As últimas da Suzuki no Mundial de Motocross

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Kevin Strijbos – Foto: Suzuki Racing

 

Sylvain Geboers, administrador da equipe Rockstar Energy Suzuki, falou sobre vários aspectos do trabalho desenvolvido pelo seu time recentemente. Entre os principais assuntos, o potencial de Kevin Strijbos. O piloto belga de 28 anos vai fazer sua segunda temporada correndo de RM-Z 450 em 2014 ao lado de Clement Desalle.

Strijbos foi recontratado por Geboers no final de 2012, depois de conseguir três pódios correndo de 350SX-F pela equipe britânica HM Plant KTM. No ano seguinte, o vice-campeão da mundial em 2006 e 2007 conquistou cinco troféus e acabou na quarta posição na classificação final da MX1. Mesmo com o bom retorno para a Suzuki, o chefe da equipe ainda espera resultados mais expressivos de seu piloto.

– Realmente acho que ele vai se sair ainda melhor em 2014, e o veremos com mais frequência nas primeiras posições – aposta Geboers. – Ele adquiriu muita confiança durante o último ano. Na primeira metade da temporada houve altos e baixos, mas na segunda metade sua confiança foi crescendo, conforme conseguimos melhorar a moto para ele. Analisando seu atual nível físico e a maneira como ele está se preparando, estamos com grandes expectativas.

Strijbos tem liderado o desenvolvimento do equipamento da Suzuki para 2014 desde que Clement Desalle ficou fora de combate em função de uma cirurgia no ombro esquerdo. Com isso, Kevin completou a primeira bateria de testes e vai continuar trabalhando no QG da Suzuki. Os testes vão contar com todos os pilotos da equipe (MX1 e MX2), que farão uma pré-temporada de 9 a 22 de dezembro, em Portugal, para aprimorar a parte física.

– Estamos dispostos a ouvir seus pedidos (de Strijbos) e fazer algumas modificações na configuração do equipamento, nos baseando no trabalho realizado em 2013 – explica Geboers. – É importante dar ao piloto condições para que ele sinta-se bem em todos os tipos de pistas e pilotagens, e para isso acontecer os testes são fundamentais. Kevin escolheu começar usando o sistema de ar nos garfos dianteiros. Testamos isso algumas vezes durante a temporada, mas acabamos voltando ao sistema convencional. Nos testes verificamos todos os resultados e como o equipamento se comporta em todas as situações, para que o piloto fique a vontade para tomar suas próprias decisões durante a temporada – finaliza o chefão da Suzuki.

 

Equipe MX2 se aproxima do time de fábrica

Sylvain Geboers - Foto: Suzuki Racing
Sylvain Geboers – Foto: Suzuki Racing

 

Rumores de que a fusão entre a Rockstar Energy Suzuki Europe e a Standing Construct MX2 Grand Prix (equipe de fábrica da Suzuki e equipe privada que era atrelada à KTM no Mundial de Motocross) estava com os dias contados ganharam força nos últimos dias. Sylvain Geboers afirmou que o projeto da fabricante japonesa para a MX2 deve ficar mais atrelado à base de comando da equipe belga, em Lommel.

O time da construtora japonesa na MX2, que nos últimos anos teve nomes como Xavier Boog, Ken Roczen, Arnaud Tonus, Valentin Teillet e Max Anstie em seu elenco, sempre com bom apoio da fábrica da Suzuki, agora vai estreitar ainda mais a relação com Geboers, que é o coordenador máximo da equipe de MXGP.

A mudança vai afetar o desenvolvimento da RM-Z 250 e o trabalho do recém contratado Glen Coldenhoff, que correrá ao lado de Julien Leiber. Thomas Ramsbacher foi quem cuidou do projeto da Suzuki International Europe, que começou sem muitos bons resultados e anos mais tarde chegou a ser uma das principais forças no paddock do Mundial e no competitivo ADAC MX Masters National Series (campeonato alemão de motocross) – além de ter sido a casa de estreia de Clement Desalle na década passada.

Ramsbacher vai continuar como chefe de equipe, mas agora subordinado a Geboers e com acesso a todos os recursos da oficina em Lommel (além do importante contato direto com a fábrica em Hamamatsu, no Japão). O ex-mecânico da MX1, Luc Piccart, também vai desempenhar um papel fundamental na nova dinâmica de trabalho da equipe.

– Eu quero que as operações na MX2 sejam uma cópia do que fazemos na MX1, onde nós funcionamos bem, temos um bom pessoal e as coisas acontecem dentro de uma rotina – afirma Geboers. – Temos pessoas dividindo responsabilidades entre as equipes, em áreas como suspensão, injeção de combustível e registro de estatísticas. Essa parte fica com Luc Piccart, que terá um papel importante na parte prática da equipe. Conhecemos Luc muito bem, ele já foi mecânico de Strijbos, De Dycker e Clement. Ele conhece bem “a casa”.

Geboers, Piccart e Ramsbacher vão testar seus meses de trabalho no primeiro grand prix da temporada, em Losail, Catar, no dia 1º de março. A expectativa sobre o talentoso britânico Max Anstie era grande no ano passado, porém ele não alcançou nenhum pódio na MX2. Mesmo assim a Suzuki renovou com a jovem promessa.

– Sabemos que algumas pessoas criticaram a RM-Z 250 pelos resultados conseguidos em 2013, e isso é algo que precisamos trabalhar imediatamente – analisa Geboers. – Estamos trabalhando bastante para deixar a moto pronta para o início da temporada, e estamos fazendo o nosso melhor. Temos um equipamento ótimo, a RM-Z 450, e nosso objetivo é realizar o trabalho com as mesmas pessoas e o mesmo sistema, para que a 250 seja tão boa quanto.

Pouco se sabe sobre o fracasso da fusão com a Standing Construct, mas acredita-se que o núcleo belga da equipe, formado pelo antigo time de Coldenhoff (que ajudou o piloto a ficar com a quinta posição geral na MX2 em 2013) agora está tentando retomar sua infraestrutura com ajuda, mais uma vez, da KTM.