Cooper Webb comenta sobre o primeiro título da 250 no AMA Motocross

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Cooper Webb já está com contrato assinado para correr na 450 de Yamaha em 2017 – Crédito: Simon Cudby

 

Talento e muita determinação levaram Cooper Webb, da equipe Star Racing Yamaha, a conquistar o título da 250 antecipadamente no AMA Motocrosss 2016. O piloto, que passou por altos e baixos durante a temporada – desde acertos com a equipe até dúvidas sobre lesão – levou o campeonato com 73 pontos sobre o segundo colocado no último sábado, 20, em Budds Creek.

Webb venceu 4 etapas na temporada 2016 e conquistou o primeiro lugar em 8 das 22 baterias até agora. Com contrato assinado para correr na Yamaha Factory em 2017, o piloto se despede da categoria 250 e vai para a 450 no ano que vem.

Após a corrida em Budds Creek, onde ficou com 6-3, Webb conversou com a imprensa americana. Confira!

 


Conte-nos um pouco sobre essa corrida.
Cooper Webb: A corrida foi definitivamente difícil. Na primeira bateria eu estava muito nervoso, cheguei a cair e depois disso, tentei relaxar. Eu sabia tudo o que deveria fazer. Foi complicado andar nessa pista, tive que fazer várias ultrapassagens e mantê-las. Fiquei em sexto na primeira e senti que estava andando bem. Obviamente eu queria fazer melhor do que isso, mas mesmo assim, esfou feliz. Na segunda bateria tive uma largada estranha. Chris Alldredge e Alex Martin me fecharam e eu quase cai. Uma largada ruim não ajuda em nada. Senti que eu estava entre os vinte, mas não tinha certeza da posição. Eu apenas abaixei minha cabeça e tentei dar o melhor. Estava muito feliz por conquistar o terceiro lugar. Alex Martin ficou atrás de mim e muitas pessoas me disseram que se ele estivesse na minha frente, teria ficado em primeiro na geral.

Como você se sente conquistando o primeiro título no AMA MX?
Cooper Webb: É espetacular. Acho que o motocross é dez vezes mais difícil que o supercross. Obviamente, todos os títulos significam muito para mim, mas o do motocross é mais sofrido. Sinto que estou pronto para o próximo desafio.

Essa foi a sua última chance de conquistar o título no motocross, já que no ano que vem você sobe de categoria. Sempre perguntam sobre a sua lesão, mas como foi lidar com tudo isso e ainda sim continuar firme no campeonato?
Cooper Webb: Foi uma grande decisão. Eu andei muito bem no supercross, mas não havia conquistado um campeonato no motocross. Como você disse, já me falaram inúmeras vezes sobre a minha lesão. Eu estava no sofá de casa e pensei “Quer saber? Estou correndo para vencer. Não quero sentar no sofá e beber cerveja durante todo o verão. Vou trabalhar duro e conquistar esse título. Eu não me importo contra quem eu tenho que correr ou quão ruim meu pulso vai estar. Eu vou conseguir”. O pessoal achou que eu estava louco por insistir. Acho que somente quatro pessoas acreditaram em mim: meu treinador, Gareth Swanepoel, meus pais e Bobby Regan, chefe de equipe. As outras pessoas falavam “Ei, vai com calma. Queremos você 100% na 450. Não se preocupe com o motocross. Nós sabemos que você é capaz”. Eu disse a mim mesmo desde o ano passado, quando eu estava em Indiana e vi Jeremy Martin vencer de novo, que eu não deixaria isso acontecer novamente. Fomos colegas de equipe por muito tempo e ele realmente é muito bom. Eu sabia que estando com essa lesão no pulso, seria mais difícil. Então eu apenas foquei e nada mais importava. Fiquei muito emocionado após a corrida – que é praticamente no quintal de casa, já que venho aqui assistir competições desde os quatro anos. Sentei com o público durante dez anos só pensando no dia que eu estaria correndo. Foi muito especial.

Você está sempre querendo aprender e melhorar ainda mais. O pessoal diz que quando você era mais novo, estava sempre ao lado de caras experientes para se aperfeiçoar.
Cooper Webb: Acho que para você ser bem sucedido, precisa ir atrás. Você precisa ter a técnica. Essa é a coisa mais importante, e, em seguida, precisa se esforçar. Sempre estive com pessoas que foram capazes de me ensinar e eu aproveitei. Isso me ajudou muito nesse ano. É muito bom ver seu progresso e muitos pilotos esquecem dessa parte. Você precisa praticar, e eu ainda estou aprendendo. Tenho um longo caminho.

 

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Cooper Webb no pódio com toda a equipe – Crédito: Simon Cudby

 

Conversamos com Bobby Reagan, chefe de equipe da Star Racing Yamaha, e ele comentou que você não estava muito animado quando se juntou à equipe. O que fez você decidir ficar lá?
Cooper Webb: Honestamente era a minha única opção. Cada piloto foi para uma equipe e eu praticamente implorei por uma vaga. A Red Bull ainda não tinha o formato que eles tem hoje com a KTM e eu tinha a chance de ir para a JDR – o que não teria sido uma boa escolha. No começo eu pensava que Bobby seria apenas mais um momento da minha carreira, e vamos falar a real, não era uma boa equipe. E eu só tinha aquilo. Foi muito legal ver toda essa transição. Eu e Bobby nos damos muito bem e na época, eu estava em pânico. Ele sempre acreditou em mim e desde que me tornei profissional, ele dizia que eu seria campeão um dia. Após a minha primeira vitória, eu pedi equipamentos melhores e desde então, tudo tem se encaminhado.

E sobre a mudança de categoria?
Cooper Webb: Estou feliz em estar com a Yamaha na 450. Quero muito correr nessa categoria desde que me tornei um profissional. Quero estar com a Yamaha e com a minha equipe. Eles me ajudam com tudo e me dão força. Chad Reed, eu e todo o time temos uma ótima relação e estou ansioso. Eu não poderia estar em um lugar melhor para a estreia na 450.

Você vai andar de 450 na próxima semana?
Cooper Webb: Eu não sei, provavelmente estarei de 250 ainda, mas se a moto estiver ponta, seria legal estar no gate da 450. Não seria um problema para mim.

Você confirmou a participação no Charlotte no Mundial de Motocross, certo? Jeffrey Herlings deve voltar a competir após a lesão e estará lá. Vai ser uma grande disputa.
Cooper Webb: Com certeza. Estou ansioso por essa corrida. Herlings é um piloto muito rápido e mesmo vindo de uma lesão, ele ainda vai continuar andando bem. Vai ser interessante. Tenho muito respeito por ele e, pelo que ouço, ele também me respeita. Será uma grande disputa.