Pódio da categoria MXGP do GP do Catar – Crédito: MXGP
A primeira etapa de qualquer competição é sempre recheada de expectativas. Depois dela, nada é muito conclusivo, mas costumamos dizer que é possível “medir a febre” dos pilotos, saber quem entrou quente e quem entrou meio frio.
No sábado passado, 27 de fevereiro, iniciou a temporada do Mundial de Motocross 2016 com o GP Catar. Surpresa enorme com a vitória de Tim Gajser na MXGP e nenhuma novidade com o triunfo de Jeffrey Herlings na MX2. Mas cada piloto tem sua explicação para o desempenho no fim de semana.
A segunda etapa acontece no fim de semana dos dias 5 e 6 de março, na Tailândia.
Confira!
Tim Gajser
Esperava ter um bom desempenho, mas 1-1 me surpreendeu, por isso estou muito feliz. Me senti muito bem ao longo do fim de semana, estou tendo uma pilotagem inteligente e com boas linhas e me sentindo bem confortável, como estava pilotando nos treinos. Foi a maneira perfeita de iniciar a temporada e também um presente de aniversário para a minha mãe. Me sinto tão bem com a 450, relaxado e sem pressão. Esperei todo o inverno para esta prova e é simplesmente fantástico começar dessa forma.
Evgeny Bobrishev – Fizemos um bom trabalho e estou feliz em começar a temporada com este pódio. A primeira bateria foi muito fácil terminar em segundo, mas na bateria seguinte sofri um pequeno acidente quando bati em uma pedra que não havia visto, mas voltei na terceira posição e estou feliz com isso. É uma longa temporada e esse é apenas o começo, mas estou feliz com esse fim de semana e me senti bem. Temos trabalhado duro com a Honda HRC para deixarmos a moto ajustada durante o inverno, então, muito obrigado a toda equipe por termos começado a temporada desta forma. E parabéns a Tim (Gajser) pela sua vitória. Andou muito.
Romain Febvre
Tive um começo lento na primeira bateria, talvez sexto, e estava difícil perseguir. Na segunda bateria, estava me sentindo melhor, mas passei da recepção e perdi o ponto de frenagem, e acabei caindo. Não perdi muito tempo, mas fui ultrapassado e perdi duas posições e tinha que tentar alcançá-los. Vimos algum progresso aqui no Catar, e queremos ver mais na Tailândia.
Tony Cairoli
Estou muito feliz com o fim de semana, pois não sabia o que esperar antes de chegar aqui. Treinei apenas quatro vezes com a moto no último mês, então minha expectativa era fazer um top 10 para faturar alguns pontos. O resultado foi ainda melhor pois fiquei no top 5. Ainda não estou com toda minha força, mas pude ver que posso ficar entre os primeiros colocados e isso é um bom sinal.
Glenn Coldenhoff – Não mostrei uma boa velocidade nas últimas corridas preparatórias, mas no treino classificatório (no Catar) eu estava sempre entre os cinco primeiros. Nós já melhoramos e estou feliz no momento com minha pilotagem. Tive um grande começo na primeira bateria mas meus braços travaram e perdi algumas posições por isso. Tive um começo horrível na segunda bateria mas lutei de volta para obter o nono lugar. No fim, cometi um erro e Strijbos me passou. Tentei passar de volta na última volta, mas não consegui.
Jeremy Van Horebeek – Errei minha posição de largada no sábado, mas no domingo consegui bons resultados nas duas baterias. Foi meu melhor resultado até aqui e estou feliz por ocupar a quarta colocação no campeonato. Em 2014, deixei o Catar ocupando a quinta posição e me tornei vice-campeão nesse mesmo ano. Em 2016, vou levar passo a passo pois sei que posso fazer ainda melhor. É uma longa temporada e depois da etapa do Catar juntamos as informações que precisávamos e sabemos quem são os bons pilotos. Estou feliz e acho que a equipe também está satisfeita com meus resultados 2-4.
Jeremy Seewer – Tive uma boa sensação no domingo, pois no sábado estava sentado em minha cadeira sem nenhuma motivação. Meu corpo estava muito fraco e eu estava debilitado. Rodei bem tranquilo na quarta posição, por sorte me senti melhor no domingo. Tive um bom começo na primeira bateria, cheguei até a liderar, mas tive que guardar um pouco de energia para o resto do dia. A segunda bateria a história foi parecida. Briguei pela terceira posição até cometer um pequeno erro. Não me contive na quarta posição e tentei atacar para garantir um pódio, mas errei novamente. No geral, estou feliz com a quarta posição. Estou com velocidade e a moto também é muito rápida.
