Finalmente chegou a hora da verdade!
O Brasileiro de Motocross começou no último fim de semana em Três Lagoas, no “Arenamix”, uma das melhores instalações que temos no campeonato.
A primeira corrida demorou para acontecer, depois de algumas mudanças no calendário, o que também nos deu a oportunidade de estar mais preparados.
Na etapa do Mundial MX em Penha, caí forte, e essas duas semanas não consegui treinar em condições normais por causa das dores. Por sorte, quando subi na moto e fomos para os testes, as dores já haviam desaparecido.
Três Lagoas é uma pista um pouco pequena para meu gosto, mas gosto do terreno, das canaletas e buracos. A previsão era de chuva tanto no sábado quando no domingo, porém o tempo nos respeitou e pudemos desfrutar 100% das corridas.
No sábado pude fazer o melhor tempo nos treinos livres, mas não me sentia bem com a moto. Depois de algumas mudanças, nos treinos cronometrados me sentia muito melhor, e a pesar de ter que me contentar com o terceiro lugar atrás de Julien Bill e Jean Ramos, as sensações eram boas, e estava contente com minha moto e minha pilotagem.
Domingo, apesar da chuva que caiu durante a noite, a pista aguentou muito bem e no warm up podemos terminar de colocar a moto no ponto e fazer de novo o melhor tempo.
A largada da primeira bateria foi muito boa, e depois de uma olhada rápida a minha esquerda, acreditava que estava em primeiro, mas depois de alguns metros de areia profunda, vi que Jetro havia levado vantagem. Ele entrou forte na curva, que era para esquerda, bem rápida e arenosa, enquanto eu tive que abrir demais e fiquei em sétimo. Meu companheiro de equipe, Rafael Faria, saiu em primeiro e liderou as primeiras voltas.
Antes de passar a primeira vez pelo arco de chegada, passei Jean Ramos, e alguma volta mais tarde, Balbi. Chegar a quarta posição foi mais difícil, pois Wellington Garcia não cometia quase nenhum erro.
Depois de várias voltas lutando no limite, pude passá-lo e ir pra cima de Leandro Silva. Leandro não correu todo campeonato de 2013 por causa de várias lesões, mas fez metade da corrida muito boa, depois foi perdendo força. Passei o Leandro e comecei a diminuir distância para Jetro Salazar pouco a pouco. (Rafael) Faria caiu enquanto liderava a prova de um retardatário, de modo que a briga pela vitória seria entre eu e Salazar.
Em algum momento da corrida, algo bateu na bomba de água da minha moto, perdendo toda água de refigeração. Não senti nada, assim continuei a 100% na minha briga com Jetro. Foram as melhores voltas do fim de semana, no limite, mas tudo muito limpo. Pude chegar em primeiro, mas não consegui escapar até a poucas voltas do fim. Minha Yamaha aguentou bem até a bandeira quadriculada e pudemos ganhar a primeira bateria do ano.
Na segunda bateria, decidi sair com a moto reserva para correr sem riscos. Meu mecânico, Rafael Rocha, tinha tudo pronto e não perdi nada da moto “boa”.
A largada foi bastante parecida, com Salazar na frente e eu bem perto. No entanto, na segunda curva houve um pouco de bagunça, vários pilotos se engataram e caíram, e finalmente passei a primeira volta em quinto. Balbi estava em terceiro quando quase caiu e acabou saindo da pista, assim passei para quarto lugar. De novo tive um bom pega com Wellington Garcia pela terceira posição.
Era bastante difícil ultrapassar, mas depois de algumas tentativas encontrei um espaço. Em seguida fui atrás de (Rafael) Faria, o que foi muito mais fácil, pois ele estava com problemas que o fizeram passar de segundo para quarto lugar em poucos minutos.
(Jetro) Salazar estava de novo em primeiro, e pouco a pouco fui o alcançando. Já tinha pensando no lugar que tentaria passá-lo, no mesmo que umas voltas antes tinha passado Wellington (Garcia). Mas precisei de alguma outra tentativa para conseguir… e foi muito justo! Jetro (Salazar) batalhou várias voltas até que se cansou, e foi perdendo terreno, e finalmente Wellington (Garcia) também o passaria.
Assim consegui a primeira dobradinha do ano no campeonato brasileiro. Estou muito contente por liderar os três principais campeonato do Brasil (Brasileiro, Arena Cross e Copa Minas), e do bom ritmo no mundial.
Mas só acabou de começar. Sabemos onde podemos melhorar e vamos trabalhar “a tope” para tentar seguir com bons resultados.
Um saludo a todos! Até a próxima!
Carlos Campano
* Tradução: Christine Wesendonk