Além de vencer o Red Bull Straight Rhythm em 2014, quando ainda andava de 250, Marvin Musquin conquistou novamente a vitória no evento em sua temporada de estreia na 450. O piloto da equipe Red Bull KTM foi destaque na competição que aconteceu no último sábado, 22, em Pomona, Califórnia, Estados Unidos.
Após a corrida, o site norte-americano Racer X conversou com ele para saber mais sobre a corrida e sobre a temporada de forma geral. Confira!
Parabéns! Você esperava essa vitória?
Marvin Musquin: Pra falar a verdade não. Eu sabia que poderia ir bem, mas estava na 450 contra Ryan Dungey, por exemplo. Estava ansioso para o evento, e você nunca sabe o que vai acontecer. Eu amo andar em linha reta e estava confortável. Tudo deu muito certo.
Quando você soube pela primeira vez sobre o estilo do evento, mesmo antes de correr na categoria Lites em 2014 e ganhar, você pensou que daria tão certo para você?
Marvin Musquin: Sim, acho que sim. A primeira vez que falei sobre o evento foi com Jeremy Malott, na Red Bull, e pensei que seria muito bom, mas ao mesmo tempo, algo mais tranquilo. A primeira vez que eles fizeram o Straight Rhythm, fomos até lá e foi muito divertido! Foi um sucesso. As duas vezes que corri e conversei com os pilotos, todos adoraram.
É difícil memorizar o traçado? Quando a pista é maior, dá pra saber imediatamente onde você está indo bem ou mal?
Marvin Musquin: É preciso vários treinos para memorizar o traçado maior, mas a coisa boa é que você controla a velocidade, as curvas. Aqui, vem um atrás do outro. No primeiro momento pensei que não conseguiria memorizar tudo, mas não foi tão ruim assim.
E sobre a pista?
Marvin Musquin: Durante a tarde estava muito quente e seco, e o lado direito da pista estava um pouco mais úmido, acho que por ter árvores perto. Mas era apenas nos primeiros saltos, depois estavam idênticos. A pista era boa, um pouco difícil, mas boa. Foi bem legal.
Você acha que é melhor quando está acelerando muito? Ou será que acelerar muito dá margem aos erros, com aquela quantidade de saltos?
Marvin Musquin: Sim, você pode ir mais rápido quando está acelerando pra valer, mas as minhas últimas duas corridas contra Ryan foram realmente boas, e sinto que poderia ser ainda melhor. Se você analisar cada salto, tem um que saltei mais e tive que fazer um triplo na mesa seguinte. Você pode perceber que no próximo triplo minha roda estava muito mais alta do que a de Ryan. Ele ficou bem próximo. Se eu não tivesse cometido esse erro, teria um resultado ainda melhor, mas em seguida, talvez ele tenha cometido algum erro também. É tudo muito intenso e único. Você pode cometer alguns erros, mas não muitos porque o cara está perto de você e tudo acaba rápido.
No gate, é o mesmo sentimento de uma corrida normal?
Marvin Musquin: Sim, chega a ser engraçado, porque é um evento muito divertido e descontraído, mas você quer ser o melhor! Ryan Dungey, Trey Canard, Josh Hansen, esses caras não vão te deixar vencer. Além disso, é um dia longo, você precisa esperar as corridas das pessoas e depois vem alguém e fala: chegou sua hora! Vamos! Você fica pensando quando assiste os outros pilotos nos erros que não pode cometer e começa a ficar preocupado e estressado. É por isso que eu amo esse esporte, amamos adrenalina, mesmo que seja estressante.
Nos últimos três fins de semana você correu o Supermotocross na Alemanha, a Monster Energy Cup e agora o Straigt Rhythm. Como foi a experiência? Divertido? Agora você está querendo uma pausa?
Marvin Musquin: Sim. Eu e Ryan viajamos juntos para a Alemanha e tivemos a mesma programação, feita por Aldon – sobre a quantidade de voltas, cardio, tudo foi calculado por ele para uma programação diferente, mas não foi nada muito louco. Agora descanso um pouco antes de iniciar os treinos principais para o próximo ano. As três corridas diferentes foram muito legais. Fizemos algumas alterações nas motos e ganhei mais confiança em mim mesmo.
Então este é basicamente o encerramento da sua temporada de estreia na 450? Quanto você melhorou?
Marvin Musquin: Eu definitivamente aprendi muito! Quando andei pela primeira vez de 450, estava voltando da lesão no pulso sofrida de 250 e foi muito difícil. Finalmente consegui corrigir o problema com cirurgia e a recuperação foi complicada, por isso demorei para ter confiança na moto de novo, ainda mais com essa nova. Eu realmente nunca tinha andado de 450 antes, fui com as mesmas alterações feitas na moto de Ryan, não quis fazer grandes mudanças. Olhando para trás, talvez eu deveria ter feito. Foi um ano difícil. As pistas são totalmente diferentes e se você não está confiante e confortável na moto, é assustador. Mas continuei melhorando e quase venci uma corrida em Atlanta. Agora que fizemos algumas alterações para a Monster Energy Cup, eu estava muito melhor. Aprendi muito e ganhei confiança. Alguns dias atrás treinei com Ryan e estava fazendo o mesmo tempo e em alguns indo mais rápido que ele. É ótimo me sentir confiante. Eu também estarei correndo o Bercy-Lille Supercross, na França, e em Genebra, na Suíça, aquelas corridas serão divertidas. Estou ansioso!