*Por Anderson Cidade, instrutor e piloto de motocross
Final de semana chegou e o MX das Nações é o assunto mais debatido pelos amantes das duas rodas.
Este é meu terceiro ano fora das competições profissionais como piloto, e posso dizer que este evento é o que ainda mexe comigo. É sempre nesta época que me vem uma ótima memória das participações em 2010 no EUA e 2013 na Alemanha.
O Nações é mais que uma competição, um evento com uma atmosfera diferenciada, uma sensação única, é inexplicável pode fazer parte deste evento. O motivo todos sabem, ali estão os holofotes de todas as pessoas no mundo que amam as duas rodas.
Mesmo com um grande número de ausências, o evento deste ano tem gerado uma grande ansiedade. Talvez seja justamente pela ausência de muitos pilotos de diversos times que a competição será ainda mais parelha e de previsões das mais diferentes.
Pode ser nesse ano que uma “zebra” quebre a sequência de França e EUA vencendo, sem esquecer da Alemanha em 2012, que faturou em solo belga.
A França leva os números 1-2-3 mas vai depender que Febvre retome sua inspiração, ou que Paulin desencante. Charlier assumiu a vaga após lesões na MX2, o piloto formado no motocross hoje compete no mundial de enduro e recebe essa oportunidade de ouro. Ainda que seja um bom time, acredito que há uma grande chance da sequência de vitórias francesas acabar.
Ainda que a imprensa mundial esteja apontando a Grã-Bretanha como favorita, confesso ter minhas dúvidas. O time é bom, mas não vejo nenhum dos três pilotos como favoritos a ganhar uma bateria.
A regularidade pode ser o ponto forte, já que Dean Wilson teve uma temporada com resultados superconsistentes e Max Anstie vem em um ótimo final de temporada. Tommy Searle de volta a pilotar uma 250cc será uma novidade que, sinceramente, pode salvar o time, ou afundar. A torcida motivando pode ser um diferencial grande.
Os EUA vão com seu time “C”, mas ainda tem chances! Zach Osborne tem tudo para ser o melhor piloto de 250cc neste final de semana, mas Cole Seely vai ter que largar bem e “Tomtom” surpreender a bordo de uma 450cc. Muitos entendidos dizem que a MX2 é a mais importante para um time que quer vencer, então, se eles estiverem certos, ainda há esperança dos yankees retomarem o trono.
E quem seria o favorito na minha opinião?
Como já falei, não há favoritos, mas gosto da chance de Herlings vencer as duas baterias e salvar bons pontos para a Holanda.
No MX das Nações, ganha quem faz menos pontos, e com duas vitórias a Holanda teria apenas 2 pontos com um piloto. Coldenhoff precisa estar no primeiro pelotão, e Brian Bogers andar como na temporada passada pelo menos em uma bateria para não fazer quebrar o esquadrão laranja. Lembrando que o pior resultado da equipe é descartado.
Quem pode surpreender?
Austrália e Suíça têm times fortes e podem quebrar a rotina de resultados. Acho bem possível um top 3 para um deles, mas vitória.. ainda não.
E o Brasil?
Desde já quero parabenizar a iniciativa do Cacau e Cesar Araújo de levar novamente o time. Ter ido antes, a pista ser em terreno mais firme, e cada piloto andar na moto que está acostumado me soam interessante e aumentam a chance nacional.
A dificuldade é que muitos países do nosso nível têm um piloto que compete no Mundial e “salvam” a equipe.
Como? Simples.
Um exemplo hipotético: se o Tim Gajser vence uma classificatória para seu país, ele soma 1 ponto, se o outro piloto faz 23 lugar eles somam 24 pontos. Nossos 3 pilotos têm nível parecido, o que gera uma possibilidade de resultados parecidos. Para eles fazerem estes 24 pontos seria necessário dois 12º lugares.
Mas, sinceramente, eu acho que há chance, e estaremos torcendo muito para que isso aconteça!