Jetro Salazar planeja correr Rally Dakar 2018 depois de experiência no Desafio Ruta 40,

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Jetro Salazar de KTM 450 Rally

 

Jetro Salazar viveu recentemente a inédita experiência de correr uma etapa do Mundial de Rally Cross Country. O Desafio Ruta 40 Rally aconteceu entre os dias 27 e 31 de agosto, na Argentina, com participação do atual campeão brasileiro de motocross.

A aventura se apresentou para Salazar como uma oportunidade de se preparar para o Rally Dakar 2018, que é o maior objetivo. Um investidor espanhol radicado no Peru – onde Jetro vive com a família – quer que o piloto corra o Dakar no próximo ano.

Porém, antes de entrar no Dakar, a A.S.O. – empresa que organiza a competição na América do Sul – exigiu que o piloto tivesse completado pelo menos uma etapa do Mundial de Rally. Foi então que Salazar decidiu ir para o Ruta 40.

Após cinco dias de competição, Jetro Salazar conseguiu o 12º melhor tempo da competição. O grande vencedor foi o argentino Kevin Benavides, da Honda HRC, enquanto o chileno Pablo Quintanilla assumiu a liderança do mundial com o 4º lugar no Ruta 40.

Nesta segunda-feira, 4, o BRMX conversou com Jetro Sobre a experiência. Veja os detalhes!

 

BRMX: Como surgiu esta oportunidade de correr o Ruta 40?
Jetro Salazar: Foi de última hora. Até eu fiquei surpreso. Estava no Peru pra treinar motocross. A verdade é que eu queria andar no Dakar. Pra isso, a ASO pediu que andasse uma etapa do Mundial de Rally. Então tinha o Ruta 40 ou no Marrocos, mais pra fim do ano. Consegui um patrocínio para o Ruta 40 e deu certo.

BRMX: Foi sua primeira vez no rally?
Jetro Salazar: Foi a primeira vez. Enduro já tinha feito até Mundial, mas rally não.

BRMX: E o Dakar 2018 é certeza já?
Jetro Salazar: Eu tenho um representante aqui (Peru), e ele queria que eu andasse o rally. Agora ele está atrás de patrocínio para o Dakar, então ainda não é 100%, mas posso dizer que é 70%, 80% certo sim.

BRMX: Você curtiu a experiência do rally?
Jetro Salazar: Achei legal porque foi uma coisa nova, e consegui acabar pra ser aceito no Dakar. No primeiro dia, pulei uma duna e tomei um pacote, o escapamento saiu pro lado, tive que fazer 150km de especial com escapamento no chão. Aprendi na pancada. É muito diferente do motocross. A moto é outra coisa. O balanço é totalmente diferente, atrás tem tanque com 16 litros, na frente mais 15 litros, torre de navegação. Não dá pra fazer coisas que você faz no motocross.

BRMX: Sem falar que rally é uma prova muito mais longa…
Jetro Salazar: Sim, e no Ruta 40 teve muito piloto machucado. Corrida foi difícil. Eu, como fui em um ritmo de boa, não percebi muito, mas todos falaram que estava muito difícil. Eu me controlei, fui aprendendo. Só que é duro, cansativo. Você chega cansado, tem que estudar planilha depois de 5h de prova cronometrada. Tem que ter um preparo físico muito bom. Primeira hora eu ia bem, mas depois era mais difícil.

BRMX: E a navegação, como foi?
Jetro Salazar: Você tem que confiar 100% na sua planilha. Por isso tem que pintar ela muito bem na noite anterior. Você está a 120km/h e não tem como parar para olhar. Por isso tem que pintar na cor certa, definir os perigos. Você tem que confiar. É complicado navegar. Não é como GPS do carro. Não tem flecha, fica só o número do rumo que você tá tomando, conferindo com a planilha, isso tentando andar rápido.

BRMX: Correr o Dakar muda seus planos em relação ao Brasil?
Jetro Salazar: Meu objetivo no Dakar será acabar, finalizar. Não muda em nada meus objetivos. Eu quero ser campeão brasileiro este ano e ano que vem de novo. Mas, se tenho chance de andar este Dakar, quero ir.

BRMX: Quando você volta ao Brasil?
Jetro Salazar: Chego na quarta-feira em Curitiba.

BRMX: E esta história de andar rally, motocross, no Brasil com Honda, no Peru com KTM. Isso não atrapalha sua preparação?
Jetro Salazar: É uma loucura. Viagem pra lá e pra cá também. Mas acho que até me ajuda a não ficar de frescura. Vou me adaptando a tudo com facilidade.

 

Ao lado pai, Jorge, em Tucumán, na chegada do Ruta 40