapas do Brasileiro de Motocross?
ML: O campeonato brasileiro está um pouco desmotivado, sem incentivo. Não quero desmerecer, até porque amo o Brasil. Só que está difícil. É muito custoso ir e voltar.

BRMX: Como estão de patrocínio? Já tem alguma grande marca de olho?
ML: Por enquanto, só paitrocínio. Tem algumas portas se abrindo. E claro que estamos abertos a patrocínios. Estamos precisando. Todos sabem que o custo é muito alto. Mas, gostaria de fazer algo sério. Gostaria de ter propostas sérias, que fossem por escrito, inclusive. Meu filho falou que é isso que ele quer pra vida dele, então queremos fazer o negócio certo desde o início.

 

Fotos de Marcello Leodorico

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Com a família e troféus

 

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Com Ryan Hughes

 

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Com a irmã e o pai

 

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No início do ano, em Limeira – Fotógrafo: Mau Haas / BRMX