Aposentadoria de Villopoto é anunciada oficialmente

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Ryan Villopoto, 27 anos, aposentado – Foto: Mau Haas / BRMX

 

* Texto atualizado às 15h30 desta quinta-feira, 9

Na manhã desta quinta-feira, 9, chegou a notícia que todos aguardavam com medo. A aposentadoria de Villopoto foi anunciada em nota oficial da Kawasaki.

– É com gratidão, humildade e um pouco de tristeza e sem arrependimentos, que anuncio a minha aposentadoria das pistas hoje (quinta-feira, 9 de julho de 2015) – comunicou Villopoto em sua página de Facebook.

– Como todos sabem, sofri um tombo horrendo em abril que me deixou com múltiplas fraturas no meu cóccix e outras lesões. Meu primeiro pensamento é que eu poderia voltar às corridas em poucas semanas se eu ficasse de repouso por um tempo. Mas não foi o caso. Novos exames de raio-x provaram que eu tinha mais lesões nas costas. Ainda tenho um desconforto e entendi que, mesmo que eu começasse agora uma preparação, não teria condições de chegar ao fim do campeonato no alto nível que estou acostumado a competir – escreveu.

– Sou muito agradecido por ter a chance de fazer algo que sempre amei desde criança. Agradecido também pelo apoio da minha família, por todos os anos que passaram carregando eu e minhas motos para as corridas. E agradecido ao suporte de meus patrocinadores ao longo destes anos, em primeiro lugar a Kawasaki, que foi minha moto por escolha desde pequeno. Eles estiveram comigo nos altos e baixos, durante as lesões e as grandes conquistas. Por fim, me sinto agradecido por ter tido a chance de competir contra os melhores do mundo, tanto no Supercross quanto no Motocross e na MXGP – disse Ryan Villopoto, 26 anos.

O norte-americano com certeza está na lista dos maiores pilotos de todos os tempo, mas deixa as pistas com um gosto amargo de ter decepcionado na tentativa de vencer o Mundial de Motocross depois de conquistar quatro vezes consecutivas (2011, 2012, 2013 e 2014) o AMA Supercross e duas vezes (2011 e 2013) o AMA Motocross na 450cc. Ele também tem três títulos consecutivos de AMA MX (2006, 2007, 2008) na 250, e um de Supecross, na Costa Oeste 2007, na “Lites”.

– Acima de tudo, escrevo esta carta de aposentadoria para meus fãs. Sou agradecido às centenas de milhares de fãs, não apenas nos Estados Unidos, mas em todo mundo. É incrível saber que você é apoiado e incentivado nesta caminhada. Por isso fico triste em dar esta notícia. Fiquei tão feliz de tomar a decisão de correr a MXGP, sempre foi importante dar o melhor de mim, estar na minha melhor forma, especialmente para retribuir aos fãs. Estou triste que as coisas não funcionaram como eu queria este ano. Eu queria ter dado meu melhor, competir contra estes caras que estão entre os melhores do mundo. O triste é que isso foi possível apenas em poucas corridas – completou.

 

Relembrando os últimos momentos

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Corrida na Argentina foi um dos melhores momentos de RV2 no Mundial – Foto: Mau Haas / BRMX

 

Após dominar as competições nos Estados Unidos e ser elevado ao patamar de “super piloto”, RV2 aceitou o desafio de encarar o Mundial de Motocross em 2015, mesmo que seu objetivo inicial fosse se aposentar no fim da temporada 2014.

Convencido pela Kawasaki e pela Monster Energy – e pela vontade de mostrar que era realmente o melhor do mundo -, Villopoto se transferiu para a MXGP em 2015 para tentar bater Antonio Cairoli e os outros europeus. Com corridas boas (venceu a segunda etapa, na Tailândia) e ruins, chegou apenas até a quarta rodada, quando se machucou durante uma disputa com o belga Clement Desalle, tomando um dos tombos mais bizarros da história de um piloto deste quilate – relembre clicando aqui.

Na queda, machucou o cóccix e as costas, ficando afastado das pistas por sete etapas do Mundial. Havia esperança de seu retorno e até mesmo sobre sua participação no Mundial de Motocross 2016, só que um balde de água fria foi jogado na cabeça dos fãs nesta quinta-feira amarga.

O BRMX acompanhou in loco a última corrida completa de RV2, que foi na Argentina, durante a terceira etapa do Mundial MX. Somos, ainda, um dos últimos a entrevistar o atleta em atividade.

>>> Relembre a entrevista com RV2 na Argentina

 

:: Reveja a corrida classificatória da Argentina, quando RV2 e TC22 tiveram o melhor duelo do ano
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