Assembleia foi realizada em Itajaí, Santa Catarina, um dia após o GP Brasil de Motocross – Foto: CBM / Divulgação
Os presidentes das federações estaduais de motociclismo se reuniram no Hotel Marambaia Cabeçudas, em Itajaí, no litoral catarinense, na segunda-feira, 21 de maio, para realização de Assembleia Geral Extraordinária da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM).
O encontro, que teve a participação de 11 federações, contando também com a presença de representantes de empresas patrocinadoras do motociclismo nacional, além de Marlon Olsen, da ABPMX, serviu para aprovar mudanças importantes e históricas no esporte nacional, principalmente, no Estado do Rio de Janeiro.
– A Assembleia geral da CBM, constituída por suas federações filiadas e em pleno gozo de seus direitos, é soberana. Suas decisões são a prova de que a democracia deve sempre falar mais alto – declarou Firmo Alves, presidente da entidade.
A principal resolução da assembleia foi a desfiliação, por unanimidade, da Federação de Motociclismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) como sua associada. Suspensa desde junho de 2011, com débitos acima de R$ 30 mil com a CBM, a FEMERJ vem sendo alvo de diversas denúncias e irregularidades de ordem administrativa, como filiação irregular de pilotos, solicitação não autorizada de verba federal em nome da CBM e eleição de dirigente inelegível.
– Por muitos anos ouvimos críticas em relação às federações, e agora tivemos a oportunidade de provar que o motociclismo é, sim, feito por homens de bem. Estamos mostrando à opinião pública que não compactuamos com entidades que não agem dentro da legalidade – afirmou Juvenal Alves, segundo vice-presidente da CBM e vice-presidente da Federação Sergipana de Motociclismo.
A desfiliação da FEMERJ ocorreu após instauração de processo administrativo, no qual foi assegurado e exercido o direto à ampla defesa da entidade estadual.
– Eu, na qualidade de presidente e gestor da CBM, acato por completo essa decisão unânime da assembleia e vou apoiar a nova federação para que consiga fazer o motociclismo do Rio de Janeiro ter o papel de destaque que merece. O Rio de Janeiro é um grande centro esportivo e deve ser celeiro de pilotos campeões nacionais e internacionais – ressaltou o presidente da CBM.
Federação Fluminense de Motociclismo é a nova entidade
Após a confirmação da desfiliação da FEMERJ, o presidente da CBM apresentou dois pedidos de filiação à entidade máxima do motociclismo nacional. Também por decisão unânime da assembleia, e ainda com apoio da ABPMX, foi aprovada a filiação da Federação Fluminense de Motociclismo (FFM), presidida por Adriano Winckler, e composta por cinco clubes associados – Pró Racing MC, Trail Clube Esqueleto do Mato, MC Mão na Lata, MX-Rio e Miracema Trail Club -, como nova entidade de representação e supervisão do esporte no estado do Rio de Janeiro.
– As pessoas que estão à frente da FFM vêm há anos demonstrando seu comprometimento com o motociclismo. São dirigentes claramente preparados para elevar e alavancar o esporte no Rio de Janeiro. Não tenho dúvidas de que ainda este ano teremos gratas surpresas naquele estado. Confio, e garanto que não falo só por mim, quando digo que daremos todo o apoio à FFM – completou Roberto Boettcher, vice-presidente da CBM e presidente da Federação de Motociclismo do Estado de Goiás.
Os pilotos do estado do Rio de Janeiro que em 2012 se filiaram diretamente pelo site no sistema da CBM estão automaticamente filiados à Federação Fluminense de Motociclismo, não necessitando pagar novo valor de filiação. A entidade fluminense se comprometeu a divulgar nos próximos dias seus planos para a temporada 2012 do motociclismo do Rio de Janeiro, bem como calendário de provas estaduais e demais ações.
– O motociclismo do Rio de Janeiro vinha definhando ano após ano. É inconcebível que um estado com esta importância passe por uma situação como esta. Precisamos e vamos implantar um sistema de gestão profissional no esporte. Chega de amadorismo, chega de situações sombrias e obscuras. A federação deve supervisionar o motociclismo e ajudar a difundir o esporte, fazendo-o crescer. A organização das provas estaduais deve ficar a cargo dos clubes e não da federação. Teremos um novo motociclismo no Rio de Janeiro, que será motivo de orgulho para os pilotos e todos os amantes do nosso esporte – declara Adriano Winckler, presidente da FFM.
A Assembleia Geral Extraordinária da CBM também tratou de assuntos diversos, como a definição de que nenhuma federação poderá realizar etapas de seus estaduais nos fins de semana de etapas de Campeonatos Brasileiros da mesma modalidade.
– Isso permite que os pilotos possam sair de seus estados para disputa do Brasileiro sem ficar prejudicados nos seus estaduais. Além disso, é bom também para as Federações e clubes que se resguardam das datas junto às prefeituras em cima de um bem maior que são os Campeonatos Brasileiros – ressalta Firmo Alves.
Outro assunto tratado na assembleia foi o futuro da categoria 85cc no Campeonato Brasileiro de Motocross. A comissão da CBM, em conjunto com a ABPMX, se reunirá mais uma vez para definir os ajustes necessários no regulamento já para a terceira etapa, que será realizada em Foz do Iguaçu, Paraná, 2 e 3 de junho.