A equipe CLS Monster Energy Kawasaki vai colocar na pista quatro pilotos no Mundial de Motocross em 2014, porém pela primeira vez desde 2010 não contará com a assistência da Pro Circuit, famosa empresa de peças americana.
A equipe francesa, com Arnaud Tonus, Alessandro Lupino e Dylan Ferrandis (todos já fizeram pódio em grandes prêmios) na MX2 e Tommy Searle, na MX1, vai realizar internamente suas operações técnicas e se apoiar no conhecimento e experiência de Harry Nolte e Harrie Van Hout – chefes de equipe.
Durante o Motocross das Nações, Searle usou o sistema de suspensão WP Performance pela primeira vez, e ficou bastante satisfeito com a melhora de controle oferecida pelo equipamento austríaco-holandês. Teutschenthal foi o primeiro sinal de que o acordo com a Pro Circuit tinha acabado, o que deixou a empresa californiana com menores interesses no circuito.
O holandês Nolte explicou na entrevista que você confere a seguir – feita durante o Motocross das Nações – a razão para o fim da parceria e como a CLS vai melhorar para brigar em 2014, depois da estreia na antiga categoria MX1 (atual MXGP) em 2013 e confrontar o título principal da Kawasaki na MX2 na próxima temporada.
Porque sair da Pro Circuit?
Harry Nolte: Principalmente em função da distância com relação a eles, e também pela maneira de trabalhar em equipe deles. As pistas americanas são diferentes, a gasolina deles é diferente… Não era tão fácil. Tivemos um ano muito bom em 2012 e não tivemos sorte para ganhar o título. Foi bom para as duas partes, mas agora chegou a hora de mudar.
Vocês estão procurando confirmar alguns parceiros técnicos. Usar a suspensão WP foi o primeiro passo nessa nova direção?
Harry Nolte: Nós vamos ser mais “caseiros” e a suspensão vai mudar. Como as pessoas podem ver, nós já estamos usando a WP. Isso foi algo grande para nós, prepará-la para o Nações. Enquanto nós conversamos, o acordo para 2014 ainda não está completamente firmado, mas nós estivemos testando nas últimas semanas e foi tudo tão bem que Tommy (Searle) quis usar durante o final de semana. Nós estamos livres para escolher, mas o acordo é que haverá um técnico trabalhando exclusivamente para nós. WP não é a KTM. Se nós fecharmos com eles, será muito fácil se pensarmos que eles estão a menos de uma hora da oficina! Na parte do motor nós estamos procurando renegociar com os parceiros técnicos, porque com as 450 de quatro-tempos você precisa de apoio para conseguir que as motos estejam tão boas quanto possível. Aprendemos muito e sabemos que temos que ir com tudo no ano que vem. As 250 estão boas… Tivemos muito azar com (Arnaud) Tonus e suas lesões durante a temporada.
Vocês tinham contato direto com a Pro Circuit?
Harry Nolte: Eu sempre tive uma boa relação com Mitch (Payton, fundador e chefe principal da Pro Circuit), mas vida profissional e pessoal devem ser diferentes. Ele aceitou bem quando contamos para ele, e foi praticamente uma decisão conjunta.
Então qual será sua principal função em 2014?
Harry Nolte: Durante as corridas eu cuidarei da MX1, enquanto Harrie (Van Hout) vai cuidar da MX2, e durante a semana eu vou cuidar dos dois motores. Queremos ganhar e ficar entre os três melhores no próximo ano e eu acho que é possível. Minha motivação é muito boa e eu sempre quero ganhar!
Parece que demorou algum tempo para Searle conseguir entender claramente o funcionamento do equipamento e a direção a seguir na temporada de estreia de vocês na MX1. Vocês estão planejando o ano de 2014 em conjunto?
Harry Nolte: Sim, nós descobrimos que ir para os Estados Unidos não é a melhor forma de se preparar para as etapas do mundial, e nós não tivemos sorte, já que a pré-temporada no Parque Internacional Hawkstone foi cancelada e nós não conseguimos ir para Mantova. Não conseguimos fazer nenhuma corrida antes do primeiro GP, e com tantos imprevistos, foi um grande erro tanto pelo lado do Tommy quanto pelo nosso lado. Nós precisamos dos primeiros três ou quatro grandes prêmios para encontrar nosso caminho, e então trabalhamos durante a temporada… E isso é errado. Agora decidimos trabalhar de uma maneira diferente, e antes do Nações nós estávamos na França fazendo testes por cinco dias e conseguimos uma melhora significativa. Tommy sabe que ir para os EUA no inverno não é a melhor maneira de se preparar, porque o tempo e as pistas são diferentes da Europa, além da distância da equipe não ajudar. Usamos o conjunto que tínhamos para usar nos Estados Unidos na primeira etapa do mundial, no Qatar, e funcionou bem. Também correu tudo bem na Tailândia uma semana depois, mas chegando a Valkenswaard (na Holanda) descobrimos que não era disso que nós precisávamos.
* Entrevista feita por Adam Wheeler, da OTOR.