Silvano (esq.) e Davi festejam a Escuderia X Motos no ano de estreia da empresa no Brasileiro MX – Foto: Elton Souza / BRMX
A temporada brasileira de motocross em 2012 está marcada com um X. A entrada no cenário nacional da X Motos do Brasil se deu em meados de fevereiro, com o anúncio da contratação do piloto Jean Ramos e a criação da Escuderia X Motos para disputar os campeonatos nacionais na categoria 450cc.
Para quem já achava um passo arrojado dessa empresa da Grande Curitiba que está somente há três anos no mercado, foi surpreendido mais recentemente com o anúncio do patrocínio à Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), mais especificamente ao Campeonato Brasileiro de Motocross.
O BRMX entrevistou Davi Teixeira, diretor comercial da X Motos do Brasil, para mais uma edição do BRMX Economia. Ao lado de Silvano Bonfonte, diretor técnico, a dupla natural de Foz de Iguaçu, Oeste do Paraná, comanda os rumos da empresa que espera se tornar referência no mercado brasileiro de distribuição de motopeças em três anos.
BRMX – Tão nova no mercado, como a X Motos do Brasil se define?
Davi Teixeira – A X Motos do Brasil é uma empresa brasileira com três anos de fundação, 27 representantes em Estados brasileiros e que conquistou cerca de 5 mil clientes em todo o país. Nossa sede está em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, e a partir desta temporada passamos a investir no motocross e apostar em um piloto de casa, o Jean Ramos, que é de Curitiba.
BRMX – Empresa que está há três anos do mercado, mas, que comanda oito ou nove marcas, correto?
Davi Teixeira – Somos proprietários de oito marcas de motopeças e temos mais de 2 mil itens em desenvolvimento que são destinado 100% ao motociclismo, on e off road. Estamos focados em modelos populares do mercado, que vão de 125cc a 250cc. Nossa lista de produtos é composta por peças elétricas, amortecedores, freios, rolamentos, embreagens, pneus, câmaras de ar, pedais, transmissão, baú, bauleto e espelho. Também somos representantes exclusivos para a América Latina da bateria de gel OUTDO. Produto desenvolvido com tecnologia japonesa e que possui um chip eletrônico identificador de carga.
BRMX – O que levou a X Motos do Brasil embarcar nesse projeto de apoiar o Campeonato Brasileiro de Motocross?
Davi Teixeira – Nosso principal objetivo é ver novamente o Campeonato Brasileiro de Motocross como referência do esporte no país. Além disso, estamos trabalhando na fixação da marca X Motos do Brasil no mercado e decidimos fazer isso apoiando o principal campeonato nacional.
BRMX – Esse projeto agrega a criação de uma equipe e a contratação do Jean Ramos. Vocês estão abertos, por exemplo, a auxiliar seu piloto em caso ele seja convidado a participar do Motocross das Nações?
Davi Teixeira – Sem dúvida. Nossa conversa com o Jean, inclusive, prevê o apoio a ele no caso de sua participação no Motocross das Nações. Nossa decisão em contratá-lo, por exemplo, partiu da análise que fizemos depois de sua pré-temporada nos Estados Unidos no início deste ano. Desde então, estamos decididos a apoiá-lo em todas as competições que ele for disputar no exterior e isso inclui etapas do Mundial de Motocross, AMA Motocross, o Motocross das Nações e, quem sabe, novamente o AMA Supercross em 2013.
BRMX – Como foi a negociação com o Jean Ramos e qual o plano para a equipe de motocross?
Davi Teixeira – Posso afirmar que o Jean Ramos é um dos pilotos melhor remunerado no Brasil. Ele é a base de nosso projeto com equipe de motocross e nosso objetivo é realizar um trabalho de longo prazo. Para as próximas temporadas, queremos ampliar a equipe, tendo de um a dois pilotos em cada classe, e ampliar o investimento nas categorias de base. Atualmente, além do Jean na MX1, temos Matheus Galvez de Souza, na classe 150cc, e Enzo Stival, na 50cc.
BRMX – Por que o motocross e não outra modalidade do motociclismo?
Davi Teixeira – Percebemos que o motocross é um esporte que acaba envolvendo toda a família em um ambiente sadio, no qual podemos reunir funcionários e clientes em um evento esportivo e competitivo. Isso agradou a X Motos do Brasil. Comercialmente, trata-se de uma porta para desenvolver a marca e de se aproximar do consumidor, que está nas etapas.
BRMX – Em três anos de atividade, a X Motos do Brasil já consegue resultados expressivos no mercado brasileiro?
Davi Teixeira – O mercado é carente de bons produtos e há essa abertura onde procuramos atuar. Desde 2009, a X Motos do Brasil vem crescendo 50% em distribuição de peças no mercado a cada ano. Afinal, quando se está começando, sempre é fácil apresentar porcentagens elevadas, até porque partir de dois para quatro já é um aumento de 100%. Porém, conseguimos manter esse índice de 50% nos anos seguintes também, 2010 e 2011, e agora, nossa previsão é de 30% para 2012.
BRMX – O mercado brasileiro comporta esse crescimento?
Davi Teixeira – A estimativa é que o Brasil possuirá uma frota de 20 milhões de motocicletas em 2013. Nesse ritmo, nosso plano diretor está traçado para que até 2015 estejamos entre as dez principais empresas no quesito participação e distribuição de motopeças para o mercado brasileiro.