Pódio do GP da Itália, vencido por Paulin – Foto: Divulgação Kawasaki
Gautier Paulin, 23 anos, é atualmente a principal ameaça a hegemonia de Antonio Cairoli no Mundial de Motocross. Viice-líder do campeonato, é quem mais venceu baterias na competição depois do italiano.
Conhecido nos bastidores do circuito por ser um francês boa gente, amistoso e emotivo – como n o GP da Itália – Paulin concedeu uma entrevista bem interessante a Motocross Illustrated. Uma entrevista rápida, sobre assuntos diversos, que você acompanha logo abaixo.
Como é manter-se concentrado quando você tem 30 mil pessoas torcendo pelo outro piloto, como no GP da Itália?
Paulin: Estava concentrado no meu traçado e dando 100% de gás. Ganhar do Cairoli lá foi muito legal. Comecei na frente e sabia que Cairoli viria forte, viria me pressionando. Sei o quanto ele pressiona quando está atrás. Sabia que eu tinha que seguir nas minhas linhas e não poderia cometer nenhum erro. Comecei a me lembrar de tudo que treinei e funcionou, valeu a pena. Então eu ouvia o público e sabia que Tony estava vindo. E é por isso que eu amo correr motocross.
Você se emocionou no pódio e deu para perceber o quanto isso significou. O que você tem a dizer sobre o ambiente de correr na Itália e na França?
Paulin: Fiquei feliz pelo motocross. Se pudermos ter públicos como na França e na Itália, onde não havia lugar para sentar, será sempre legal. Ganhei a primeira bateria na França e ganhei a etapa aqui, e era isso que eu queria. Quando fui alugar um carro hoje pela manhã, eu pensei “tenho que conseguir”. Quando você treina muito e não está machucado, você consegue dias como os de hoje. Estou adorando isso.
Você e Cairoli estão tendo algumas disputas bastante acirradas, mas sempre limpas. Não dá vontade de “jogar ele pro mato” em algumas curvas?
Paulin: Sempre será apertado contra Tony. Estamos disputando um campeonato mundial e ambos querem ganhar. Em Maggiora e Ernee ele chegou a tocar em mim, mas entendo que foram lances limpos. Ele pilota a 100% e eu também. Ele não é um cara que pensa em te derrubar, nem é um piloto que anda a 200%. Com ele a disputa é limpa, e é isso que o público merece.
Sua pilotagem é suave, assim como sua personalidade é tranquila. Isso ajuda nas corridas?
Paulin: Trabalho em cima disso, estou tentando ser cada vez mais forte mentalmente. E estou treinando muito forte mesmo. É até complicado para a minha namorada, porque chego em casa e nem quero conversar, quero sentar no sofá e baixar a cabeça, descansar. Esses dias não têm sido fáceis, mas estão dando retorno. Ganhei GP com 3-1 e não com 5-2, o que quer dizer que estou REALMENTE brigando com Cairoli.
Parece que você tem uma família muito legal, que apoia e acompanha. Como é isso?
Paulin: Sou muito ligado a minha família. Minha namorada está sempre comigo, mas ela não gosta dos holofotes. Digo para ela ir comigo ao pódio, mas ela não gosta de aparecer. Mas eu queria agradecê-la pelo apoio. E com minha família, minha irmã e seu namorado, meus pais, é uma relação muito boa. Quanto estou em casa, estamos de boa, relaxados. Ninguém na minha família é ligado ao motocross, então nem falamos de moto.
Não vemos muito eles nas corridas…
Paulin: Realmente, mas eles estavam em Ernee e Maggiora, e ficaram muito orgulhosos. E eu fico feliz por dar este sentimento a eles. Meu pai costumava ir comigo, e a gente lavava as motos juntos, mas agora eu vou treinar com meu próprio carro e, às vezes, quando meu mecânico está ocupado com outras coisas, eu mesmo lavo minha moto.
Você está em competição com um dos maiores de todos os tempos, Antonio Cairoli. Como é isso?
Paulin: É muito bom, mas o que me encanta mesmo é motocross com aquele público igual de Maggiora. Quando o público é daquele jeito, torna a corrida muito mais divertida. Além disso a pista era muito boa. Eu realmente gostei. Uma pista com história, e agora eu faço parte desta história.