Gautier Paulin
Na segunda bateria minha moto parou. Não deveria ter acontecido mas agora isso faz parte da minha temporada 2016. Nunca desisto. Lembro de todo o meu treinamento e tudo mais que fiz, todo o trabalho feito durante o inverno, nunca vou desistir. É isso, não posso fazer nada, exceto olhar para a próxima etapa.
Petar Petrov – Essa pista definitivamente não é a minha favorita, mas foi um bom fim de semana. Vimos que Dylan, a equipe e eu temos trabalhado muito nas motos e mostramos boa velocidade nesse fim de semana. Na primeira moto, tive um começo horrível, a culpa foi minha, sai de 15º para sexto. Tentei passar Tonkov na última volta, mas não consegui, de qualquer forma fiquei feliz com minha corrida e minha velocidade. Minha segunda bateria foi muito boa, estava em quarto e chegando em Jonas, mas eu lutei um pouco com as suspensões, nós fizemos algumas mudanças entre as baterias e realmente não ficou o que eu queria, e finalizei novamente em sexto. Terminar em sexto na geral não é uma má maneira de começar a temporada. Tenho a velocidade e quero voltar da segunda etapa mais seguro. Estou muito feliz com toda a situação, como a equipe está funcionando, todo o esquema de trabalho e feliz onde estou agora.
Vsevolod Belyakov – Não é exatamente o fim de semana que eu queria, mas estou feliz em estar inteiro após o acidente que sofri durante a primeira bateria. Eu fui muito bem no treino classificatório, terminei em oitavo, então eu garanti um bom gate. Na primeira bateria estava entre os dez, mas cometi alguns erros e tive um choque com outro piloto em frente ao pit lane que me deixou deitado no chão por dois ou três minutos, doía até para respirar, pois ele bateu nas minhas costas e costelas. Tomei alguns analgésicos e tentei me recuperar para a segunda bateria mas logo na primeira volta estava com muita dor e não conseguia respirar fundo. Tive um bom começo, consegui realizar algumas boas voltas e obtive um top 9 de modo que não é um mau começo de temporada, especialmente por que foi minha primeira corrida esse ano.
Tommy Searle – Estou muito feliz, é muito bom deixar o GP inteiro e a cada bateria eu aprendo mais, andei suave, não cometi erros e fiz bons tempos. Fui um dos pilotos mais rápidos, então não há nada para me preocupar e passo a passo acho que posso subir minha colocação. Me machuquei nas últimas duas temporadas, então é muito importante que eu mantenha o controle. A pista estava muito esburacada e é preciso tomar cuidado com a escuridão, mas no geral foi um bom fim de semana.
Clement Desalle – Com certeza foi uma corrida difícil, mentalmente e fisicamente. Eu sabia que não viria em busca de um pódio ou mesmo um top 5, menos de duas semanas depois de minha lesão. Antes de vir para o Catar eu fiz alguns exames para ter certeza que eu não estaria colocando minha saúde em risco. Meu objetivo era conquistar um ou dois pontos e foi isso que eu fiz. Sabia que seria difícil e foi, principalmente nas recepções dos saltos. Estamos em um circuito de corridas aqui o Catar, certamente correr no asfalto seria mais fácil. A temporada é longa, quero me manter positivo e levar isso para todas as corridas. É claro que quero estar pronto fisicamente o mais rápido possível para me divertir sobre a moto. Vou voltar para casa, realizar alguns outros exames e estarei de volta na Tailândia.
Kevin Strijbos
Foi um fim de semana ruim. Todo nós lutamos e parece que não estamos prontos. Não há muito mais o que posso dizer. Meus tempos estavam fora, tentei forçar na segunda bateria mas deu. Eu tive um mau começo na primeira bateria mas consegui um oitavo lugar. Não foi bom, mas havia sinal de progresso. Cometi um erro no início da segunda bateria e foi uma grande confusão. Não tive energia para fazer o que eu precisava fazer. Nós apenas temos que esperar por um fim de semana melhor.
Ben Townley – Larguei junto ao cara do meu lado e batemos no gate. Foi estúpido, não faço isso há anos. Os pontos brilhantes é que fizemos algumas mudanças na moto a noite e depois do warm up e a equipe acertou em cheio. Foi ótimo e fizemos progressos. Me senti enferrujado e cheio de teias de aranha, foi uma pista muito difícil logo de cara. Foi complicado, eu diria que a palavra para definir a pista é traiçoeira, muito esburacada. Há uma série de pontos positivos para tirar da primeira bateria, pois fui de 21º a décimo na primeira volta e eu era capaz de andar com os caras candidatos ao título. A segunda bateria foi uma zona. Tive que usar a moto reserva e isso foi uma grande lição para toda a equipe. Stefan disse que em 18 anos ele nunca precisou utilizar a moto reserva, então nós aprendemos muito.
