Dirigentes da CBM falam sobre experiência no Grande Prêmio do Catar, primeiro GP noturno da história do Mundial de Motocross

||

Sistema de demarcação da pista pode ser \”copiado\” no Brasil – Foto: Youthstream

Firmo Alves, presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), e o diretor de motocross da entidade, Roberto Boettcher, presenciaram a etapa de abertura do Mundial de Motocross 2013.

Realizado no Catar, o GP aconteceu no dia 2 de março, sendo o primeiro da história dos mundiais a acontecer durante a noite e o primeiro do ano a testar o novo sistema de disputa sugerido pela Youthstream (empresa promotora do Mundial) com uma Superfinal misturando pilotos das classes MX1 e MX2.

– O novo sistema (Superfinal) é fantástico, muito interessante. A corrida final é um show. Fiquei com muita vontade de utilizar o mesmo sistema no Brasileiro (de Motocross). Mas, claro que para esse ano ainda não dá porque teria que mexer em muita coisa, inclusive no regulamento que já está pronto. Mas é muito interessante. Vamos ver como vai funcionar no restante do Mundial e aí estudamos para o ano que vem – diz Boettcher, que também critica muita coisa da abertura do Mundial.

– Fiquei decepcionado com muita coisa também. Público, por exemplo, não tinha ninguém além dos convidados. Fizeram um camarote para 200 pessoas e tinha só umas 50, todos convidados. O box ficava a um quilômetro de distância da pista, tinha que pegar carona pra ir pro box. A iluminação da pista também não era 100%. Mesmo assim deu pra pegar algumas coisas interessantes que podem ser aplicadas aqui, como sinalização de pista, placas, que tipo de material estão utilizando. Gosto de ver esses detalhes, pegar esses materiais na mão, fotografar, porque podemos tentar implantar aqui no Brasil – emenda o ex-piloto, tricampeão brasileiro na década de 70.

Para Firmo Alves, a viagem foi bastante diplomática, para fazer contatos com os diretores da FIM e da Youthstream.

– Essa política externa é bastante importante. Não gastamos nada da CBM para estar lá. Fomos com tudo pago pela federação do Catar e ainda assim teve gente que criticou a nossa ida. E mesmo se a CBM tivesse que pagar para irmos, seria interessante. Depois querem mundial disso e daquilo aqui no Brasil. Se eu não for atrás deles, se eu não fizer os contatos, eles não virão para o Brasil. Nesse ano teremos Mundial de Motocross (MX1/MX2 e MX3), duas etapas do Mundial de Freestyle, Mundial de Enduro, de Super Enduro e o Rally dos Sertões. E em 2014 teremos Moto GP novamente. Por isso é importante essa política externa – desabafa Alves.

O presidente da CBM ainda revela que o Brasil pode receber neste ano um evento latinoamericano de motocross, conforme conversa com o venezuelano Vito Ippolito, presidente da FIM, e o peruano Pedro Venturo, presidente da FIM Latinoamérica.

– Tive uma reunião de uma hora com o Vito Ippolito e ele reafirma o Brasil como um líder na América Latina. Ele inclusive me cobrou dizendo que eu deveria estar em mais eventos internacionais. Em conversa com Pedro Venturo, presidente da FIM Latinoamérica, falamos da possibilidade de fazer um latinoamericano de motocross ainda esse ano no Brasil. Vamos pensar nisso – revela Alves.