NOTA DA REDAÇÃO: Gian Bergamini é um dos expoentes do motocross freestyle no Brasil. Nascido nos Estados Unidos, filho de brasileiros, Gian vive em São Paulo e faz shows de FMX ao lado de seu irmão Paô Bergamini mundo afora. É viciado por motocross e FMX e todo lifestyle deste nosso mundo. Comentarista do AMA Motocross e dos X Games na ESPN, Gian tem este espaço no BRMX para dar suas opiniões, abrir nossos horizontes para o FMX, contar histórias, mostrar novidades.
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Fala galera! Gian Bergamini de volta aqui no BRMX! Desta vez vamos falar de campeonato! E não é qualquer campeonato e sim o maior circuito de Freestyle Motocross do mundo! O Red Bull X Fighters, que reúne os melhores pilotos em locais inusitados e pistas de todas as dimensões imagináveis e inimagináveis! O perfeito cenário para um espetáculo gigante desde a cerimônia de entrada até o encerramento!
Uma coisa muito característica deste circuito é a inovação das pistas conforme a inovação do esporte, sendo o primeiro campeonato a ter um quarter pipe por exemplo, isso há quase 10 anos, em 2006, quando Frederik Johanssen (Suécia) mandou o primeiro 540 da história. Anos se passaram até algum piloto arriscar novamente o 540, e agora que existem um punhado de pilotos dominando a rotação, acabou se tornando obrigatório mandar o 540 para ter bons resultados em uma etapa dos X Fighters. Assim como aconteceu com o Back Flip a partir de 2003, 2004.
Mas espere!
Não para por aí, não adianta achar que um 540 no quarter pipe vai garantir seu lugar ao sol. Existem outros patamares que vêm sendo definidos há anos por pilotos como Kyle Loze, Chuck Carothers e até mesmo o piloto que defende o trono de campeāo dos X Fighters, Tomas Pages que hoje estabelece definitivamente os “Body Varials” com constância nas voltas em competição. Body Varials são manobras onde o piloto gira em torno ou por cima da moto, na maioria das vezes perdendo contato total com a bike. Já existem seis ou mais variações de body varials que foram executadas, e quatro que são executadas constantemente nos principais eventos.
Assustador isso, não?
Além dos 540 e os Body Varials, o leque se abriu mais ainda utilizando o quarter pipe para fazer outras manobras como o “Egg Roll” – um tipo de back flip tranfer – e o tão consagrado “Bike Flip” no qual o piloto gira a moto e o corpo não. Realmente incrível! Mais incrível ainda é ver voltas de pilotos como Adam Jones, Javier Villegas, Dany Torres, entre outros, com todas as manobras possíveis de ponta cabeça, com extensões absurdas, e nem assim chegarem pelo menos nas quartas-de-finais!
Realmente difícil de acreditar o nível e a direção que o FMX tem mostrado, lembrando que as possibilidades são ainda maiores sendo que a maioria dos pilotos já mandam alguma variação em cima do 540, e Levi Sherwood, da Nova Zelândia, já mostrou um belo de um SuperFlip Egg Roll.
Fora isso tudo, não podemos deixar de lado uma das manobras mais perigosas do mundo do FMX. Manobra que foi aterrissada por apenas quatro pilotos em toda a história do nosso esporte. E apenas dois destes pilotos colocaram em uma volta de campeonato, o Double Back Flip! Nele o piloto gira o Back Flip por duas vezes no mesmo salto. O australiano Josh Sheehan tem executado o Double Flip em todas as etapas dos X Fighters este ano, mas mesmo assim não garantiu a vitória em nenhuma delas. Assustador isso, não?
Possibilidades são infinitas e isso aumenta ainda mais o grau de competitividade e obviamente o risco e comprometimento que o piloto tem que ter com esses tipos de manobras.
O que esperar da final do X Fighters 2015?
Com tudo isso em jogo, chegamos a última das cinco etapas do X Fighters 2015, e apenas dois pilotos tiveram o gosto da vitória até aqui, causando um empate na classificação geral. Clinton Moore e Tomas Pages se encontram empatados com duas vitórias cada, e uma épica batalha está prevista para a última e decisiva etapa. Quem levar a melhor, fica com o título de campeão de 2015.
Na etapa passada, em Pretória, na África do Sul, Pages saiu vitorioso com uma lista gigante de manobras direto do topo deste patamar novo que revoluciona o FMX mundial. Special Flip, Volt, 540, Egg Roll e Bike Flip são praticamente a maioria das manobras da “nova escola” em uma volta só. Tom ainda joga um 360 cabuloso, apesar de o 360 já estar no FMX desde 2003, até hoje são poucos pilotos que executam com perfeição o giro.
Clinton Moore por outro lado, além de mostrar muita garra e determinação no seu rolê, o australiano tem na manga um Body Varial que só ele manda, o “Bundie” – uma variação muito similar a de Kyle Loza que rendeu algumas medalhas de ouro na modalidade Best Trick, atualmente extinta dos X Games. Clinton também apresenta o 540 e 360 com perfeição e já mostrou que manda o “Volt” – manobra na qual o piloto gira um 360 ao lado da moto – em qualquer salto possível.
Estes são os dois “Heavy Hitters” da temporada. A batalha final será neste sábado, 30 de outubro, em Abu Dabi! Além de Moore e Pages, é legal ficar de olho em algum spoiler que pode não estar na briga pelo campeonato, mas com certeza pode vencer a etapa. Esta lista tem alguns nomes como Rob adalberg, Taka Higashino e o grande Josh Sheehan.
Não percam! Há transmissão pela internet na Red Bull TV e no site oficial do X Fighters!
:: Rolê do Pagés
MúsiMX!
O som Free Forever desta vez é da banda Ignite, de Orange County, na California, com a música “Fear is our Tradition”. Som bem energético, com guitarras gritantes e um vocal característico de Zoli Teglas (vocal da banda que também já gravou com Pennywise). Bem melódico, porém com muita potência! Vale a pena galera!
Até a próxima!