E os pilotos da MX2?
Brent Van Doninck
Não aguentei o ritmo na primeira bateria e me cansei muito rápido. Mas na segunda prova eu tive um bom ritmo e me senti no controle da situação. Quando eu tiver um bom ritmo eu poderei forçar legal. Estou tão feliz com esse fim de semana, vim aqui apenas para conseguir alguns pontos, pois não estou 100%, principalmente depois do acidente de sábado. Meu treinador Jacky fez um bom trabalho para eu conseguir ser mais flexível. Na Tailândia vou começar de novo do zero é uma outra corrida em outra atmosfera. Não quero me pressionar só por que tive um bom resultado aqui. Tudo é um passo a passo e espero estar pronto para Valkenswaard.
Aleksandr Tonkov – Tive um mau começo na primeira bateria, saindo de 12º para a quinta posição e andando bem próximo ao quarto e terceiro colocado, de modo que me deixa muito satisfeito o meu desempenho. A segunda bateria não teve um bom começo pra mim e eu fiquei preso pelo ritmo dos pilotos a minha frente. Agora vamos para casa e vamos ver o que temos que trabalhar e ver onde perdemos tempo e onde ganhamos. Acho que temos que nos reunir e vermos tudo isso juntos para ver o que acontece na Tailândia.
Benoit Paturel – Não tive sorte na primeira bateria. Estava em sexto e tentava conquistar a quinta posição mas a moto parou. Na segunda prova eu fiquei em oitavo depois de um erro e quero melhor na próxima etapa. Estou confiante para essa temporada, mas sei que meus resultados no Catar não estão no meu nível. Minha formação é melhor que isso e acho que isso será visível no próximo GP.
Alvin Ostlund – Ambas as baterias foram boas para mim, mas meu gate era uma linha muito longa, no canto, e fiquei espremido para fora. Então agora eu sei que preciso escolher melhor minha posição de largada. Na primeira bateria eu finalizei em 12º o que é muito bom pra mim. Na segunda bateria eu tive o mesmo começo, mas caíram na minha frente e fiquei preso atrás do enrosco enquanto todos me passavam. Essa pista é difícil de ultrapassar pois é muito rápida, é preciso ter um bom começo e seguir o ritmo dos caras mais rápidos.
Jeffrey Herlings – Não sinto que eu estava pilotando o que deveria este fim de semana, exceto na segunda bateria que eu me senti confortável e consegui dar o máximo da minha pilotagem. Esse fim de semana nós estávamos vencendo, mas não dominando, apenas na última bateria que nós conseguimos dominar. Agora vamos para a Tailândia, que é muito quente e eu quero dar o melhor de mim. Me sinto física e mentalmente forte e não me senti ameaçado por Ferrandis na primeira bateria. Estava confortável e forte até o fim e quando tive a oportunidade de ultrapassar e achei que era o momento certo eu o fiz.
Dylan Ferrandis
Eu realmente não esperava resultados tão bons, mesmo eu tendo a velocidade, nós não fizemos muitos testes antes do Catar Semana passada eu corri o Motocross Internacional da França e briguei com a moto, então todos da equipe gastaram muitas horas na moto antes de vir pra cá e esse pódio foi muito bom para toda a equipe. Nós trabalhamos no stet up da moto durante o fim de semana e vimos os resultados. A pista era meio perigosa em algumas sessões e eu sofri com o arm pump mas finalizei em segundo. Na segunda largada eu fiz o holleshot mas Jeffrey me ultrapassou, ele assumiu alguns riscos, mas eu não queria cometer nenhum erro. Vou voltar para casa e fazer mais alguns testes com as suspensões essa semana e prepara la para o GP da Tailândia.
Davi Pootjes – Vou voltar para a Holanda e realizar uma cirurgia. Vai levar cerca de duas semanas para cicatrizar, não é muito tempo. A primeira bateria eu estava indo muito bem e ocupava a sexta posição até metade da prova. Mas havia uma grande pedra pouco antes do salto, eu a acertei e tive um grande acidente. Sei que a velocidade era boa e daqui ha duas semanas eu posso voltar a andar de novo, e vou me preparar para Valkenswaard.
Pauls Jonass
Talvez tenha sido bom eu não ter feito nenhuma corrida de pré temporada, pois assim cheguei aqui sem nenhuma expectativa. Quis fazer o meu melhor e levar alguns pontos e pensei que se eu terminar entre os dez estava muito bom. Meu polegar lesionado não estava bom e por conta disso não treinei mês passado. Treinei apenas três vezes na semana que antecedeu o Catar e isso foi difícil. Já ontem me senti bem nos treinos livres e no cronometrado.