BRMX Analytics: segunda etapa do Brasileiro de Motocross 2015, em Paty do Alferes

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Largada da MX1 – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Como se imaginou, seria difícil manter o padrão da primeira etapa, realizada em Limeira, São Paulo, na segunda rodada do Brasileiro de Motocross 2015, que aconteceu em Paty do Alferes, Rio de Janeiro, nos dias 13 e 14 de junho.

O BRMX esteve presente em ambos os eventos e conversou com muitos envolvidos para fazer a análise abaixo, que apresenta pontos positivos e negativos da segunda etapa. Confira!

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:: Pista

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Espaço poderia ser ainda melhor aproveitado – Foto: Christine Wesendonk

 

A pista de Paty do Alferes tem suas qualidades. O traçado de 2014 foi mantido e o tratamento prévio foi bem feito (solo bem solto, rampas bem feitas, traçado de largura boa).

Faltou melhor manutenção no domingo, entre as corridas. Com pouco intervalo entre uma prova e outra, não foi possível molhar o traçado para baixar a poeira, que em alguns momentos levantou além da conta. Não foi nada absurdo, mas é interessante a organização ficar de olho para que não voltemos ao ponto de Foz do Iguaçu/2013, por exemplo.

Uma dica para 2016: há espaço para melhorar a pista ainda mais. Há morros em volta do circuito que poderiam ser melhor explorados. A largada também poderia ser localizada em outro lugar, mais próxima do público. Isso ajudaria a etapa de Paty do Alferes a ganhar qualidade.

 

 

:: Público

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Espaço poderia estar lotado – Foto: Mau Haas / BRMX

 

É bonito de ver o público espalhado pelos morros em Paty do Alferes. Sem arquibancada, as pessoas ficam nas encostas e têm uma boa visão de todo circuito, dando um ar mais “clássico” para o evento. Mas a impressão é que diminuiu a quantidade de pessoas em relação ao ano passado.

Um passo para trás – vários fatores podem contribuir para diminuição de público. Um deles é que havia menos propaganda da corrida na cidade. Em 2014, se encontravam placas pela estrada indicando o caminho do motódromo, coisa que não aconteceu neste ano. Algo simples, mas que faz falta.

É importante investir na divulgação local. Se faz uma prova em Paty do Alferes, um local de difícil acesso, é preciso fazer o público local “invadir” o evento. A cidade tem tradição em festas (realiza anualmente a Festa do Tomate) e a impressão é que uma etapa de Brasileiro em Paty tem potencial para atrair mais público. Falta caprichar um pouco mais.

 

 

:: Falhas na estrutura

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Em 2014, um dos problemas da etapa em Paty foi a internet. Contratando uma empresa da capital carioca, especializada em grandes eventos, a organização tentou corrigir a falha em 2015, mas o problema estava lá mais uma vez.

No sábado, o sinal estava muito instável. A atualização de sites especializados como o BRMX e a transmissão ao vivo (da própria CBM) foram prejudicadas. Além disso, como no local não há sinal de celular, as pessoas que trabalham no evento estavam sem comunicação com suas famílias. Imagine seu filho, seu irmão, seu amigo, correndo motocross (um esporte perigoso) em uma cidade distante, e você sem conseguir contato com ele para saber se está bem. É complicado.

No domingo, a internet funcionou melhor mas também “caiu” algumas vezes. O pior aconteceu no fim do dia. Quando o sol baixou, a imprensa ainda trabalhava, equipes desmontavam o box, a própria equipe da CBM finalizava os trabalhos, e a energia elétrica do local acabou, deixando todos no escuro e impossibilitados de terminar o serviço.

Uma etapa de Brasileiro de Motocross precisa desta estrutura funcionando 100%. Onde não há estrutura pronta, a organização precisa providenciar. Energia e internet são requisitos básicos em 2015. Atualmente, a comunicação entre pessoas é pela internet, pelo whatsapp, e o motocross continua sendo um esporte de alto risco. As pessoas não podem ficar isoladas de comunicação em uma corrida deste nível.

 

 

:: Horários apertados

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Pilotos sentiram a falta de descanso entre as corridas – Foto: Mau Haas / BRMX

 

A programação das corridas no domingo foi um tanto apertada. Pilotos reclamaram que não tiveram tempo de descansar entre uma bateria e outra. A organização precisou colocar a segunda bateria da MX1 às 14h30 por causa da transmissão na Sportv (que solicitou este horário), e talvez isso espremeu as coisas.

Neste caso, seria interessante fazer uma bateria na parte da manhã e manter a Júnior entre as corridas da MX1 e MX2, como foi em Limeira.

 

 

:: Número de participantes

Da primeira para a segunda etapa houve uma diminuição de 32 pilotos.

Limeira, São Paulo
MX1: 23
MX2: 37
MX3: 29
Júnior: 21

TOTAL: 110 pilotos

 

Paty do Alferes, Rio de Janeiro
MX1: 18
MX2: 24
MX3: 20
Júnior: 16

TOTAL: 78 pilotos

 

Avaliação resumida da rodada

A virtude de Paty do Alferes está na pista, que é boa, mas não é espetacular. A cidade é pequena, o acesso até ela é um tanto complicado, a comunicação é difícil. Não chega a ser uma etapa ruim, mas se fosse substituída, pouca gente sentiria falta.

 

A próxima etapa do campeonato acontece em Santa Catarina, nos dias 1 e 2 de agosto. A etapa está marcada para Canelinha.