No próximo fim de semana acontece o GP da Finlândia, válido pela 12ª rodada do Mundial de Motocross 2013. E corrida naquele país remete imediatamente ao tetracampeão mundial de motocross Heikki Mikkola.
Aos 68 anos, Mikkola deve circular no paddock neste fim de semana. Aposentado das pistas de 1979, ele entra hoje para a história aqui no BRMX, que relembra a história do “Finlandês Voador”, como ficou mundialmente conhecido.
– Foi um prazer correr motocross. Tive a chance de competir contra caras como De Coster e tantos grandes pilotos. Eu sei que tive sorte, mas também sei que teve muito trabalho e dedicação. Motocross não é um esporte fácil. Jamais esquecerei das pessoas que conheci neste esporte – disse outro dia Mikkola.
Sua história com o esporte começa quando ele era criança e modificava bicicletas (imagine as bikes do início da década de 60) para saltar troncos de árvores junto com seu amigo Martti Pesonen (que mais tarde seria campeão finlandês de motovelocidade). Sua primeira moto foi uma Ducati, comprada escondida de seus pais. Mikkola tinha 14 anos e, ao descobrir, seu pai mandou devolver a moto já que o moleque não possuía carteira de motorista.
Em 1964, aos 19 anos portanto, ele começou sua carreira no motocross pilotando uma Greeves (marca britânica atualmente focada em moto trial). No ano seguinte, mudou para a Husqvarna e ganhou 11 das 18 corridas do campeonato finlandês.
Em 1966, Mikkola estreou no Mundial de Motocross, na última etapa, e chegou a liderar a prova, mas abandonou por causa de dores no pulso machucado naquela temporada.
A partir de 1968, a Husqvarna passou a patrocinar o piloto. Mas a o ano seguinte foi ruim para ele, terminando apenas na 14ª posição do Mundial de MX. Mas em 1970 ele começaria a sua batalha com Roger De Coster, vencendo os GPs da Finlândia, da Austrália e da Suíça, terminando o campeonato da classe 250cc em quarto (os três primeiros eram belgas: Joel Roberts, Sylvain Geboers e De Coster foram os melhores).
Então em 1971, Mikkola assinou um contrato de três anos com a Husqvarna. Terminou aquela temporada novamente em quarto. Pediu a fábrica para mudar para a categoria 500cc e avisou que queria um mecânico particular. E em 1972 acabou em terceiro lugar no Mundial de 500s (apesar disso, no ano seguinte voltou para a 250cc e acabou em terceiro novamente).
O primeiro título mundial veio na 500cc em 1974, quando Mikkola tinha 29 anos. Após grande batalha com Roger De Coster ao longo daquela temporada e a conquista do campeonato, a Honda lhe fez uma proposta para correr nos Estados Unidos.
Mikkola recusou e ficou na Husqvarna para travar outra batalha com De Coster. Mas o título ficou com o belga, que ganhou 12 GPs contra cinco do finlandês em 1975.
:: Imagens de 1979
Com a intenção de aumentar as vendas, a Husq colocou Mikkola de volta a 250 em 1976. E ele ganhou o título – apenas um ponto à frente do soviético Gennady Moisseev – se tornando o primeiro piloto campeão mundial nas duas classes.
Então veio a mudança para a Yamaha e mais dois títulos mundiais na 500cc, com direito a vitória no GP dos Estados Unidos de 1978 em frente a todos os americanos, inclusive aos que assistiam a transmissão ao vivo pela ABC Wide World Sports.
As lesões o afastaram das pistas a partir de 1979, quando terminou o Mundial na quinta colocação. No ano seguinte, seguiu na Yamaha como chefe de equipe dos americanos Danny LaPorte e Neil Hudson. Mas em 1981 se afastou para cuidar de uma fazenda no sul da Finlândia ao lado da família.
Por estes feitos, Mikkola é considerado o maior piloto finlandês de todos os tempos. Além do tetra mundial (tem 32 vitórias em GPs), foi multicampeão nacional em seu país.
:: Programa especial – Mikkola
:: Resultados ano-a-ano no Mundial de Motocross
1969 – 250cc – 14º (Husqvarna)
1970 – 250cc – 4º (Husqvarna)
1971 – 250cc – 4º (Husqvarna)
1972 – 500cc – 3º (Husqvarna)
1973 – 250cc – 3º (Husqvarna)
1974 – 500cc – campeão ([Husqvarna)
1975 – 500cc – vice-campeão (Husqvarna)
1976 – 250cc – campeão (Husqvarna)
1977 – 500cc – campeão (Yamaha)
1978 – 500cc – campeão (Yamaha)
1979 – 500cc – 5º (Yamaha)