Giuseppe Luongo, presidente da Youthstream, comenta novidades do Mundial MX 2016

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Giuseppe Luongo é presidente da Youthstream, organizadora do MXGP

 

Giuseppe Luongo, presidente da Youthstream – organizadora do Mundial de Motocross – continua trazendo surpresas ao campeonato com o objetivo de fazer o esporte crescer, segundo suas palavras. Países que não tiveram a oportunidade de estar no calendário oficial, como o Catar, Tailândia, Malásia, México, Argentina, agora têm a chance de sediar eventos da MXGP, assim como houve o retorno de outros que há muito tempo não tinham essa oportunidade, como a Suíça, Letônia e Itália.

Além disso, o italiano está a frente das mudanças nas regras. Sempre com o intuito de favorecer as transmissões ao vivo e tornar os eventos mais atrativos, Luongo vem lançando ideias a cada ano. Já tentou a bateria mista, com MX1 e MX2, em 2013, e agora lança a bateria classificatória valendo pontos para 2016, o que não tem sido recebido com bons olhos por boa parte dos pilotos e mídia.

Além disso, o mandatário tem colocado o motocross para dentro de autódromos, como na Holanda, no Catar e na Alemanha, o que tem atraído um público novo e fornecido infraestrutura de MotoGP ao motocross. Na entrevista a seguir, concedida ao site MXLarge, Luongo fala de algumas destas situações. Confira!

 

Dois Grandes Prêmios nos EUA no mesmo ano, em 2016. Isso não acontece desde 1992. Quanto prazer isso dá à Youthstream por conseguir alcançar esse objetivo no Mundial de Motocross?
Giuseppe Luongo: A MXGP tem crescido muito nos últimos anos, em termos de qualidade, nível dos pilotos, organização, estrutura. E tudo isso trouxe ao nosso esporte um nível mais alto. Várias pistas americanas entraram em contato conosco para a realização de um GP, mas a nossa escolha foi o Charlotte Motor Speedway, com base no grande lugar e no profissionalismo deles. Eu queria ter feito um GP tanto no Leste como no Oeste, EUA é um país enorme, com muitos fãs do MX e que merecem ter a oportunidade de assistir eventos do Mundial.

Como foi o acordo com a organização do Charlotte Motor Speedway? É para apenas um ano ou mais?
Giuseppe Luongo: O CMS é um grande grupo que possui mais de 10 pistas. Eles organizam diversos eventos como o Nascar e outros ao redor dos EUA. Nós os vimos como os parceiros certos para realizar o MXGP nos Estados Unidos. Eles conhecem a organização do Mundial e estão satisfeitos por se tornarem parceiros. É um projeto a longo prazo.

O que podemos esperar desse evento? Será uma corrida noturna? Os organizadores têm alguma ideia de quantas pessoas estarão por lá?
Giuseppe Luongo: Sim, será uma corrida noturna e nós esperamos que seja um excelente evento usando um novo jeito de apresentar o motocross. Nós já tivemos a experiência da corrida noturna no GP do Catar e tivemos diversas experiências com outros circuitos, acho que você vai concordar comigo se eu disser que Assen – na Holanda – foi incrível. Vamos trabalhar juntos para trazer os fãs do MX, mas a nossa meta é atrair um grande público para assistir ao Mundial de Motocross com conforto. Certamente será um grande evento e temos algumas ideias para aumentar ainda mais o espetáculo. Por exemplo, terá uma corrida para os pilotos da Júnior (125cc dois-tempos e 250cc quatro-tempos), dando a chance do piloto vencedor ter o suporte completo para entrar na MX2 em 2017.

Catar, Assen, Sepang e Charlotte são todos autódromos. Você irá definir uma quantidade certa no calendário ou podemos ver mais no futuro?
Giuseppe Luongo: Como todos veem, o MXGP se desenvolveu significativamente e as infra-estruturas são fundamentais, assim como o meio de comunicação (internet, telefone) e um box grande. Esse desenvolvimento, às vezes, causa problema para as pistas tradicionais. Nosso objetivo é continuar desenvolvendo o Mundial e permitindo que ele cresça, portanto, as pistas clássicas compreendem essa evolução e as que são capazes de seguir o padrão, irão continuar, mas para aqueles que não podemos encontrar solução, pensamos no MX em autódromos que têm toda a estrutura. Assen e Losail são exemplos perfeitos, no entanto, locais como Matterley Basin na Grã Bretanha e Neuquen na Argentina, oferecem um grande potencial, então com certeza permanecem no calendário.

