Leandro Silva: minha experiência no Super Enduro

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Visual da pista – Foto: Fred Mancini / Y.Sports

 

Olá amigos, feliz ano novo pra todos!

Hoje vou contar um pouco pra vocês como foi minha participação no Mundial de Super Enduro, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Logo que cheguei a pista, percebi que duas sessões seriam muito difíceis. Uma subida de pedras grandes e pontudas e um obstáculo chamado de Matrix – uma série de paus que não cabiam as duas rodas da moto entre um e outro. E foi como previ, sofri bastante, principalmente nas pedras, mas a cada volta na pista podia perceber minha evolução.

Não fui bem no treino cronometrado. Na verdade, esqueci que tinha que acelerar e fiquei tentando melhorar algumas sessões da pista.

Apesar das baterias serem curtas, a modalidade é extremamente desgastaste. São seis longos minutos mais uma volta, ou seja, sete voltas carregando a moto, muitas vezes literalmente, no braço, pela pista.

Larguei mal na classificatória e um piloto caiu na minha frente trancando a pista. Tive que esperar ele levantar para conseguir passar. Saí praticamente de último, mas de 17º consegui me recuperar até 6º, o que, infelizmente, não foi o suficiente para me classificar. Avançavam direto somente os quatro primeiros.

Fui para repescagem, onde só iriam pra final os dois primeiros. Larguei em segundo. Após o Nielsen Bueno ter problema com a sua corrente, assumi a liderança e comecei a me sentir muito bem e andar rápido. Fiz o melhor tempo entre dos brasileiros e cheguei a virar no mesmo segundo do americano Dietrich. Venci com uma boa vantagem e fui pra final.

Tivemos o treino cronometrado da principal da categoria, a “Prestige”, e depois alinhamos para a primeira das três baterias.

Larguei no bolo da frente e fui colocando meu ritmo. Em uma das sequência, a Matrix, desequilibrei e o campeão mundial Teddy Blazusiaki saltou e acertou meu braço. Aquilo me assustou. Só pensava na temporada de 2013, quando me machuquei uma semana antes da abertura do Brasileiro. Tentei não encanar e fui para sessão de pedras. Entrei bem mas acabei caindo no final em cima da minha costela que havia fraturado no final do ano passado.

Apesar da dor, levantei a moto e percebi que no tombo fiquei sem freio dianteiro e naquele momento desisti da prova e do evento. Pensava apenas na abertura do Arena Cross, que começa em fevereiro. Gostaria de ter terminado e quem sabe ser o melhor brasileiro, mas meu foco está no Arena e no Motocross.

Por fim, algumas observações: corri sem mousse nos pneus, não tive nenhuma pista de super enduro pra treinar, mas fiquei feliz com o meu resultado. Os gringos usam motos sem link na suspensão traseira, ou seja, muito mais fácil para transpor os troncos e pedras. Eles também usam pneus tão macios que se podem dobrar os gomos com a mão, o que da uma vantagem imensa em tração.

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Leandro Silva – Foto: Jefferson Coelhinho Fraga