O BRMX apresenta hoje o início de uma série de avaliações das etapas do Brasileiro de Motocross 2013.
Começando por Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, onde aconteceu a segunda etapa do campeonato, o site vai enumerar situações positivas e negativas a respeito de cada evento, sejam elas de grande ou menor importância.
O único objetivo é ajudar a desenvolver o esporte.
Deixe a sua opinião nos comentários abaixo. Seja coerente, construtivo. Não ofenda gratuitamente. Não xingue por xingar. Dê ideias!
#1 – Pista
A pista de Três Lagoas era pequena, estreita e mais se parecia com supercross do que motocross. Agradou e desagradou pilotos, mas a questão é: se a ideia é fazer pista nestes moldes, não seria melhor chamar o campeonato de Brasileiro de Supercross? Aliás, cadê o Brasileiro de SX?
Além de estreita em muitos pontos, há detalhes que poderiam ser melhorados para que os pilotos pudessem fazer dois (ou mais) traçados rápidos. Uma “paredinha” por fora da curva faz criar outro traçado rápido. Ou até mesmo várias “paredinhas” criadas pela retro-escavadeira, como acontece no exterior, poderiam ajudar. Assim não formaria apenas uma linha e os competidores teriam mais opções de ultrapassagem. A corrida ganharia em emoção.
Se reclamou também que a pista tinha retas muito curtas entre uma curva e outra. O ideal seriam retas de 20 metros, pelo menos. Também havia espaço para aumentar a pista aproveitando o barranco em volta do traçado, fazendo as motos subir e descer mais. Faltou “senso de motocross” neste caso.
O detalhe positivo foi o tratamento. Com bastante mistura de areia e água suficiente para irrigar o traçado, não se viu poeira e sim muitas canaletas e ondulações que deram um aspecto “gringo” para o solo.
O BRMX defende a ideia de que o campeonato nacional de MX deve ser realizado em grandes pistas, com características de motocross, como a de Carlos Barbosa (RS) e Canelinha (SC) e até mesmo e Anchieta (ES), que foi sede em 2012 mas este ano está fora, ou de Cachoeiro do Itapemirim (ES), que também já recebeu diversas provas do nacional. E por que não usar as pistas que já sediaram o Mundial no Brasil, como a de Campo Grande (MS) e Indaiatuba (SP). E a de Penha (SC), por que não entra na lista?
#2 – Estrutura
A área de box em Três Lagoas surpreendeu positivamente. Toda plana, asfaltada e gramada, deu condições para as equipes trabalharem tranquilamente e com ambiente limpo, como deve ser. Havia também banheiros e chuveiros para as equipes. Uma área muito melhor que a de Carlos Barbosa (RS), por exemplo, onde a pista se destaca, mas o box…
Interessante também ressaltar o box com acesso livre para o público, com lanchonetes e lojas de produtos de motociclismo. Isso cria um clima de festa, de confraternização, importante para o crescimento do esporte.
O pecado fica por conta do serviço de internet disponibilizado para a imprensa. A conexão caía a toda hora e parecia movida a tartarugas em muitos momentos.
#3 – Demais
Houve muita badalação das autoridades locais aos microfones. Passou do ponto do bom senso. Era prefeito daqui e dali, vereador de acolá, todo mundo prometendo mundos e fundos para o motocross. Se chegou a dizer que Três Lagoas iria tentar uma etapa de Mundial de Motocross e uma de SULAMERICANO de MX, campeonato que nem existe. Falaram demais.
#4 – Localização
O mapa das etapas do campeonato nacional sempre é motivo de discussão. O Brasil é continental e isso não pode ser mudado, mas os organizadores poderiam adequar o mapa das etapas à realidade do motocross brasileiro.
O esporte já remunera mal seus participantes, coadjuvantes, imprensa, trabalhadores de forma geral, por que dificultar ainda mais? Por que levar uma etapa para uma cidade que nem aeroporto (o mais próximo fica a 350km), nem tradição no motocross tem?
Saindo de São Paulo para chegar em Três Lagoas são mais de 650km. Se partir de Belo Horizonte são quase 1.000km. De Curitiba são 750km. De Salvador são 2.000km. De Florianópolis, 1.100km. Se as cidades-sede tivessem aeroporto, seria mais fácil para todo mundo.
Veja o caso da próxima rodada. Será em Sorriso, no Mato Grosso. O aeroporto mais próximo é em Sinop (a 100km de distância), para onde a passagem é mais cara do que para a Flórida, nos Estados Unidos. Ou então se pode voar até Cuiabá, para onde a passagem está dentro de um preço aceitável, mas este aeroporto está a 400km da pista.
Para chegar em Sorriso, uma equipe de São Paulo terá que rodar mais de 1.800km. De Curitiba são mais de 2.000. De Porto Alegre são quase 2.500km. De Salvador são mais de 2.700km. Belo Horizonte, 1.900km. É muito longe de tudo! E muito caro para todo mundo!
Essa discussão jamais pode sair da mesa. Isso precisa ser revisto.
#5 – Transmissão pela internet
A transmissão da CBM saiu do papel. Apesar de precária, foi um início. O BRMX recebeu reclamações de que a transmissão travava (normal na maioria das transmissões de internet), que as câmeras estavam muito longe, que a narração de um locutor na pista não deve ser a mesma das imagens das câmeras.
O BRMX já fez várias transmissões de etapas do Brasileiro e foi pioneiro, em 2012, ao transmitir em vídeo pela internet com seis câmeras e narrador e comentarista exclusivos para as imagens de Foz do Iguaçu, Paraná. Foi mais do que a organização do campeonato fez em Três Lagoas. Deve melhorar.