Evento grandioso. O BRMX levou cerca de 24 horas para dar uma volta completa pelo X Games Foz do Iguaçu. Desde a chegada, às 16h de quinta-feira, até as 16h desta sexta, foram caminhados muitos quilômetros entre mega rampa, skate street, half pipe e a área de terra, onde rola o motocross e o rally.
Figuras carimbadas do MX nacional cruzaram por nossa equipe desde os primeiros passos. Irmãos Balbi, Thales Vilardi, Enzo Lopes, Fabio Antunes da Brasil Racing, Fernando Silvestre e Dimas Mattos da ASW, Nielsen Bueno, Rodney Smith. E, claro, estrelas internacionais, como Bob Burnquist, Sandro Dias, Taddy Blazusiak, Mike Brown e outros.
Mesmo com toda estrutura dos X Games, falhas acontecem. Por isso reservamos dois parágrafos para falar sobre os problemas.
> Um portador de necessidades especiais e sua cadeira de rodas, por exemplo, teriam muita dificuldade para atravessar as rampas de acesso e suas escadarias de mais de dez metros de altura. A praça de alimentação sequer tinha mesas e cadeiras na quinta-feira, apesar de na sexta isso estar resolvido. O único estacionamento do evento está a cerca de dois quilômetros de distância do parque, e é necessário atravessar duas grandes passarelas destas de dez metros de altura para se chegar ao evento, sem falar que o half pipe, uma das principais atrações do skate, está há mais de dez quilômetros do restante das atrações.
> A ESPN, organizadora do evento, costuma bater forte quando uma inauguração de estádio para a Copa do Mundo de futebol não funciona perfeitamente, por exemplo. O canal denunciou muitas vezes que a reinauguração do Mineirão, em Minas Gerais, falhou muito no quesito “informação”. Nos X Games Brasil aconteceu o mesmo. O pessoal que está trabalhando está mal treinado/orientado para passar informações ao público. Tem muita gente sentido dificuldades de se achar.
Passado esse momento “chato”, é importante dizer que os esportes de skate são os que mais chamam atenção dos espectadores. Arena de skate lota até com treino. Carros, bikes e motos ainda têm menos espaço no coração de quem compra ingresso para os X Games.
A ação é marca registrada. É difícil ver alguém parado. Os estandes dos patrocinadores estão agitados o tempo todo com música alta, sessão de autógrafos, promoções. GoPro, Red Bull, Oakley e Governo Federal – este sem estande – são as marcas mais vistas.
Com qualquer modalidade de ingresso é possível acessar o evento. Porém, lá dentro, cada tipo de ingresso só permite a entrada em sua arquibancada específica. Se você comprou para ver Motocross Freestyle, não conseguirá sentar na arquibancada do skate, e vice-versa. A vantagem é que a mega rampa, onde rolaram Big Air Skate e BMX, pode ser vista de uma área comum – onde também estão os estandes – a todos os ingressos.
:: Enduro Cross
O Enduro Cross abriu as competições com moto na quinta-feira, 18, e deixou muita gente de queixo caído. A pista era um pouco maior que uma do Arena Cross brasileiro, mas muito diferente de qualquer coisa que o MX nacional já viu. Tanto que os brasileiros tiveram dificuldades para se adaptar a travessia de troncos, pneus e pedras.
Nielsen Bueno, um dos maiores nomes do enduro brasileiro, suou para andar na pista e transpor todos obstáculos, ficando fora da prova final depois da corrida eliminatória.
– É muito difícil. É diferente do que a gente tem aqui. Bem diferente. A seção de pedras é a mais complicada – relatou Nielsen Bueno.
Já as mulheres tiveram melhor desempenho. Mariana Balbi foi a melhor da final com o oitavo lugar, à frente de Marcella Gonçalves e Stefany Serrão, que fecharam o grupo de dez pilotos participantes.
O polonês Taddy Blazusiak venceu entre os homens, à frente do estadunidense Coddy Web e do britânico David Knight. Entre as mulheres, a espanhola Laila Sanz ficou com o X de Ouro, seguida da norte-americana Maria Forsberg e da portorriquenha radicada nos EUA, Tarah Gieger.
Além dos resultados, foi possível perceber a variação de motocicletas na modalidade. KTM, Yamaha, Honda, Gas Gas, de 250 ou 450 cilindradas e até mesmo motos 2T, todas com a suspensão muito macia e poder de baixa, ao melhor estilo das motos de trial.
:: Step Up
Passadas as 24 horas da estreia do BRMX em X Games, chegava o momento da segunda noite de motos na pista. Edgar Torronteras, Ronnie Renner, Josh Hansen eram nomes gringos comuns que se ouvia pelos autofalantes na noite desta sexta-feira.
Antes do Step Up, rolou uma competição de entortadas (Best Whip) com votação do público pela internet para definir o campeão. Jeremy Stenberg, da Califórnia, Estados Unidos, foi o vencedor. Os brasileiros Joaninha Flores e Fred Kyrillos também participaram desta prova.
O \”salto em altura\” encerrou a noite antes dos shows de Detonautas e CPM 22. O estreante Bryce Hudson, dos Estados Unidos, superou o favoritíssimo Ronnie Renner e ficou com o X de Ouro. Os pilotos chegaram na marca dos 31 pés (9,44 metros).
A prova começava em 21 pés e a barra subia a cada rodada completa. O piloto que errava, tinha uma segunda chance. Errando duas vezes, era eliminado. Josh Hanses, que também tem diversas participações no AMA Supercross, chegou até a marca de 28 pés.
A programação dos X Games segue com muito BMX, skate, rally de carros e motocross freestyle.