ENTENDA: Elite MX deixa de ser um campeonato, mas bateria segue existindo

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Português Paulo Alberto, da Yamaha, foi o campeão brasileiro de motocross 2020 nas categorias MX1 e Elite MX – Foto: Rodrigo Júnior

 

A CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) anunciou mudanças no Brasileiro de Motocross 2021 através de um novo regulamento.

A principal alteração é que a categoria Elite MX deixa de somar pontos, deixa de ser um campeonato, e passa a ser “apenas” uma corrida no domingo.

– A MX1 é a categoria principal, e com o campeonato da Elite se cria um pouco de confusão quanto a isso. Quem ganha a Elite quer dizer que ela é a mais importante, enquanto que na verdade é a MX1. Então, por uma série de questões, até mesmo de quem tem o direito de usar o plate vermelho, decidimos acabar com a pontuação na Elite, apesar de mantermos a corrida de forma promocional, já que ela é um espetáculo no encerramento das atividades de domingo. Assim, temos o show e mantemos a tradição de que a MX1 é a categoria mais importante, seguida da MX2 – esclarece Wesley Magalhães, conhecido como “Pakito”, o diretor da modalidade.

MX1 segue sendo a principal categoria do Brasileiro de Motocross – Foto: Tiago Lopes

 

“A prova da classe Elite MX ocorrerá junto com a segunda bateria da MX1 e MX2, tornando uma única bateria incluindo as três categorias (Elite MX, MX1 e MX2), com pontuação, troféus e pódio separados somente para as categorias MX1 e MX2”, especifica o primeiro parágrafo do artigo 9.1.

O documento foi disponibilizado no site da entidade. As mudanças envolvem ainda atualizações no calendário de provas, nos critérios de participação das categorias e nos itens que dizem respeito aos direitos e deveres dos pilotos e suas equipes, bem como as responsabilidades da organização.

 

Nacional só para amadores

Para esta temporada, apenas competidores amadores poderão disputar a classe Nacional, que antes levava o nome de Nacional-Pró. O parágrafo único do artigo 3.1 diz que “nesta classe não será permitido à participação de pilotos oriundos das classes MX1 e MX2”, para que assim, os menos experientes tenham chances reais de se destacar e chegar ao pódio. Isto se aplica tanto para os competidores do próprio Brasileiro quanto dos Estaduais.

A regra afeta diretamente o piloto Caio Lopes, atual campeão da categoria, que corria também na MX1, mas com esta regra precisa abandonar as nacionais. Diego Henning, Gustavo Amaral, Ismael Rojas, João Xavier são outros pilotos que terão que deixar a categoria Nacional. O campeão do ano anterior se torna inapto a participar da Nacional no ano seguinte, visto que adquiriu condições técnicas para “subir” de categoria. As especificações das motos continuam as mesmas.

– É uma forma de incentivo para os motociclistas. Como é uma classe em que as motos possuem um preço mais acessível, a chance de termos novos adeptos ao motocross é maior – ressalta o diretor.

 

MX3 agora para 30 anos

A categoria MX3 aceitará, nesta temporada, inscritos acima dos 30 anos, desde que estejam há quatro anos ou mais sem correr nas classes MX1 e MX2. Salvo esta exceção, a idade mínima continua sendo 35 anos.

– Muitas vezes esses pilotos não têm condições de competir com os pilotos profissionais da MX1 e ficam parados […] assim podemos resgatá-los e vê-los nas pistas – explica Pakito.

 

Estrangeiros

A regra de participação para pilotos “gringos” ganhou alguns adendos. Se exige a liberação da federação de origem e cumprimento de regras de visto e permanência no Brasil.

A inscrição de um piloto brasileiro para cada piloto estrangeiro continua obrigatória.

Caso as especificações não sejam cumpridas, o inscrito é automaticamente desclassificado.

Regras para participação de pilotos estrangeiros ficaram ainda mais rígidas – Foto: Tiago Lopes

 

Provas

O tempo dos treinos livres e cronometrados também foi alterado. Agora, todas as categorias possuem 15 minutos para treinos livres, com exceção da MX1, MX2 e MX2Jr, que têm direito a 20 minutos. Nos cronometrados, as classes MX1 e MX2 ganharam 10 minutos de treino: de 20 foi para 30.

Houve mudança também no tempo dos treinos livres e cronometrados – Foto: Tiago Lopes

 

Calendário

O campeonato Pró (Elite MX, MX1, MX2, MX3, MX2JR e MXJR), que compreendia o número mínimo de seis etapas, será composto de sete a dez.

O campeonato Amador (50cc, 65cc, MXF, MX4, MX5 e Nacional) terá no mínimo cinco etapas ao invés de quatro.

Categorias amadoras (entre elas a MXF) terão no mínimo 5 etapas – Foto: Tiago Lopes

 

A ideia é estender a competição, para que a corrida por pontos se torne mais emocionante e ainda mais justa.

Com a pandemia da Covid-19, que teve início em março do ano passado, a organização adotou um sistema de rodadas duplas, que agradou os pilotos, patrocinadores e amantes do motocross e deve ser mantido para a temporada de 2021.

Sete estados já estão cotados para receber o evento durante o ano. A ideia é que alguns deles sejam contemplados com duas corridas, completando assim o número máximo de etapas.

MX2 segue sendo a segunda categoria mais importante do campeonato – Foto: Tiago Lopes

 

Confira o pré-definido pela CBM

11 de abril: 1ª etapa – Paraná, cidade a confirmar.

25 de abril: 2ª etapa – Santa Catarina, cidade a confirmar.

16 de maio: 3ª etapa – Rio Grande do Sul, cidade a confirmar.

20 de junho: 4ª etapa – São Paulo, cidade a confirmar.

4 de julho: 5ª etapa – Mato Grosso do Sul, cidade a confirmar.

15 de agosto: 6ª etapa – Rio de Janeiro, cidade a confirmar.

12 de setembro: 7ª etapa – Minas Gerais, cidade a confirmar.