Começa neste fim de semana mais uma temporada do Mundial de Motocross. A primeira rodada de 2020 será o GP da Grã Bretanha, a ser disputado no tradicionalíssimo circuito de Matterley Basin. O local sedia a rodada de abertura pela primeira vez desde 2012.
O circuito de alta velocidade, localizado no sul da Inglaterra, tornou-se icônico no calendário do campeonato nos últimos anos, sendo o que mais sediou GPs da Grã Bretanha nos últimos 30 anos. O primeiro GP aconteceu em 2006, com o lendário Stefan Everts vencendo a categoria MX1 (hoje conhecida como MXGP) e o italiano David Philippaerts faturando a MX2.
Além disso, a pista é considerada uma das favoritas entre vários pilotos e fãs, por conta das suas incomparáveis vistas panorâmicas de todo o circuito, além do incrível design do traçado.
O local também sediou a edição 2017 do Motocross das Nações, que viu a seleção dona da casa subir ao pódio pela primeira vez desde 1997.
MXGP
Em 2019, o GP da Grã Bretanha apresentou algumas corridas intensas entre o italiano Antonio Cairoli, da Red Bull KTM, o francês Gautier Paulin, da Monster Energy Kawasaki, e o esloveno Tim Gajser, da HRC Honda. Principalmente a batalha Gajser x Cairoli, que proporcionou momentos de muita ação na pista.
No fim das contas, o forte tombo sofrido por Gajser permitiu a Cairoli vencer a classificação geral. Foi a 5ª vitória dele em Matterley Basin, a primeira desde 2011. Gajser terminou em 2º, apenas dois pontos atrás, com Paulin completando o pódio em 3º.
Desde 2006, houve um total de 5 vencedores diferentes em Matterley Basin na categoria principal: Stefan Everts (2006), Antonio Cairoli (2011, 2012, 2014, 2015 e 2019), Clement Desalle (2013), Tim Gajser (2016) e Jeffrey Herlings (2018).
Gajser acabou sagrando-se campeão em 2019 e chega forte para este início de temporada 2020, já que, além do sucesso no campeonato do ano passado, sua preparação durante a pré-temporada foi sólida, por isso o esloveno lidera a lista de favoritos nesta rodada de abertura.
Cairoli ingressa na temporada 2020 buscando o 10º título mundial de sua carreira. Motivação que com certeza lhe ajuda a esquecer o que foi o campeonato de 2019, com muitos altos e baixos. E a melhor maneira de dar a volta por cima é começar a nova temporada com o pé direito, conquistando a 6ª vitória de sua carreira em Matterley Basin.
Mas é claro que Gajser terá outros adversários fortes neste campeonato. O holandês Jeffrey Herlings, companheiro de Cairoli na Red Bull KTM, é outro que quer dar a volta por cima após uma temporada ruim em 2019. E nunca podemos duvidar de sua capacidade quando o assunto é vencer corridas. Em sua carreira, Herlings possui 3 tentos na Grã Bretanha, duas delas nos seus dias de glória na categoria MX2, em 2014 e 2016.
Enquanto Gajser, Cairoli e Herlings são apontados como os três principais favoritos ao título, vários outros pilotos talentosos são cotados para desafiar os campeões mundiais.
O suíço Jeremy Seewer, da Monster Energy Yamaha, vice-campeão do ano passado, e seus companheiros de equipe, o francês Gautier Paulin e o suíço Arnaud Tonus, estão entre os principais nomes que podem brilha na Grã Bretanha. Aliás, todo o esquadrão da equipe Monster Energy Yamaha parece estar em excelente forma para a nova temporada.
Além disso, os jovens Mitch Evans, da HRC Honda, e Arminas Jasikonis e Pauls Jonass, da Rockstar Energy Husqvarna, são outros que impressionaram durante a pré-temporada e por isso também merecem uma atenção especial nesta rodada de abertura.
A dupla da Monster Energy Kawasaki, o belga Clement Desalle e o francês Romain Febvre, também querem começar bem a temporada, já que ambos retornam de lesões.
Desalle perdeu metade da temporada 2019 por causa de um acidente no GP da Rússia, mas tem trabalhado duro em sua recuperação e pode ser outro piloto que veremos no topo da disputa. Tendo vencido o GP da Grã Bretanha em Matterley Basin em 2013, o belga sabe o que é preciso para terminar na frente neste circuito.
Outra novidade neste fim de semana é a novíssima equipe oficial de fábrica da GasGas, que estreia no Mundial de Motocross com o holandês Glenn Coldenhoff e o italiano Ivo Monticelli. Coldenhoff vem de sua melhor temporada em 2019, tendo vencido três GPs, terminando em 3º no campeonato, além de ter conquistado, junto de seus conterrâneos holandeses, o Motocross das Nações em casa, no circuito de Assen.
O britânico Shaun Simpson conta a com a torcida de seus conterrâneos para buscar o melhor resultado. Teremos também a estreia do espanhol Jorge Prado, da Red Bull KTM, atual campeão da MX2, recuperado de uma fratura no fêmur, sofrida na Itália, durante a pré-temporada.
Juntam-se à ele na condição de estreante outros nomes que merecem uma atenção especial: Calvin Vlaanderen, Thomas Covington e Henry Jacobi.
MX2
Se as disputas prometem ser emocionantes na categoria MXGP, o que dizer então da MX2, já que o atual campeão, Jorge Prado, subiu de categoria, deixando o caminho aberto para novos talentos liderarem a briga pelo título. E um desses pilotos é o dinamarquês Thomas Kjer Olsen, da Rockstar Energy Husqvarna.
Olsen têm sido um dos principais protagonistas da MX2 nos últimos anos, mas por enquanto o seu auge mesmo foi em 2019, quando liderou uma parte do campeonato num período em que Prado encontrava-se afastado, se recuperando de uma lesão. Olsen acabou ficando com o vice-campeonato, mas conseguiu conquistar sua primeira e até então única vitória em GPs também no ano passado, ao vencer as duas baterias em… Materley Basin! Com Prado fora, ele está mais determinado do que nunca a buscar o primeiro título mundial de sua carreira.
Outros favoritos são Jago Geerts e Ben Watson, ambos da Monster Energy Yamaha. Watson, por ser britânico, costuma andar bem na frente de seus torcedores, por isso deve ser um forte candidato ao pódio nas corridas deste fim de semana.
E também nunca devemos menosprezar os pilotos da Red Bull, equipe tradicionalíssima na arte de lançar futuros campeões mundiais, tanto na MX2 como na MXGP. Em 2020, a equipe encara a MX2 com Tom Vialle e o recém contratado Rene Hofer.
Se Hofer ainda é um mero desconhecido, Vialle fez sua estreia no Mundial de Motocross no ano passado. Ele foi o 3º colocado em Matterley Basin, e brigou pelo pódio em muitas outras ocasiões, terminando o campeonato em 4º lugar.
E embora também sejam desconhecidos, vale a pena ficar de olho nos pilotos da recém formada equipe oficial da GasGas, Jeremy Sydow e Simon Laegenfelder.
Seja na MXGP ou na MX2, o fato é que a temporada 2020 promete ser uma das mais competitivas da história do Mundial de Motocross, com muitos pilotos considerados fortes em condições de disputar o título em ambas categorias.