 

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Giuseppe Luongo – Crédito: Divulgação

 

Apesar das lesões dos pilotos nessa temporada, o MXGP continuou a crescer. O interesse dos americanos, como você falou, foi para outro nível e eventos como o de Assen, acrescentam uma outra dimensão ao campeonato. Você tem mais surpresas para 2016?
Giuseppe Luongo: O nosso plano é manter o campeonato crescendo por muito tempo, porque ainda não chegou no topo, há espaço para melhorias. A maior surpresa para a próxima temporada é o calendário, um novo local na Tailândia (Sepang) e EUA (Charlotte Motor Speedway) e em seguida, terá o Riders Cup na Arena Veltins, na Alemanha. E também a cobertura televisiva ainda maior.

Tailândia será uma etapa especial para muitos, mas tem sido um ponto de interrogação por não estar 100% garantido em 2016. O que precisa acontecer para ser oficial? A mesma pergunta seria para Lommel.
Giuseppe Luongo: Na Tailândia foram discutidas duas questões, o local (no ano passado era inaceitável para nós) e finanças. O local foi resolvido e eles estão no processo de acertar a parte financeira. Com Lommel temos apenas algumas questões para finalizar com o organizador local.

O GP dos Estados Unidos foi a um outro nível em 2015, com um público muito maior e com o apoio de pilotos norte-americanos. Você já recebeu alguma notícia das equipes americanas da etapa da próxima temporada?
Giuseppe Luongo: Nós achamos que o apoio será ainda maior em 2016, porque acima dos fabricantes e patrocinadores que apoiaram o GP em 2015, agora existe o interesse de outras fábricas para a próxima temporada. Trazer o evento para Charlotte ajuda muito, porque a qualidade e a grandeza do local torna tudo muito atraente. Todos os pilotos que participaram do GP em Glen Helen e do MXoN em Ernée, na França, estavam felizes sobre o calendário e deram declarações positivas sobre os eventos. É algo que estamos trabalhando há muito tempo e, finalmente, nós estamos começando a ver o resultado.

O novo evento na Alemanha em 2016 tem uma capacidade para o público de 70 mil pessoas, com o apoio das equipes é difícil não ser um sucesso. Você pode comentar mais sobre esse evento?
Giuseppe Luongo: No dia 8 de outubro vamos organizar uma corrida de supermotocross na Arena Veltins. Será um novo conceito de corrida com obstáculos semelhantes do motocross. Cada fabricante vai participar com seus dois melhores pilotos, da MXGP e um da MX2. O conceito é semelhante ao MXoN, mas ao invés dos pilotos representarem seu país, eles representarão sua equipe de fábrica. O formato será com três corridas e três pilotos por fabricante, em cada corrida. A segurança da pista será a prioridade, proporcionando um grande show aos fãs, sendo televisionado em todo o mundo com cobertura semelhante ao Mundial. O apoio financeiro será dado aos fabricantes e a premiação em dinheiro será para o piloto e para a fábrica. Esse novo projeto é organizado e promovido pela Youthstream e sancionado pela FIM, em cooperação com a ADAC e DMSB e terá a participação de todos os fabricantes do motocross e dos melhores pilotos do mundo. Haverá inglês, francês e alemão nos alto-falantes, FMX, dançarinas, músicas, luzes, etc. Estamos pensando que será um grande sucesso, mas temos que esperar para ver o que o futuro reserva para esse evento, que depende claramente de muitos fatores.

Você comentou que a Austrália é um bom lugar, você acha que vai estar no calendário em 2017?
Giuseppe Luongo: Sim, estamos muito perto de finalizar um acordo com Kevin Williams – promotor do Campeonato Australiano de Motocross. Estamos trabalhando tanto para 2017, como para o futuro, e Kevin está estudando as possibilidades de locais.

A data do dia 29 de maio está indefinida, mas há rumores da Espanha receber o GP, você pode nos dizer algo sobre isso?
Giuseppe Luongo: Temos mais candidatos para essa data, mas é muito cedo para falar sobre isso agora.