A Honda Racing apresentou o mais novo piloto da equipe de rally para a 28ª edição do Sertões. O mineiro Thiago Veloso será o representante do time na categoria Brasil, exclusiva para motocicletas nacionais, com a CRF 250F. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 26, durante coletiva de imprensa online oficial da competição.
Outra novidade é que o paulista Bissinho Zavatti passa a disputar a classe Moto 2 (antiga Production Aberta), com a CRF 450RX. Atual bicampeão geral das motos, o mineiro Tunico Maciel defende o título do Sertões, desta vez pela Moto 1 (Super Production), ao lado de Jean Azevedo – que possui sete vitórias na prova. A dupla acelera novamente a CRF 450RX. A Honda Racing, com nove títulos na geral das motos, foi a equipe campeã das últimas cinco edições do Sertões e tem como meta ampliar a sua hegemonia.
A competição terá início nesta sexta-feira, 30 de outubro, com o prólogo, no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, São Paulo, e segue até o dia 7 de novembro, quando a caravana chega em Barreirinhas, no Maranhão. Serão 4.567 quilômetros percorridos, 1.842 deles de especiais (trechos cronometrados), que incluem passagem pelo Distrito Federal e os estados de Goiás e Tocantins. A prova é válida também pelo Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country 2020.
Natural de Três Pontas, Minas Gerais, e atualmente residente em Ponte Nova, também em Minas, Thiago Veloso tem 36 anos e bastante experiência em provas de enduro.
– Já estava me preparando para participar do Sertões no próximo ano, mas recebi o convite do Dário Júlio (chefe da equipe Honda Racing de Rally) e não tive dúvidas em aceitar. É um grande sonho e uma grande responsabilidade estar nesse time, ao lado de pilotos incríveis – ressalta Veloso.
– Quero me dedicar para trazer um bom resultado. Conheço muito bem a CRF 250F, tenho andado com esse modelo desde o final de 2018. É uma moto que me adaptei muito bem e inclusive ganhei com ela o Enduro da Independência 2019, na categoria Brasil – conta o piloto, que também tem títulos nos campeonatos mineiro, paulista e mato-grossense de enduro.
Com a chegada do Thiago Veloso na equipe, o paulista Bissinho Zavatti, 34 anos, tetracampeão da competição na Brasil, terá no Sertões 2020 um novo desafio.
– Categoria nova e moto nova! Fiquei feliz demais com a oportunidade, o que mostra que venho fazendo um bom trabalho com a equipe Honda Racing. Estou bem focado e me dedicando bastante. Já me adaptei rapidamente à CRF 450RX, que é uma moto muito boa e fácil de andar. Tenho treinado bastante, participando de algumas competições, justamente para chegar ao Sertões com força total – destaca Zavatti.
Ele carregou por muitos anos o título de “rei da CRF 230F e da CRF 250F”, ao colocar os modelos nacionais Honda no Top 10 do Sertões.
Além de Veloso e Zavatti, a equipe Honda Racing conta com dois grandes nomes do Sertões. O bicampeão Tunico Maciel e o experiente Jean Azevedo, maior vencedor da história das motos. A ausência deste ano será do gaúcho Gregório Caselani, vencedor do Sertões 2016, que se machucou durante os treinamentos na região onde mora, no Rio Grande do Sul, há menos de um mês.
Dário Júlio, chefe de equipe da Honda Racing, explica a estratégia.
– Estamos há mais de um ano planejando o Sertões 2020 e tivemos que lidar com vários imprevistos, que sempre fazem parte de uma prova de rally. Assim, remoldamos dessa forma a nossa estratégia para manter três pilotos acelerando a CRF 450RX.
Para Maciel, 26 anos, a expectativa é a melhor possível.
– Estou bastante confiante, me dediquei e não medi esforços para treinar cada vez mais. Tenho certeza de que estou na melhor forma física e também na pilotagem. Essa preparação vem de muitos e muitos meses e não de um dia para o outro – lembra.
– Teremos um Sertões de cara nova, diferente, em “bolhas”, totalmente isolado. Não teremos aquele carinho do público e amigos, mas estou feliz e agradeço o esforço de toda a organização por conseguir viabilizar a competição – completa o mineiro de Lavras.
Todas essas adaptações foram necessárias devido à pandemia do coronavírus, de acordo com os novos protocolos de saúde e segurança. Além do acesso restrito ao evento, será obrigatório uso de máscaras, apresentação de testes RT-PCR, distanciamento social e medição de temperatura.
– Para mim, essa estrutura de bolhas não é novidade. No Dakar é assim, com acampamentos longe da cidade e somente pode entrar quem está inscrito na prova. O lado positivo é que vai aumentar o foco e a concentração não só dos pilotos, mas também da equipe de apoio – diz o paulista Jean Azevedo, 46 anos e dez vezes campeão brasileiro de Rally Cross Country.
Nas últimas semanas, Azevedo também intensificou os treinos.
– A preparação está sendo forte desde que voltei do Rally RN 1500, mês passado. Neste ano, a disputa promete ser acirrada do início ao fim. As especiais não serão tão longas, mas devem ser bem duras. Logo no segundo dia teremos a maratona (na qual os pilotos não podem ter ajuda mecânica externa) e a última etapa será na areia. Vamos ter emoção do primeiro ao último dia. O bom é que estaremos pelo terceiro ano com a CRF 450RX, modelo campeão que já conhecemos bastante – evidencia o piloto.